quarta-feira, 27 de abril de 2016

Entrevista: uma situação comunicativa com muito significado

Por Rosana Nunes

O trabalho com linguagem oral deve acontecer no interior de atividades significativas: seminários, dramatizações de textos teatrais, simulação de programas de rádio e televisão, de discursos políticos e de outros usos públicos da língua oral. Só em atividades desse tipo é possível dar sentido e função ao trabalho com aspectos como entonação, dicção, gesto e postura que, no caso da linguagem oral, têm papel complementar para conferir sentido aos textos.
Brasil. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: 1ª à 4ª série do Ensino Fundamental: língua portuguesa. Brasília: MEC/SEF, 1997.p.49,51 e 52.

Criar situações reais de comunicação, para que os alunos possam planejar a fala, adequando-a aos diferentes contextos comunicativos, é uma das tarefas do colégio.

Durante todo o mês de abril, os alunos do 4°ano realizaram a leitura compartilhada do livro O tambor africano e outros contos dos países africanos de língua portuguesa e, no dia 26, receberam a visita de sua autora, Susana Ventura.

Para a realização deste encontro, os alunos leram a biografia da autora, elaboraram perguntas e trocaram opiniões entre si para observarem se as indagações sugeridas estavam coerentes.

Elaborar boas perguntas com antecedência foi um importante desafio para o grupo, pois, ao realizá-las, os alunos puderam aprender a identificar o que queriam saber sobre o assunto e ainda aprenderam a organizar a forma de perguntar e inquirir.

  • Você foi à África para saber de tantas histórias?
  • Por que o nome do livro é Tambor Africano?
  • Seus descendentes são africanos?
  • De onde você tirou a ideia de escrever um livro de contos africanos?
  • Quanto tempo você demorou para escrever esse livro?
  • Quantos livros você já escreveu? 
  • Você mudou as histórias? Por quê?
  • Você fez esse livro em homenagem a alguém? 
  • Que outras histórias você já escreveu? Você usa alguma coisa de suas viagens para escrever suas histórias?
  • Qual foi sua ideia para criar esse livro?
  • Você já falou com um africano?
  • Por que você escolheu esses países para escrever  o livro?
  • Quantos contos da África você já conheceu?
  • Como você traduziu esse livro?
  • O que precisa para escrever um livro?
  • Por que você decidiu ser escritora?
  • Você já pensou em outros trabalhos? Sobre o que vai escrever?
  • Susana, você já trabalhou em outra profissão?
  • Que país da África você quer conhecer?
  • Qual foi seu primeiro livro?
  • Essas histórias são para todo mundo ou só para crianças? 
  • De onde você tirou o nome Blimundo?
  • Alguma dessas histórias está relacionada à sua vida? Por quê?

Receber a autora e fazer as perguntas diretamente para ela foi um momento de atuação real, que gerou grande expectativa.

Durante a entrevista os alunos se aproximaram do valor semântico das palavras interrogativas (quando, onde, por que, como...), o que tornou a aprendizagem significativa.

Ouvir atentamente o entrevistado para fazer a regulação ao vivo foi outro desafio e neste momento o adulto foi o modelo para frisar as “fórmulas linguísticas” usadas para retomar o que já foi dito pelo entrevistado, como: você disse antes que... como ia dizendo...

 

A oportunidade de conhecer o processo de produção do livro, o tempo de preparo, o lugar realizado, entre outras facetas da autora foi o momento de novas perguntas que brotaram ao longo do encontro.

A sessão de autógrafos, que tende a ser muito calorosa, não pôde faltar. Susana autografou o livro destacando o conto que cada aluno mais apreciou com muito carinho e generosidade.

 

Passar por todo esse processo desde a leitura do livro, o preparo das ilustrações, o planejamento das perguntas até a entrevista foi uma experiência muito significativa para o grupo. 

O mais importante é que progressivamente todos adquiriram segurança na atuação, conseguiram manter a interação entre os assuntos durante a entrevista e tiveram uma grande oportunidade de trabalhar situações desafiadoras.

Encerramos o encontro com os alunos presenteando a autora com uma “pretensiosa” sugestão de ilustrações para o livro e uma boneca africana Abayomi (amuleto de proteção) produzida por eles.


Obrigada, Susana Ventura!!! Foi um privilégio ouvir o seu percurso de escritora aqui no colégio!

Conheça outros livros da autora:


3 comentários:

  1. Meu filho voltou para casa super animado com a visita da autora no colégio. Parabéns ao colégio pela iniciativa!

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  2. Que ótima oportunidade e estratégia para desenvolver a linguagem oral!!! Parabéns!!!

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  3. Parabéns ao colégio! Sempre criando oportunidades para o desenvolvimento das nossas crianças!

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