sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Voltando ao assunto do começo do ano... 50 anos de história

Por João Mendes de Almeida Jr - diretor

O que imaginavam os pais, alunos, professores e educadores das primeiras famílias que resolveram embarcar em um novo projeto de educação lá em meados dos anos 60? Com que futuro sonhavam? 

Por certo, além de um pouco de ficção científica, esperavam um mundo que já tivesse resolvido questões básicas para a humanidade. Fome, saúde, violência, guerras seriam, neste futuro imaginado, coisa do passado e seus filhos e netos usufruiriam de um mundo melhor. E a grande transformação se daria pela educação.

Ao escolherem uma escola que acabava de nascer em uma pequena garagem, sem dúvida compartilhavam o ideal pedagógico transformador que uma formação mais ampla, humanista e livre poderia propiciar a seus filhos, rompendo com o tradicionalismo vigente naqueles tempos.

No fundo, como agora, o grande desejo dos pais e professores é sempre que as crianças e jovens sejam felizes e que vivam uma vida plena.

É neste conceito de vida plena que nosso ideal de educação, construído ao longo de meio século, se entende e se diferencia. Vida plena é, sobretudo, estar preparado para fazer escolhas, para aprender sobre qualquer assunto, para mudar e se adaptar, para questionar, para ser capaz de apreciar o belo, para enxergar o mundo sem preconceitos, para encontrar prazer no trabalho e na convivência humana.

Ao longo destes 50 anos, a educação foi mudando, como tinha que ser mesmo, e filosofias e teorias educacionais foram passando a ter maior ou menor peso: Piaget, construtivismo, sócio-construtivismo, interacionismo, projetos e nossa escola foi absorvendo um pouco, ou muito, de cada uma destas propostas para criar um projeto pedagógico singular. 

Entendemos que a principal característica desta escola é, mesmo, este olhar para o futuro, para o futuro dos alunos e suas necessidades e não ter receio de mudar.  Outra característica da história da nossa escola é a constante preocupação em acolher todos os alunos e trazer para a equipe profissionais diferentes, diversos e complementares que compartilhem deste nosso Ideal pedagógico.

Gostamos muito de dizer que quem passa pelo Hugo Sarmento, seja aluno, professor e até mesmo os pais, recebem uma marca. Quem passou pelo Hugo tem um olhar, um espírito, um jeito diferente de ver as coisas. 

E a grande pergunta que nós, como educadores, nos fazemos é: por onde andarão nossos alunos, que vida estão levando, como estarão hoje, será que nosso trabalho rendeu frutos?

Para responder um pouquinho a esta questão retomamos o contato este ano com alguns ex-alunos para saber o que ficou na sua memória afetiva e como o Hugo influenciou suas vidas.
Trouxemos ex-alunos para nos contarem sobre suas vidas e sua trajetória. 


Ex - alunos dos anos 70


]Ex - alunos dos anos 90

Ao completar 50 anos recebemos o rótulo de “escola tradicional”. Com essa nossa efervescência e o desejo constante de mudança e olhar para futuro, este rótulo nos surpreende.  Entretanto, há uma tradição, uma essência e uma história que fundamentam e nos dão o reconhecimento como projeto único.

Embora a nossa escola não seja só Arte, a marca da “tradição” de nossa escola é a Arte, e muito mais do que isto, por que a Arte é o instrumento, a marca que se fixa em nossos alunos é a CRIATIVIDADE, e junto com ela, o SENSO ESTÉTICO e CRÍTICO que advém de se praticar quase que diariamente aqui na escola um olhar artístico.

A prova de que não somos só arte é a diversidade de profissões escolhidas por nossos alunos, que vão de Direito a Design de Games, de Engenharia a Publicidade, de Química a Artes Plásticas. O papel da escola é, neste campo, abrir horizontes e não estreitá-los. 

Não há como negar que nestes 50 anos aconteceram muitos avanços – mas ainda não temos espaçonaves nas ruas nem as tais questões básicas estão perto de serem universalizadas. 

Entretanto, gostamos de imaginar que com nosso trabalho contribuímos, naqueles tempos e agora, para que o sonho de um futuro melhor se torne cada vez mais realidade.