quarta-feira, 8 de outubro de 2014

BULLYING: Isto não é brincadeira

BULLYING: Isto não é brincadeira

Em torno do tema bullying, toda a equipe pedagógica do colégio esteve reunida em nosso III Simpósio Interno, realizado em 2012.

Durante o encontro, a tutoria dos segmentos de ensino fundamental 2 e do ensino médio apresentou os estudos realizados sobre este tema e que culminaram na elaboração de um documento com a postura de nossa escola sobre a questão.

Muito embora o documento se refira especificamente aos segmentos a partir do 6º ano, por extensão e guardadas as devidas proporções, aplica-se a toda a escola e a todos os segmentos, como um norteador de nossas ações.

Resolvemos, portanto, compartilhá-lo com todos novamente, pois só alcançaremos sucesso nas medidas de prevenção e no combate ao bullying com o sério envolvimento de todos os envolvidos, alunos, suas famílias e equipe pedagógica.


NORMAS E PROCEDIMENTOS DE AÇÃO E COMBATE AO BULLYING

“Toda moral consiste num sistema de regras, e a essência de toda moralidade deve ser procurada no respeito que o indivíduo adquire por essas regras”.
(Piaget, 1932. Juízo Moral na Criança, Ed. Summus, p. 23)
INTRODUÇÃO


O bullying é um fenômeno antigo. Parece novo porque somente há pouco tempo a sociedade vem discutindo suas consequências e, por isso, o tema se tornou fonte de preocupação nas escolas. As escolas têm reconhecido seu papel no enfrentamento e na contenção do fenômeno e, para isso é fundamental que a construção de uma escola não se restrinja a ensinar apenas o conteúdo programático. As escolas devem se comprometer a educar crianças e adolescentes para a prática de um mundo menos egoísta, mais justo e mais fraterno.

O Colégio Hugo Sarmento tem como objetivo prevenir e atuar de forma efetiva no combate ao bullying. Entendemos como bullying um comportamento agressivo repetido, que ocorre no âmbito de um desequilíbrio de poder físico ou psicológico entre o agressor e a vítima. Os “mais fortes” convertem os “mais fracos” em objeto de diversão e prazer, por meio, às vezes, de atitudes que disfarçam o propósito de maltratar e intimidar.

Dentro do quadro preventivo do bullying, percebe-se como de fundamental importância o envolvimento de professores, pais e alunos. A participação de todos visa estabelecer normas, diretrizes e ações coerentes. Assim, as ações priorizam a conscientização geral e o apoio às vítimas de bullying. Os alunos precisam sentir-se protegidos e é necessária a conscientização dos agressores sobre a incorreção de seus atos para que tenhamos a garantia de um ambiente escolar seguro.

Nossa abordagem frente ao bullying se baseia na legislação vigente no país, que garante o direito à dignidade da pessoa humana, conforme cita o Artigo 1º da Constituição Federal de 1988. A Constituição ainda aborda, no Artigo 227, que é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar aos menores a dignidade, o respeito, a liberdade e a convivência familiar e comunitária. Neste mesmo artigo, ganha destaque a obrigação de sempre “colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”.

A redação deste nosso documento estabelece normas e procedimentos de ação e combate ao bullying em nosso colégio, e se apoia nos artigos 17,18,70,98,101,103,104,105 e 112 do Estatuto da Criança e do Adolescente e nos artigos 186,187 e 927 do Código Civil, dentre os quais citamos:

Art. 17. O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, ideias e crenças, dos espaços e objetos pessoais.
Lei 8069, de 13 de julho de 1990, que institui o Estatuto da Criança e do Adolescente

Art. 927. “Aquele que, por ato ilícito (Arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.”

Lei 10406/02 do Código Civil
DA PREVENÇÃO

O colégio realiza, com os alunos, conversas com o objetivo de esclarecer o conceito de bullying vigente. Na ocasião, são mostradas as sequelas decorrentes de atos de bullying dentro das escolas e busca-se a conscientização dos problemas gerados pelos atos de intimidação.

Além disso, mantemos, ao longo do ano letivo, a discussão de aspectos das relações interpessoais no colégio e na comunidade.

É importante deixar claro que a Instituição não é condescendente com os casos de bullying, pois tem a obrigação de preservar a integridade física e moral de todos os alunos. Depois de esgotados todos os meios de contenção do bullying, o aluno que não mostrar mudança em seu comportamento e continuar, após todo o trabalho do colégio, a intimidar e agredir repetidamente seus colegas sofrerá as sanções previstas em nosso Regimento Escolar.

DAS AÇÕES DE COMBATE

A equipe pedagógica do colégio é responsável pelo acompanhamento das situações de aprendizagem e de convívio social, favorecendo, assim, uma formação integral, o autoconhecimento e o relacionamento com o grupo.

No caso de denúncia de bullying feita por parte de alunos e/ou responsáveis, a equipe pedagógica toma providências para apurar o fato por meio de conversas com os envolvidos e com os agentes escolares que trabalham na formação dos alunos.

Nos casos em que se confirma a existência de bullying, o Colégio atua da seguinte forma:

1- Observação das ações dos alunos agressores e agredidos em diversas situações do cotidiano escolar e nos diversos espaços do colégio.

2- Com base na observação das atitudes, encaminhamos os casos da seguinte forma:
    - Conversa com os alunos envolvidos
   - Convocação dos pais dos envolvidos para relato dos acontecimentos e combinação de estratégias de ação
  - Acompanhamento, de perto, dos alunos para que sejam evitadas novas agressões, estabelecendo uma vigilância efetiva em todas as dependências do colégio
    - Trabalho com o grupo da classe dos envolvidos para que seja reforçada a necessidade de um convívio respeitoso e harmonioso.

A questão do bullying não pode ser minimizada. As ações de nossa equipe pedagógica, aliadas ao apoio dos pais, têm conseguido reduzir bastante o número de casos em nosso colégio. Entretanto, o fim destas agressões só acontecerá com a mudança em muitos dos hábitos e valores distorcidos de nossa sociedade e de uma visão realmente inclusiva das diferenças. Para isso trabalha a escola.

SUGESTÕES DE LIVROS SOBRE O ASSUNTO:

SUGESTÕES DE FILMES SOBRE O ASSUNTO:

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