quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Decorar ou entender a tabuada?

Por Rosana Nunes

Os educadores das escolas de alguns anos atrás não colocavam em dúvida a necessidade da mecanização da tabuada, isto é, era ponto de honra saber a tabuada “na ponta da língua”. 

Porém, com a introdução dos conceitos da chamada Matemática Moderna, aconteceram muitas tentativas de mudanças e, principalmente, a busca por uma aprendizagem fundamentada na compreensão dos conceitos e processos matemáticos. Atrelado a isso, vieram muitas criticas com relação ao ensino tradicional e a obrigatoriedade de decorar a tabuada. O olhar era o de criar condições para que o aluno compreendesse o conceito da multiplicação para chegar ao resultado.

Ainda hoje essa discussão está presente, porém, há um consenso geral entre os educadores com relação à mecanização pura e simples no aprendizado da tabuada. Todos nós sabemos que a compreensão é fundamental, que não adianta recitar “quatro vezes seis, vinte quatro”, sem que tenha entendido o significado do que se está dizendo. Em todas as operações, a noção de número e o sistema de numeração decimal precisam ser construídos e compreendidos de preferência em situações-problema.

Para que os alunos saibam o significado de multiplicar, é preciso que tenham clareza quanto as ideias envolvidas na multiplicação e nas estratégias de cálculo. Dessa forma, saber que 4 x 6 = 6 + 6 + 6 + 6 é tão importante quanto compreender que  24 = 12 + 12 ou 6 + 6 + 6 + 6 .

A partir do 3º ano, os alunos começam a compreender que a tabuada é um tipo especial de tabela usada para representar as operações e passam a fazer uso da Tábua de Pitágoras para perceberem regularidades como: se eu sei que 3 x 6 = 18, também sei que 6 x 3 = 18. Com isso, quem não conhece o resultado da primeira operação, mas, desmembrando sabe o da segunda, consegue resolver a questão. Apoiado nessa propriedade, basta memorizar a metade dos produtos da tabela para saber o restante dela. Veja:


Construir diferentes recursos de cálculo aproveitando o que já se conhece é uma das estratégias usadas. Outra forma é utilizar as dicas dos colegas e os registros coletivos que são realizados durante todo o ensino fundamental I. Não basta apenas escrever as tabuadas, mas coletar e registrar as informações que aprenderam, fazer comparações entre duas tabuadas, transitar pelos diferentes recursos de jogos eletrônicos e manuais. 
Os alunos, a todo tempo, são convidados a passar por uma experiência de investigação e de organização de informações sobre tabuadas.


O uso dos jogos, problemas e atividades que envolvem regularidades são as melhores e mais desafiadoras formas de levar os alunos a perceberem como e por que memorizar as tabuadas. 

À medida em que as operações vão se tornando mais complexas, há uma necessidade de agilizar os cálculos e, consequentemente, de memorizar a tabuada. Isso significa que a ação de decorar resultados está mais para etapa final, ou seja, quando o aluno já sistematizou o que aprendeu, diferentemente do que acontecia no passado quando a memorização era o ponto inicial dos trabalhos. 

O trabalho aqui no colégio, até o término do Fundamental I, é o de permitir que os alunos aprendam e, ao final, memorizem as tabuadas com autonomia e em seu próprio ritmo!

Dica de sites para complementar os estudos:








https://www.matific.com/us/en-us ( baixar o aplicativo)