quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Adentrando no universo da poesia...

Por Rosana Nunes

Poesia e poema são a mesma coisa?

        (...) você sabe a diferença entre poesia e poema? Digo que é quase inútil porque as pessoas não se importam com isso. Mesmo assim, já que você é curioso de verdade, lá vai! As duas palavras vêm do grego e, nessa língua, a terminação “sia” (de poESIA) serve para dar nome a uma ação ou atividade, enquanto “ma” (de poeMA) indica o produto dessa atividade. Trocando em miúdos, poema é o produto, algo concreto, que podemos ler, enquanto poesia se refere à arte em geral, de maneira abstrata. Levando isso em conta, um livro de poesia ( assim mesmo, no singular) pode conter trinta poemas (e nunca trinta poesias). (...)

Ricardo da Cunha Lima. De cabeça para baixo. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2000.

Neste trimestre os alunos do foram convidados a adentrar no universo da poesia. Por meio da “roda de poesias”, selecionamos vários poetas brasileiros consagrados, como Manuel Bandeira, Mario Quintana, Ricardo Azevedo, Vinicius de Moraes, Sérgio Capparelli, e, assim, os alunos  foram ampliando o seu repertório.

No início, nosso objetivo foi o de socializar suas apreciações poéticas, sensações e experiências com os poemas e, sobretudo com a expressão poética, além de explorar a sonoridade presente nos textos, a estrutura dos versos, estrofes e rimas.  Esses foram os primeiros ensaios para adentrar no universo da poesia. 

O poema foi o “instrumento” para captar e revelar a poesia, pois sabemos que ela se refere a um universo muito mais amplo que o do livro e da leitura. Um gesto, um filme, uma flor pode ter poesia... Então, como nos ENCANTARMOS com a poesia?


O primeiro ensaio para embarcar neste mundo poético foi conhecer algumas obras do poeta mato-grossense MANOEL DE BARROS. Em comemoração ao Dia das Mães, os alunos escolheram trechos para declamar, sussurrando ao ouvido da figura mais significativa e poética de suas vidas, a sua mãe.


Outro momento de encantamento foi o de desafiar a lógica e a imaginação durante a leitura dos poemas e propor aos alunos que realizassem interpretações e as expressassem,  por meio de ilustrações particulares, as páginas do seu próprio livro. Neste momento, cada aluno pôde refletir sobre a poesia de modo íntimo e peculiar.

Também garantimos discussões do significado das expressões e palavras, antes de consultarmos o dicionário, para que os alunos trocassem suas experiências leitoras e percebessem que não é necessário entender todas as palavras para compreender um texto, e sim, procurassem criar suas próprias imagens. Isso, sim, é poesia!

A lição de férias foi outra forma de os alunos poderem familiarizar-se com o insólito poema de Manoel de Barros e, principalmente, um convite para olhar a natureza, as miudezas, o silêncio, o amanhecer no tempo livre, enfim... 

Para ser um fazedor de imagens...


Agora estamos nos dedicando à declamação e à performance, meios de se apresentar a poesia que requer uma preparação especial.  

Todo este encantamento poderá ser visto no SARAU DO MANOEL que vai acontecer durante a nossa Exposição, no dia 25 de setembro. Aguardem!


Conheça mais sobre o poeta...


Um pouco sobre o autor

O poeta Manoel Wenceslau Leite de Barros, mais conhecido como Manoel de Barros, nasceu no Beco da Marinha, em Cuiabá, Estado do Mato Grosso, no dia 19 de dezembro de 1916. Seu pai ergueu uma pequena fazenda, quando o pequeno Manoel tinha apenas um ano de idade, no coração do Pantanal. 
Manoel passou sua infância sentindo a textura da terra nos pés, brincando e correndo entre personagens que definiriam sua obra, os currais e os objetos que chamavam a atenção do futuro escritor. 
Depois de tantas aventuras, formado em Direito, no Rio de Janeiro, o poeta finalmente decide  morar no Pantanal, tornando-se fazendeiro como o pai. 
Ele gostava muito de escrever sobre a natureza, mais especificamente, sobre o Pantanal.
Morava em uma fazenda e dedicava muito tempo observando os animais, grandes ou pequeninos, que passavam por ali.
Faleceu no dia 13 de novembro de 2014, aos 97 anos de idade. Esse ano será o centenário de nascimento do poeta Manoel de Barros.


VAMOS NOS ENCANTAR?

Acesse:


http://www.fmb.org.br/ (Conheça a fundação Manoel de Barros)

Conheça as obras que encantaram os alunos:


quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Pontos de vista de duas professoras de História

Sobre o trabalho com projetos:

Brasília, o coletivo, a Arte e a construção de um país

Professora Lia Granado – Ensino Fundamental 1

Antes de falar sobre Brasília, começo contando a riqueza que é trabalhar em um projeto coletivo. Um projeto em sala de aula já é uma imensa oportunidade de se construir e relacionar conhecimentos de maneira significativa e prazerosa. Imagine um projeto em que todos os alunos, funcionários e professores da escola estejam envolvidos?  Essa é a ideia da escola ao propor este projeto, e que ideia! 

Nós, professores, começamos a estudar sobre a Região Centro-Oeste ainda no ano passado, conversamos muito, refletimos e trocamos experiências. Fomos aos poucos construindo coletivamente. Com os alunos começamos no segundo trimestre e estamos a todo vapor. É muito gostoso poder entrar nas outras classes e descobrir o que eles estão estudando, ouvir dos colegas novas informações, diferentes pontos de vista e o mais importante, construir algo coletivamente.


Aterrissando em Brasília agora... Este foi um dos temas que selecionamos para o 5º. Ano. Tema um tanto espinhoso, se considerarmos que não tem como discutir apenas a arquitetura modernista de Niemeyer ou os painéis de Athos Bulcão ou ainda o urbanismo de Lucio Costa. Claro que em todas as aulas em que Brasília era o tema, vinha junto a vontade de falar sobre corrupção, impeachment, Temer, Dilma... Foi um grande desafio conversar sobre assuntos tão complexos. Procuramos garantir um espaço de discussão saudável, em que todos falassem e fossem ouvidos de maneira respeitosa. Aos poucos fomos relacionando este espaço de discussão com a nossa sociedade e com o conceito de democracia. Ao final, descobrimos que dá muito trabalho viver em uma democracia e que o respeito é a única maneira de convivermos bem dentro dela. Deixo o link do texto do professor do Ensino Médio Pedro Mancini sobre a discussão da política em sala de aula 
http://hugo-sarmento.blogspot.com.br/2016/06/precisamos-falar-sobre-politica.html, se você quiser saber mais sobre como conduzimos este intrigante e atual tema.

Em nossas aulas assistimos a trechos de documentários e fomos discutindo sobre aquele momento histórico, a escolha da localização da nova capital, sua construção e o seu significado em termos políticos. Alguns alunos já haviam visitado Brasília e trouxeram ricas contribuições e observações sobre a paisagem e o local em que a cidade foi erguida.

Apreciamos o plano de Lucio Costa e os maravilhosos edifícios de Oscar Niemeyer. Como não se encantar com as construções deste importante arquiteto, suas curvas, suas linhas modernas e ao mesmo tempo a sua simplicidade. O mais interessante foi que os alunos começaram a identificar outros edifícios projetados por Niemeyer: “Acho que o Museu Afro, foi ele que fez. Fomos lá no ano passado”, “Já sei, o Memorial de alguma coisa é muito parecido também!”, “Tem um no Rio! É um museu!”.  Finalizamos discutindo sobre o que faz de um Niemeyer, um Niemeyer!


O nosso foco em termos artísticos foi nos painéis criados por Athos Bulcão que estão espalhados por Brasília. Depois de estudarmos sobre este artista, desafiamos o grupo a criar seus próprios painéis inspirados em suas obras. 

No início o grupo achou que seria bem fácil criar o painel inspirado nos azulejos de Bulcão e que dependeria única e exclusivamente dos seus conhecimentos artísticos. Qual não foi o espanto de todos quando se pegaram fazendo cálculos para conseguir criar exatamente a sensação de movimento que queriam expressar em seu painel. “Matemática está em tudo”, conclui um aluno.

Além do exercício matemático complexo, da criação artística, os alunos tinham outro desafio enorme: o trabalho em grupo. Como escolher quais seriam os motivos a serem reproduzidos? Como deixar de lado o meu desenho em prol do painel coletivo? Como iriam fazer a composição? Como argumentar e comunicar ao outro o que eu estava pensando? Aos poucos foram dialogando, cedendo, defendendo suas opiniões e os painéis foram sendo criados. Todo este processo veio de encontro ao que estávamos discutindo sobre Brasília e o que é participar da construção democrática de um país. Tarefa muitas vezes árdua!

Este foi um pedacinho do nosso projeto Viagem ao Centro do Brasil. Você poderá apreciar um pouco mais dele na nossa Exposição de Artes. 

Começamos falando da riqueza de se trabalhar em um projeto envolvendo toda a escola e terminamos convidando você a ler como este mesmo tema foi trabalhado com o Fundamental II com outro foco, outra abordagem e outro olhar!


O estudo de Brasília e a prática da empatia

Professora Debora Querido – Ens. Fundamental 2 e Ens. Médio

Em tempos de intolerância e radicalismos vistos em episódios cotidianos, tornam-se cada vez mais urgentes as práticas de empatia. Longe de serem ações ligadas apenas ao altruísmo, o desenvolvimento da empatia está relacionado à cidadania e à convivência em sociedade. A palavra empatia tem a sua origem na língua grega: empatheia. Esse termo representa o sentimento de experimentar a situação e circunstâncias vivenciadas por outra pessoa. Ou, tão simplesmente, colocar-se no lugar do outro. Sugiro aqui a leitura de mais um texto do professor Pedro sobre o tema:

No ensino escolar, quando essa experiência de deslocamento de uma situação ocorre, a sala de aula se torna um local intrigante, empolgante e cheio de comentários e questionamentos. Como professora de História, é satisfatório ver os educandos se revoltarem com situações de exploração na Antiguidade, conspirarem como parte da tripulação em uma embarcação do século XV, ou ainda se indignarem com uma ação colonial. Fatos como estes mostram que o ensino pode – e deve – fazer uso da empatia, não apenas como meio de criatividade mas, também, como instigador social. 

Com esta consciência, projetos interdisciplinares sobre uma região ou um povo ganham uma importância ainda maior. Este é o caso do projeto deste ano, Viagem ao Centro do Brasil. Ao se propor a conhecer e estudar os espaços, as histórias e as culturas da Região Centro Oeste, o colégio se coloca em uma posição de empatia com uma outra região do país e se abre para uma melhor compreensão da identidade brasileira, sob outros pontos de vista.

Um dos aspectos aprofundados nos estudos é o dos trabalhadores, construtores e ocupantes desde o início de Brasília: os candangos. O olhar sobre os candangos segue correntes sociológicas e historiográficas que defendem um olhar a indivíduos anônimos, esquecidos ou não citados na história, mas responsáveis por mudanças em um entorno e por isso colaboram para uma compreensão mais ampla de determinado contexto. Neste sentindo, o estudo da construção e ocupação de Brasília promove, além de uma ampliação do conhecimento, um sentimento de empatia e censo crítico a um espaço. 

Brasília foi fruto de um projeto urbanístico, entregue em um concurso promovido pelo governo de Juscelino Kubitschek, em 1957. Esse presidente, eleito defendendo uma modernização nacional dirigida pelo Estado, comprometeu-se a fazer o Brasil crescer 50 anos em 5. E, para este crescimento, o projeto de urbanização era um dos protagonistas do seu governo.

Em aulas do 9º ano foram discutidas, a partir do governo de JK, as configurações atuais das cidades. E os alunos prontamente, ao pensar nas condições atuais das suas cidades, relacionaram a grande dependência de automóveis ao projeto de industrialização baseado na indústria automotiva do governo de JK. Neste caso, a disciplina História se propôs a não só explicar uma situação presente a partir de uma ação do passado, mas também, ao analisar o samba Saudosa Maloca, de Adoniran Barbosa, pensar nas condições dos milhares de pessoas desabrigadas que perderam suas casas com a construção de edifícios e rodovias. 

Cientes das desigualdades sociais provenientes do processo de urbanização brasileiro, os alunos possuíam mais referências para pensar o caso específico dos candangos. 

A palavra candango era usada com um sentido depreciativo. Segundo autoridades linguísticas e historiográficas, o termo vem da palavra “candongo”, da língua quimbundo ou quilombo, dos bantos do Sudoeste de Angola, e era usado para se referirem aos colonizadores portugueses. Já no Brasil, com os escravos angolanos a palavra foi usada para se referir as pessoas vindas do interior, mais especificamente os trabalhadores itinerantes pobres. Este foi o sentido usado para descrever os primeiros trabalhadores que ali chegaram. Mas, posteriormente, foram inclusos no termo os negros e mulheres que foram ocupando e transformando o plano piloto para além de um desenho arquitetônico.

O reconhecimento aos candangos foi feito pelo poder público antes mesmo da inauguração. A aquisição da estátua de Bruno Giorgi, exposta na Bienal de Artes de 1957 e escolhida pela Novacap para ser colocada na Praça dos Três Poderes teve, em pouco tempo, seu nome alterado de “Os Guerreiros” para “Os Candangos”. Na ocasião da inauguração, os candangos também comemoraram, junto com as autoridades públicas, a realização de um dos maiores e mais rápidos empreendimentos brasileiros. Entretanto, após seu encerramento, os candangos não tiveram espaço na obra que realizaram. E já que se recusaram a ir embora, foram realocados na periferia do plano piloto, nas cidades satélites.

A cidade que fora projetada por Lúcio Costa para receber 500 a 700 mil pessoas, em 50 anos abrigou mais de 3 milhões de habitantes. Pode-se concordar com arquitetos e historiadores que afirmam ser Brasília vítima do seu próprio sucesso. A cidade atraiu muitas famílias devido aos serviços oferecidos, seja com o funcionalismo público ou pelas obras que até a década de 80 ocupavam parte da paisagem urbana. Mas não conseguiu incluir todas elas de maneira democrática, oferecendo qualidade de transporte, de moradia, de segurança e saúde a todos. Não se pode, porém, negar o caráter inovador e a magnitude arquitetônica da obra. O tombamento pela UNESCO, em 1987, consagrou a cidade como patrimônio da humanidade.

Os alunos puderam examinar fotos antigas trazidas pela professora Tania que serviram como exemplos de documentação histórica e fontes de pesquisas.


Partindo desses fatos, não se pretende julgar a construção de Brasília. Pelo contrário, o objetivo é oferecer argumentos positivos e negativos para que cada um tire, a partir da sua própria subjetividade, uma conclusão. 

Dessa maneira, uma ação educativa crítica não age como doutrinação, mas, pelo contrário, através da empatia faz com que seja possível se colocar no lugar da maior parte de personagens de um fato. E, a partir disso, possibilitar a identificação com o lugar que mais os comova e desperte o desejo de mudança e colaboração.

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

O tema agora é Olimpíadas

Por Raquel Salge

Nas aulas de Educação Física, só temos falado em Olimpíadas. Este tema, atual e relevante, está sendo abordado com os alunos de todos os segmentos da escola. A proposta é trazer as notícias, curiosidades e reflexões, conforme a faixa etária e o interesse despertado.

Na escola pudemos vivenciar algumas das modalidades e todos os assuntos abordados estão fazendo parte da montagem de um grande painel.

No Ensino Fundamental 1, começamos o trabalho com um resumo deste grande evento e os alunos aprenderam um pouco sobre vários aspectos:

Mascotes

As Olimpíadas do Rio 2016 terão a participação de duas animadas mascotes. Representando a fauna e a flora, são elas: Vinícius, representando os animais do Brasil, e Tom, representando as nossas plantas. Os nomes são justas homenagens a dois grandes compositores da música popular brasileira: Vinícius de Moraes e Tom Jobim.

A mascote olímpica foi o assunto que mais despertou interesse nas 3 primeiras séries do Fundamental 1. Além do Tom e do Vinicius, também vimos todas as mascotes de Olimpíadas anteriores, desde 1972. Para a montagem do nosso painel, os alunos redesenharam, conforme a imagem acima, a mascote de 2016 e escolheram para ela um novo nome.

Tocha Olímpica 

A Tocha Olímpica é um importante símbolo das Olimpíadas, comemorando o roubo do fogo do deus grego Zeus por Prometeu.

Cumprindo a tradição, nos dias que antecedem o evento ela percorre diversas localidades do país que sediará os jogos, levando mensagem de integração. O percurso, dentro no nosso país, teve início em Brasília, no dia 3 de maio, já percorreu mais de 300 cidades de diferentes estados brasileiros e terminará no Rio de Janeiro, no dia 4 de agosto.

Repleta de elementos brasileiros, a tocha olímpica tem as cores que simbolizam nossos atributos naturais, além do reverenciado calçadão de Copacabana.


Para os alunos do 4º ano, o ponto de partida foi a Tocha Olímpica, sua trajetória, história e significado. Os alunos, em pequenos grupos, discutiram e recriaram a Tocha Olímpica ideal de acordo com a sua opinião. 


Locais de competição e modalidades

As provas ocorrerão em 32 locais de competição, em quatro regiões (zonas) da cidade do Rio de Janeiro. Ao todo serão disputadas 28 modalidades olímpicas, duas a mais do que as dos Jogos Olímpicos de 2012, uma vez que foram incluídas para esta edição o Rúgbi de Sete e o Golfe, modalidades inéditas em Olimpíadas até agora.


Os alunos do 5º ano, já com maior maturidade em relação ao tema, puderam enriquecer a discussão com artigos de jornais e notícias, contagem regressiva para os jogos e contribuíram para a composição do nosso painel com a recriação dos símbolos das modalidades Olímpicas. 


No Ensino Fundamental 2, o professor Ronaldo solicitou aos alunos uma pesquisa sobre a história das Olimpíadas desde a Antiguidade e fizeram uma linha do tempo. O maior interesse foi sobre as conquistas do Brasil, o número de medalhas e curiosidades sobre os atletas.


Com os alunos do Ensino Médio, numa abordagem mais crítica, o professor Daniel pretende avaliar junto com os alunos os verdadeiros legados da realização da Olimpíada no Brasil.

Para encerrar, estamos preparando um evento esportivo para os alunos do Fundamental 2 e Médio, no dia 20 de agosto, quando participarão de atividades práticas e de bate-papos com atletas como a ex-jogadora de futebol feminino Suzana Cavalheiro. 

Em breve enviaremos a programação.

Nosso principal interesse ao abordar estes temas é o de ampliar, nos alunos de todas as idades, a curiosidade e a vontade de procurar a atividade física como complemento necessário a uma vida plena e saudável.

quarta-feira, 29 de junho de 2016

Expedição Centro-Oeste: explorando o Pantanal e o Cerrado brasileiro nas aulas de Ciências

Por Sayuri Katia Iko e Simone Violante

O Pantanal – declarado Patrimônio Natural da Humanidade pela UNESCO no ano 2000 – é o mais recente assunto das aulas de Ciências do 6º ano. A maior planície alagável do planeta é também o menor dos biomas brasileiros, mas apresenta uma grande variedade de espécies. Sua importância, entretanto, não se restringe à biodiversidade.

É justamente para esses outros aspectos do Pantanal que os alunos do 6º ano voltam agora sua atenção. Eles começaram a investigar como os ciclos de enchentes e vazantes regulam o fluxo e a qualidade da água na região e influenciam o clima local. Compreender a complexa teia alimentar ali presente, a maneira como ela mantém a biodiversidade do bioma e conhecer as ameaças que pairam sobre ele também são objetivos desse trabalho.

O tuiuiú, Jabiru mycteria, é a ave símbolo do Pantanal Mato-grossense

O Cerrado é o bioma pesquisado pelos alunos do 7º ano. Quando pensamos nesse ambiente, logo imaginamos algumas árvores baixas, de aspecto tortuoso, espalhadas em meio a muitas gramíneas. Podemos também relacioná-lo a pastagens e grandes áreas de cultivo de soja. Porém, o Cerrado é bastante diversificado e apresenta desde campos abertos até formações florestais. É com um olhar mais atento, como se estivessem munidos de uma lente de aumento, que os alunos estão estudando essa vegetação. Eles já puderam constatar que o bioma apresenta um mosaico de paisagens e, portanto, não é uma imensa e homogênea savana. 

Ipê amarelo, Tabebuia alba: árvore símbolo do Brasil, é também encontrada no Cerrado

O Cerrado é o segundo maior bioma do país. Considerado o “berço das águas”, ele já perdeu uma boa parte de sua cobertura vegetal. Esse fato despertou em nossos alunos o interesse pela forma como ocorreu sua ocupação e é explorado atualmente. Outro dado que chamou a atenção deles foi o clima do Cerrado, marcado por temperaturas máximas elevadas e por um inverno extremamente seco. Por isso, as adaptações das plantas às condições da região também serão pesquisadas.

Os alunos do Ensino Médio retomam a caracterização dos principais biomas brasileiros quanto à localização, formação vegetal, fauna e clima, abordando também outros aspectos destas duas ecorregiões. 

 
Nossos alunos do Ensino Médio na seção Biomas durante a visitação ao Museu Catavento em maio/2016

Um destes aspectos é ampliar o estudo da formação única do Pantanal a partir das contribuições das províncias biogeográficas circundantes, como o Cerrado, a Floresta Amazônica, a Mata Atlântica e o Chaco. 
O objetivo é conhecer a composição da comunidade biológica pantaneira formada pela interação entre estes ecossistemas e entender melhor as chamadas zonas de transição.

Comparado a outros biomas brasileiros, o Pantanal ainda tem uma grande área preservada: cerca de 80% de sua formação original. Mas, nem por isso deixa de enfrentar problemas ambientais.  Só perde para a Mata Atlântica em número de animais ameaçados de extinção. A extração de minérios da região ao norte é responsável pela contaminação dos rios por metais pesados. O uso de agrotóxicos nas plantações de soja também compromete as águas.

Os estudos dos processos biogeoquímicos levam à compreensão da dinâmica local e orientação de formas de manejo mais adequadas, o que significa manutenção da sustentabilidade ambiental, ou seja, da conservação dos recursos naturais da região.

Pegando carona neste tema, outro aspecto abordado nas aulas é o agronegócio relacionado à sustentabilidade econômica e ambiental. 

Até meados de 1960, as atividades agrícolas no Cerrado eram limitadas e direcionadas à produção extensiva de gado de corte, porque os solos eram de baixa fertilidade para a produção agrícola. Porém, graças à irrigação e às técnicas de correção e adubação dos solos, atualmente há principalmente produção de soja, de milho, de arroz e de café. A cultura da soja, por exemplo, representa 59% da produção nacional. 

Com estes dados, os alunos iniciaram suas pesquisas sobre o cultivo de soja transgênica, constituição química e perfil dos solos, uso de defensivos agrícolas e agricultura alternativa orgânica. 

Cultivo de soja em Mato Grosso

Neste ano, o estudo dos dois biomas ganha destaque por estar inserido no projeto “Viagem ao centro do Brasil”. Essa investigação está sendo feita por meio de imagens, textos e documentários. Porém, não se limita à assimilação de dados técnicos. O compromisso com a conservação do meio ambiente tem também um forte componente afetivo, que deve ser sempre levado em consideração. Quando estudos como esse ocorrem, valorizamos o envolvimento que nossos alunos demonstram ter com as questões relativas à proteção da natureza, pois, quando se trata desse assunto, gostar é tão importante quanto conhecer.

Em um país com tantas riquezas naturais, a educação ambiental tem uma enorme importância. É nas aulas de Ecologia que os alunos adquirem as informações que permitem defender a conservação do meio ambiente e o uso sustentável de seus recursos com conhecimento de causa, e é também, ao longo desse percurso, que se encantam com a natureza.

quarta-feira, 22 de junho de 2016

Do pequeno Pablo ao monumental Picasso: nas aulas de Artes e de Espanhol, o desvendamento da obra do artista

Por Tania Vasone e Guilherme Viana


Nosso colégio é conhecido e reconhecido pelo trabalho pioneiro em arte-educação. Durante nossos 50 anos de existência, todas as equipes de professores foram motivadas a compreender a necessidade de garantir o trabalho de expressão dos alunos nas diversas manifestações artísticas.

A obra de Picasso e as mudanças do cenário artístico mundial, impactado por seus trabalhos, sempre foram tema de estudo de nossos alunos e professores. Tania Vasone, desde sua formação como artista e professora, tem especial interesse e admiração por ele. 
Assim, quando soubemos que o Instituto Tomie Ohtake traria a coleção das obras de Picasso do Musée National Picasso-Paris, vimos a oportunidade de estudar mais uma vez a trajetória do artista e da cultura espanhola. 

A exposição Picasso: mão erudita, olho selvagem nos deu muitos temas para discutir com os alunos: a genialidade dos artistas, como os museus formam um acervo, a importância da curadoria na montagem de uma exposição, despertando o interesse para vermos estas obras que nunca vieram para o Brasil. 

De início, os alunos pesquisaram e escreveram buscando entender que “A curadoria é um processo de organização, cuidado e montagem de uma exposição artística, selecionado pelo museu e pelo curador”  e sobre o museu – “Primeiro os museus precisam organizar suas obras por período, tema ou estilo, escolhendo uma localização para elas. Depois escolhem uma equipe para comandar, curadores, pesquisadores, montadores e produtores”.

Paulo Freire, certa vez, disse que a chave para a educação era a empatia, ou seja, só podemos aprender algo de verdade se houver algum laço de reconhecimento de si ou para si naquilo que estudamos. Portanto, precisávamos encontrar uma maneira de fazer os jovens terem alguma empatia com o inigualável Picasso. Porém, como criar empatia com alguém inigualável? Como se reconhecer na figura de um dos maiores mestres das artes da história da humanidade? 

Eis que a resposta estava na figura anterior ao magnânimo Picasso: o pequeno Pablo. 

Aproveitamos para unir os conteúdos das disciplinas de Artes e Espanhol. O professor Guilherme participou de várias etapas do trabalho e, assim, iniciamos a nossa preparação para a visita à exposição. 

A leitura compartilhada de um livro, em espanhol, que traçava toda a infância do pequeno Pablo, do início de seu percurso até ser reconhecido como figura única, permitiu que os jovens tivessem a chance de se conectar ao artista e de se perceber como iguais em muitos aspectos, como uma criança curiosa que olha para o mundo e que o experimenta. O interesse dos alunos havia sido despertado.

Nas aulas seguintes, falamos sobre o movimento cubista e a importância de trabalhos como Guernica e Les Demoiselles d’Avignon. Foram, assim, conhecendo a vida de Picasso e as influências da cultura espanhola, que se tornaram o mote de sua temática quando adulto. 

Durante a leitura, em uma aula conjunta com os dois professores, fomos pontuando aspectos variados dos quadros e temas ali contados, trocando ideias sobre as percepções de cada um. 

O que mais gerou discussões nos grupos foi a questão da tourada, muito retratada pelo artista, hoje entendida por nossos alunos como maus tratos ao animal. Aproveitamos para discutir sobre como é importante considerar o tempo histórico e compreender como os valores vão sendo modificados.

A etapa seguinte foi a experiência da exposição em si. Sim, experimentamos aquele espaço tão sensivelmente pensado, aquele acervo tão singularmente produzido e todas aquelas inesquecíveis trocas de conhecimento com a educadora do museu.  Ela nos propôs muito mais do que uma visita monitorada expositiva, nos convidou a uma construção de conhecimento, dando aos nossos jovens todas as chances de compartilhar tudo o que já sabiam e de sair de lá com muito mais em sua bagagem intelectual.

 


 
 

De volta ao nosso atelier, na escola, escolhemos diferentes temáticas das obras de Picasso e propusemos mais experimentações. No 8º ano, a proposta foi representar o violão, assim como Picasso, utilizando técnicas variadas. No 9º ano, o uso da linha contínua para a representação de uma forma. Os alunos da 1ª série do EM fizeram colagens a partir dos estudos do Cubismo Sintético. A 2ª série utilizou a pintura para representar as figuras escolhidas na forma cubista. 
A 3ª série se encantou pelas diversas fases e representou a fase azul e a fase rosa da forma como as compreenderam. 


De admiradores para semelhantes, de semelhantes para conhecedores e de conhecedores para produtores, esta foi a trilha artística complementada pela produção de um texto na língua materna do pequeno Pablo, buscando representar o tamanho do impacto da arte de Picasso na alma de cada jovem.

Os trabalhos já estão expostos na escola e o resultado ficou encantador! 

Estão todos convidados a vir apreciá-los!

  

quarta-feira, 15 de junho de 2016

Precisamos falar sobre política

 por Pedro Mancini

Sim, é um tema ardiloso. Mas, como educadores, não podemos nos abster de falar sobre ele – mesmo (ou principalmente) em tempos de radicalismos e polarizações...

Como é bem sabido, vivemos em um período político delicado, em que a população brasileira se encontra fortemente dividida em concepções ideológicas muito diferentes. Nesse contexto, a instituição escolar aparece como um dos muitos palcos em que os atritos político-ideológicos cotidianos se manifestam, causando grande estardalhaço e numerosas polêmicas: por vezes, educadores e educandos possuem visões de mundo diferentes, causando situações embaraçosas ou até conflitos diretos. Como a escola deve proceder nesses momentos, quando a polarização pauta as conversas políticas cotidianas, e sabendo da responsabilidade e do “poder de palavra” do professor?

Há aqueles que defendem que as crianças e jovens devem ser protegidos das opiniões dos professores, vistos como potenciais “ameaças” às mentes infantes. Essa desconfiança já resultou, inclusive, na aprovação de um projeto de lei em Alagoas que proíbe os professores de manifestarem suas convicções em sala de aula; movimentos similares ocorrem em outras partes do país, como no Amazonas.

O Colégio Hugo Sarmento não compartilha dessa visão, vendo com preocupação um movimento que defende a censura direta dos professores de diversas matérias – o que resultaria, simplesmente, no enorme retrocesso de uma educação que se pretende autônoma, crítica, inclusiva e transformadora. Em verdade, nossa instituição acredita que as aparências enganam e que, na verdade, estamos em um momento muito propício e fecundo para falar sobre política na escola caso escapemos da simples polarização. É a oportunidade perfeita para que educadores cumpram um de seus mais importantes papéis, qual seja: desenvolver o pensamento autônomo e a empatia, preparando os jovens para refletir, questionar, escutar o próximo e se colocar em seu ponto de vista para refinar seu pensamento e suas convicções.

Os professores, ao escaparem da perigosa tentação de explanar seu ponto de vista como o único verdadeiro e possível, podem preocupar-se muito mais em instigar o aluno a se informar o máximo possível e a desenvolver respeito pelas diferentes possibilidades de interpretação dos fatos políticos e sociais, o que acarreta no desenvolvimento de uma convivência ética, pilar de uma sociedade democrática que preza pela diversidade.

Nessa perspectiva, o professor não precisa esconder suas próprias convicções dos alunos, visto que tal obscurecimento, além de desonesto, não seria nada além de uma autocensura que atua em oposição à proposta humanista de consideração a toda visão política que respeite os Direitos Humanos e suas prerrogativas; apenas se precaver para a diferença entre expressar as opiniões e impô-las como as únicas possíveis, ou como moralmente superiores a todas as demais.

Antes de um rival ou um aliado político, o professor deve ser visto (e se fazer ver) como um indivíduo com opiniões a serem respeitadas como quaisquer outras que se pautam em valores humanos básicos, e diretamente responsável por auxiliar o jovem a tratar os demais com o máximo de respeito e consideração, estimulando o debate saudável e construtivo. Desarmado da necessidade de expor seu ponto de vista como o único viável, o educador deve apresentar ao aluno um leque de possibilidades interpretativas sobre a realidade, tal como ajudá-lo a desenvolver as habilidades mínimas para refletir criticamente e construir argumentos válidos e aprofundados para fundamentar suas próprias opiniões, seu próprio posicionamento, sem a necessidade de desrespeitar ou deslegitimar argumentos contrários.

Esse é o objetivo das disciplinas que tratam diretamente de assuntos relacionados ao espinhoso território da política, como Sociologia e Atualidades e Política. A disciplinas como essas cabe a importante missão de desenvolver a civilidade em nossos jovens, auxiliando a sociedade a “desarmar a bomba” do radicalismo ideológico – que constantemente seduz parte dos brasileiros à barbárie do desrespeito e do desprezo pela diferença (e, no limite, à desumanização). Em momentos turbulentos, cabe o desafio de relembrarmos os riscos do fanatismo e as vantagens éticas da convivência com a diversidade, pautada pelos princípios da racionalidade.

No caso específico de Atualidades e Política, trabalhamos o respeito à diversidade de opiniões, o senso crítico e a argumentação mediante a condução de debates orientados sobre temas polêmicos das realidades sociopolíticas nacional e internacional. A grande maioria dos temas é selecionada pelos próprios alunos, enquanto alguns são recomendados pelo próprio professor de acordo com sua relevância; a seguir, cada grupo responsável pela condução dos debates é orientado a ler alguns artigos opinativos sobre o assunto antes da aula, além de poder adensar suas argumentações mediante pesquisas próprias. Nessa dinâmica, os alunos por vezes ficam com a responsabilidade de defender pontos de vista contrários às suas próprias convicções – um excelente exercício não apenas de retórica, mas de empatia por aqueles que não partilham de sua visão de mundo!


Nesse trabalho, contamos com um elevado nível de participação dos alunos, que se sentem satisfeitos pela oportunidade de expor seus pontos de vista e desafiá-los em embates argumentativos pautados pela racionalidade, pela tolerância e pelo respeito mútuo. E de quebra, é claro, desenvolvemos os conhecimentos dos educandos sobre a realidade que os cerca, sobre os últimos eventos do Brasil e do mundo, e os preparamos para tornaram-se adultos responsáveis, respeitosos e bem informados, capazes de ler e interpretar criticamente notícias e opiniões alheias de modo a desenvolverem seus próprios pontos de vista com total autonomia. A seguir, a lista de temas abordados nessas aulas desde o início do primeiro trimestre do ano letivo, seguindo sugestões dos próprios educandos:

- O Zika Vírus e a realização de aborto em casos de microcefalia
- Amamentação em público
- A existência da transfobia
- A abordagem de questões de gênero em sala de aula 
- Críticas à Base Nacional Comum Curricular
- Legalização das drogas: vantagens e desvantagens
- Legalização da prostituição: vantagens e desvantagens
- Processo de Impeachment de Dilma Rousseff: Golpe ou não?
- "Bela, recatada e do lar": Houve machismo na reportagem da Veja?
- Propostas para a reforma política: Voto distrital e proporcional
- Eleições americanas
- Controle sobre o porte de armas: problema ou solução?
- O movimento de ocupação de escolas públicas do Estado de São Paulo
- Órgãos reguladores e o caso da limitação de dados das empresas de telecomunicações

Aos familiares dos alunos, também cabe a tarefa de sempre estimulá-los a se informar sobre o que está ocorrendo no mundo e a desenvolver e fundamentar suas perspectivas sobre esses acontecimentos. Desprovidos dessas informações e do hábito de ler e interpretar notícias e desenvolver opiniões com autonomia, nossos jovens ficam carentes de alguns atributos imprescindíveis para o pleno exercício da cidadania – condição determinante para evitarmos a barbárie e garantirmos a convivência ética um momento tão sensível e inclinado à polarização quanto o atual!

quarta-feira, 8 de junho de 2016

Manifestação Cultural

Saiba mais sobre as manifestações culturais da Região
Centro-Oeste...
Por Rosana Nunes

"Nós, brasileiros, somos um povo em ser, impedido de sê-lo. Um povo mestiço na carne e no espírito, já que aqui a mestiçagem jamais foi crime ou pecado. Nela fomos feitos e ainda continuamos nos fazendo. Essa massa de nativos viveu por séculos sem consciência de si... Assim foi até se definir como uma nova identidade étnico-nacional, a de brasileiros..." 
Darcy Ribeiro, em O Povo Brasileiro

O antropólogo Darcy Ribeiro (1922-1997) é autor de uma das obras importantes para se compreender a formação étnica e cultural do povo brasileiro, o ensaio histórico-antropológico O Povo Brasileiro – A formação e o sentido do Brasil, editado em 1995 e que completa 20 anos em 2015.

Manoel de Barros e Cora Coralina são exemplos de pessoas ilustres da Região Centro-Oeste que vêm nos encantando com sua poesia.

Neste trimestre continuamos em nossa viagem ao Centro do Brasil conhecendo mais sobre a cultura típica da região por meio das danças, músicas, vestimentas, barraca das brincadeiras e um pouco da culinária e retrataremos tudo isto na nossa tradicional Festa Junina de 2016.

Neste mês de junho os alunos puderam perceber que a cultura é bem diversificada em função das contribuições dos indígenas, paulistas, mineiros, gaúchos, bolivianos e paraguaios que povoaram a região.

As danças escolhidas e adaptadas para os alunos retratarem na nossa festa junina foram:

DANÇA: CHORADO
Esta dança surgiu no período colonial/imperial, quando escravos fugitivos ou transgressores eram aprisionados e castigados pelos Senhores e seus entes queridos solicitavam seu perdão e liberdade dançando o Chorado. A coreografia tem um ponto diferente de outras danças mato-grossenses autóctones, devido ao equilíbrio das garrafas na cabeça das dançarinas, as quais cantam e dançam um tema próprio. 

DANÇA: MASCARADOS
A Festa de São João de Corumbá se destaca com uma procissão até o cais do Paraguai. A dança dos Mascarados embeleza, com seu colorido figurino. Os movimentos da dança lembram os de uma quadrilha, e os dançarinos mascarados, como no teatro grego.

DANÇA: SIRIRI
O Cururu e o Siriri são um misto de elementos africanos, europeus (Espanha e Portugal) e indígenas que ecoam a religiosidade e a brincadeira.

Em Mato Grosso, o siriri é dançado por crianças, homens e mulheres em rodas ou fileiras formadas por pares, que acompanham toadas cujos temas mudam de verso para verso e cujas composições exaltam santos, cidades, a natureza e até pessoas.

CATIRA
Dança típica do Estado de Goiás, é também conhecida como cateretê em Minas Gerais e São Paulo. Marcada por palmeados e sapateados, a dança é por tradição exclusivamente masculina, mas nota-se atualmente a presença de mulheres. E dançada coletivamente, não necessariamente por pares, o que dá liberdade de execução individual aos seus participantes. É dança rural, outrora realizada em agradecimento ao santo de devoção pela boa colheita.

A MÚSICA SERTANEJA é a principal marca de expressão musical da região Centro-Oeste e estará presente durante todo o nosso festejo. 
 
A Viola-de-Cocho é um instrumento musical encontrado nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. É um símbolo nas danças tradicionais da região. Recebe este nome por ser confeccionada em tronco de madeira inteiriço, esculpido no formato de uma viola e escavado na parte que corresponde à caixa de ressonância. Esse instrumento é feito da mesma maneira como se faz um cocho, objeto lavrado em um tronco maciço de árvore usado para colocar alimentos para animais na zona rural. A Viola-de-Cocho foi reconhecida como patrimônio nacional, registrada no livro dos saberes do patrimônio imaterial brasileiro.

Os alunos do 5º ano fizeram uma pesquisa sobre a história da viola, conheceram as características do instrumento e finalmente projetaram e confeccionaram a viola usando material reciclado. Foi um momento muito desafiador para o grupo pensar nos materiais necessários e usar o manejo de diferentes ferramentas .

 
 
Além dessas danças, são ainda comemoradas: Folia de Reis, Festa do Divino, Festa de São Benedito, Romarias do Divino Pai Eterno, Congada de Catalão, Nossa Senhora dos Navegantes, entre outras. 
Mas, isso, retrataremos na nossa tão esperada exposição!

Gostaríamos de compartilhar o universo da Região Centro-Oeste e, para isso, estamos preparando uma sequência de posts para o nosso BLOG com nossas descobertas!

AGUARDEM!!!

 

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O Povo Brasileiro - Obra de Darcy Ribeiro