quarta-feira, 30 de março de 2016

Conhecimentos científicos na escola: transformar as informações em ações!

por Equipe do Ensino Fundamental 1

         “As demandas do mundo moderno, já há algumas décadas, indicam a necessidade premente de democratização dos conhecimentos científicos e tecnológicos, no sentido de propiciar aos cidadãos uma melhor compreensão do mundo, para nele intervir de modo consciente e responsável e fornecer-lhes elementos para superação de contradições que depõem contra a qualidade de vida” (AULER; DELIZOICOV, 2001).

Na escola, temos uma grande preocupação em promover ações educativas dentro de um contexto social e científico; por isso, desde fevereiro estamos ensinando aos alunos do Fundamental I a combater o mosquito Aedes aegypti, transmissor dos vírus da dengue, zika e chikungunya. 

Nossa primeira atuação foi informar aos alunos como é o Aedes aegypti, para o que todos foram convidados a observar o mosquito no laboratório do colégio, seguindo, assim, todo o protocolo de um futuro cientista: fizeram uso da lupa eletrônica e da lupa tradicional para as suas primeiras observações.

Durante as aulas, os alunos ficaram sabendo, por meio de vídeos, jogos, notícias de jornais e livros, como o mosquito transmite essas doenças tão comentadas nos noticiários, quais os diferentes sintomas, as soluções de combate aos focos, entre outras informações importantes para impedir a propagação das doenças.

Cada série escolar teve a oportunidade de transitar por todas as etapas de trabalho na área de ciências e aprofundar um determinado tema, de acordo com a sua faixa etária.

Observação das fases do desenvolvimento do mosquito – 2°ano:

Como parte do trabalho de Ciências Naturais, os alunos do 2º ano assistiram ao vídeo “A turma do bairro em: Sai fora dengue!!!”

Em seguida, no laboratório, observaram, utilizando as lupas eletrônicas, o ciclo do desenvolvimento do mosquito: a fêmea vai até uma água parada e limpa e põe seus ovos, sempre na lateral dos recipientes, fora da água. Os ovos são muito pequenos, de coloração preta, difíceis de serem vistos a olho nu e são muito resistentes. 

Assim que atingem a água, em poucos dias se transformam em larvas, que são maiores que os ovos, praticamente incolores e têm pelos pelo corpo, o que lhes permite a locomoção.  Depois de sete dias como larvas, elas se tornam pupas, que é o estágio intermediário entre a larva e o mosquito. As pupas têm uma coloração esbranquiçada, em formato de ponto de interrogação e, diferentemente das larvas, ficam na superfície da água, o que facilita a captação do oxigênio. 

Essas observações possibilitaram a visualização das fases pelas quais o mosquito passa até se tornar adulto. Em cada lupa havia o ovo, a larva, a pupa, o adulto macho e o adulto fêmea. Dessa maneira, perceberam, após se aterem muito aos detalhes de cada um, as diferenças entre o mosquito macho e a fêmea, o que promoveu muita discussão!  
As principais diferenças entre os dois são o tamanho, no caso a fêmea é maior que o macho; as antenas da fêmea têm um pelo que é chamado flagelo antenal, que são menores que os dos machos; quanto à alimentação, as fêmeas se alimentam de sangue e os machos do néctar das flores.


No 2º ano, um dos objetivos do curso de Ciências é mostrar a importância dos registros detalhados e fiéis de um cientista. Com isso, os alunos fizeram seus registros preocupando-se com os detalhes de cada observação. Esse momento possibilitou um maior entendimento das características físicas de cada um, tornando-os mais atentos ao identificar as fêmeas, pois descobriram que são elas que transmitem as doenças.

Registro dos alunos:

 
Professora Gaby Vignati

Realização de um experimento – Preparo das armadilhas – 3º ano

Os nossos futuros pesquisadores montaram armadilhas supervisionadas pelo adulto com o propósito de saber se existem focos do mosquito próximos à escola e quais as medidas para o combate.

Pensar nos materiais necessários para o preparo das armadilhas, a função de cada material e em sua eficácia foram os primeiros desafios do grupo. Durante o preparo, logo pensaram numa possível forma de combater o mosquito, pois o uso do tule impediria os mosquitos de escapar e, assim, seriam eliminados, o que também possibilitaria a análise posterior do experimento.

A escolha dos lugares não muito iluminados para deixar as armadilhas foi outro foco de discussão muito interessante, pois fizeram um paralelo até com os “esconderijos” que já ouviram nos noticiários da TV, os famosos pneus. 

Tivemos uma visita de um agente de saúde, que vistoriou toda a escola e não encontrou nenhum foco do mosquito. 

 
Professora Débora Rabello

Processo investigativo – 4°ano

Após uma semana da confecção das armadilhas, chegou o momento de observá-las. Todos estavam bastante ansiosos para ver os resultados... O trabalho foi minucioso... Munidos de lupas, os alunos observaram suas armadilhas e, em todas elas, encontraram vários ovos que foram depositados na superfície áspera da tampa que ficaram dentro d’água e, em poucos dias, se transformaram em larvas. Foi possível visualizar várias larvas de mosquitos nadando na parte inferior, mas, o momento de maior entusiasmo foi o de encontrar uma pupa! 

“O que fazer agora?”. A partir deste momento foi necessário manter a armadilha sempre com água, pois esta pupa se transformará no mosquito. Com isso, o grupo pode observar o tempo que o mosquito leva para chegar à vida adulta, a diferença entre o Aedes e o mosquito doméstico e, também, todos passaram a ficar atentos para os possíveis criadouros.
Professora Isa Liebentritt

Ser um agente transformador – 5° ano

Depois de uma interessante discussão, o 5º ano chegou à conclusão de que, se realmente queremos vencer o Aedes aegypti, precisamos de uma ação coletiva. Neste momento lançamos a pergunta: “Como podemos contribuir?”  Os alunos levantaram muitas maneiras e, então, propusemos que começassem a agir em suas casas.

No dia seguinte, em roda, todos compartilharam o que haviam feito e descoberto. Alguns encontraram possíveis focos, falaram com seus familiares e outros ainda fizeram pequenas campanhas em seu prédio e clube.

A possibilidade de ser um agente transformador os empolgou tanto que durante vários dias comentaram sobre suas ações para evitar a propagação do mosquito. Ao final, criaram um cartaz contendo dicas para evitar criadouros de Aedes aegypti.

 
Professora Lia Granado 

Ações como estas têm como objetivo promover a inserção de novos conhecimentos sobre esta problemática que é a presença do mosquito Aedes aegypti, exercer o combate ao mesmo, conhecer a forma de prevenção e garantir que o aluno seja aprendiz efetivo para toda a vida.
E você, está fazendo o quê?


Veja os alguns links usados pelos alunos para estudo:

Vídeos:


Jogos:


Sites: