quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Avaliação Final – A hora é agora

O final do ano letivo se aproxima e esta é a hora de mobilização de alunos e pais para enfrentar as avaliações finais. Pode parecer que ainda é cedo, mas não é. Muitos alunos ficam preocupados com o desempenho que podem apresentar, enquanto outros sentem um prazer enorme em mostrar suas conquistas e há ainda aqueles que sofrem por terem apresentado um baixo rendimento.

São inúmeras as situações que envolvem o encerramento do ano, mas os pais devem estar sempre atentos para que seus filhos continuem se dedicando aos estudos. Para os alunos que necessitam da parceria e ajuda dos pais para concluir o ano com sucesso, as orientações a seguir ajudam muito.


Mesmo antes de o calendário de provas ser divulgado, é hora de o aluno analisar a sua situação em cada matéria, os conteúdos que precisam de mais atenção, de pedir ajuda ao professor no que for necessário, enfim, de tomar consciência do que aprendeu ou deixou de aprender durante o ano. É hora de muita dedicação por parte dos alunos: ler os livros pedidos, caprichar na realização das lições e entregas dos trabalhos, procurar esclarecer suas dúvidas e se preparar para as provas.


É hora também de os pais procurarem se inteirar da situação real dos filhos, de dar abertura para que eles coloquem suas dificuldades, de se prontificarem para ajudar e de fazer com que sintam que têm o apoio de que precisam da família. Não é hora de viajar no final de semana se na segunda-feira o filho terá uma prova difícil!  E não adianta colocar um professor particular esperando que ele possa recuperar os conteúdos uma semana antes da prova! 

O que auxilia muito o aluno nesta época é organizar uma rotina de estudos já para a avaliação do terceiro trimestre, que se inicia agora, na segunda semana de novembro, para os alunos do ensino fundamental 2 e do ensino médio. Os professores tutores, além das orientações de estudos dadas em classe, dão um atendimento individualizado aos alunos que têm maior dificuldade para se organizar para estudar. Os orientadores e tutores do colégio também estão à disposição dos pais para auxiliá-los neste importante momento da vida dos seus filhos.

 

Agora é a hora de conversar, orientar, trocar experiências, mais ouvir do que falar, cobrar com paciência, ajudar a não dispersar, estimular, apoiar. Desta forma as crianças e adolescentes se sentirão confiantes para superar mais uma etapa de sua vida escolar. 

No site “Educar para Crescer”, do Grupo Abril, recomendamos a realização de um teste “Seu filho está estudando direito para as provas?”, para avaliar se seu filho encontra em casa um ambiente adequado para se preparar para as avaliações, e também a leitura das “15 dicas para ajudar seu filho a enfrentar as provas da escola”, antes, durante e depois das provas.

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

A aula essencial

por Theodora M. Mendes de Almeida


Fernando José de Almeida foi meu professor de Didática na Faculdade de Pedagogia da PUC, no início dos anos 90. Desde então, minha ideia sobre como deveria ser um grande professor está relacionada às minhas memórias de suas aulas.

Culto, inteligente, engraçado e afetivo são algumas de suas qualidades que me marcaram como aluna e como pessoa e que ajudaram a pensar sobre uma referência de atuação dos professores em sala de aula.

Como diretora pedagógica, meu principal foco de trabalho tem sido a formação dos professores. Tenho me empenhado em ajudá-los a melhorar, cada vez mais, a sua atuação.


Para a abertura do nosso VII Simpósio, evento interno da equipe pedagógica de todos os segmentos, que tem o objetivo de trazer mais reflexões e informações a respeito da prática educativa em nossa escola e em outras instituições, relacionando a tradição ao tempo atual, convidei o professor Fernando. 

O tema AULA ESSENCIAL foi proposto por ele em várias conferências que realizou pelo Brasil com inúmeros professores da rede pública e privada: https://www.youtube.com/watch?v=uYDOR6dN71E. Achei que seria muito apropriado trazer suas reflexões para o momento que vivemos, de revisão de nossas práticas, vividas nestes 50 anos de nossa história.


O professor começou falando sobre um primeiro critério para a realização de uma aula que é o afeto. Segundo ele, o fato de o professor gostar dos alunos é um grande fator motivador para que prepare uma aula.

A escolha cuidadosa dos conteúdos (alicerces, combustível) garantem a manutenção da natural curiosidade do aluno “ Todo mundo quer aprender”. 

Causar o espanto, o encantamento durante a aula é parte da autoria do trabalho do professor. Daí vem a autoridade, o repeito e admiração do aluno pelo professor.

Ele nos disse que embora a versão atual da aula tenha como modelo a prática do séc. XVIII, a verdade é que este modelo só sobreviveu até hoje porque tem, sim, uma eficiência. Na verdade, para ele, esta ideia de que o professor é o facilitador da aprendizagem é equivocada. Para ele o professor deve ser mais um “complicador”, no sentido de instigar o aluno para querer saber mais e melhor.

Há, portanto, uma exigência grande e esforço por parte do professor para conduzir o processo de aprendizagem do aluno. No entanto, como um processo orgânico, a assimilação é interna e individual. Passa não apenas pela vontade de aprender, mas também pela de se empenhar para a elaboração do que aprendeu. Há momentos coletivos, há treinamento de uso de instrumentos, há a necessidade de acionar a criatividade e a disciplina.


Todas estas contribuições, com certeza, ajudaram aos nossos professores a refletir sobre sua atuação em sala de aula. Na segunda parte do nosso Simpósio, a ideia é apresentar situações práticas para juntos refletirmos sobre os encaminhamentos mais interessantes para os professores e, principalmente, para os alunos. Todos nos enriqueceremos com isto.

De minha parte, foi um prazer enorme reviver uma aula essencial com o inesquecível professor Fernando, a quem agradecerei eternamente.


quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Arte que dá sentido a tudo

por Theodora Maria Mendes de Almeida e Tania Vasone

Nos últimos textos de nosso blog “Manifestação Cultural”, “ Estudo do meio como metodologia para leitura afetiva de uma determinada realidade”, “Adentrando no universo da poesia”, “ Pontos de vista de duas professoras de História”, “ Expedição Centro-Oeste: explorando o Pantanal e o Cerrado brasileiro nas aulas de Ciências”,  procuramos relatar como cada turma, cada professor, cada área de conhecimento em cada segmento contribuiu para a construção do projeto coletivo  Viagem ao Centro do Brasil.

Ouvir, falar, ler e escrever foram habilidades muito estimuladas em todas as aulas. Comparar, listar, organizar e refletir também. 

Brasileiros aprendendo sobre o Brasil, pensando sobre como nos vemos, sobre como os estrangeiros nos veem e sobre como queremos ser vistos. A História, a Geografia, as Ciências, as Línguas Portuguesa, Inglesa e Espanhola foram enriquecendo as descobertas, ampliando o patrimônio cultural de cada um.

Agora chegou a vez da Arte. Arte que costura tudo, que une, que entrelaça com lã, linha, barbante, fita e corda. Que traz as cores, os sons, os aromas e aprimora todos os sentidos. Inspirados pelas obras de vários artistas e utilizando inúmeras técnicas e materiais, fomos dando forma aos conhecimentos que vinham aos poucos compondo a compreensão de todos sobre um mesmo tema. Arte que dá sentido a tudo.


Dedicados ao fazer artístico, reaproveitamos materiais para dar forma às miudezas de Manoel de Barros, às texturas das plantas e dos animais, aprendemos sobre a técnica dos índios para recriar peças de argila, pensamos e refletimos sobre nossos sentimentos para criar trabalhos de opinião, passeamos pelas linhas livres de Niemeyer e as retas e curvas da geometria traçadas com réguas e compassos, elaboramos monumentos em esculturas de arame e madeira, criamos maquetes com movimento da Física e até desobjetos retirados dos poemas.


A música esteve presente na moda da viola construída e tocada para acompanhar a poesia do Poeta e dos aprendizes. Dançamos, recitamos, cantamos no ritmo da criação.


A pintura, a colagem, o desenho foram compondo murais, painéis, cartazes. Nestes momentos de trabalho coletivo, valorizamos a participação de todos ao mesmo tempo e identificamos o protagonismo de alguns alunos que atuaram de modo diferente do dia a dia. Tem aquele que domina a tecnologia e contribui para a organização das pesquisas, aquele que já sabe editar um vídeo e recolhe o material coletado por todos, aquele que se expressa com facilidade e faz as entrevistas e ainda aquele que desenha com detalhes e traça o painel que é pintado por todos. 

Quando estamos juntos neste fazer criativo, as rotinas do cotidiano são transformadas, em harmonia, em criação, cada um a fazer e experimentar novas possibilidades de expressão, a conquista pessoal, a satisfação de ver seu trabalho realizado se estampa na face de nossos alunos, todos querem mostrar seus trabalhos e fazê-los da melhor maneira possível. Ao final, sempre ouvimos a avaliação de como foi bom fazer e de como se sentem plenos de satisfação por suas realizações.


Como parte de nossas comemorações de 50 anos, convidamos a todos a observar e apreciar o resultado deste trabalho em equipe, de alunos e professores, colegas cooperativos e orgulhosos do resultado de seu empenho e dedicação.


quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Estudo do Meio como metodologia para leitura afetiva de uma determinada realidade

Por Adriana Gallão

“Hum, esse perfume me lembra da viagem de estudos!” comentou uma aluna do 9º ano.
Quem não se lembra de uma viagem de estudos, uma excursão, um passeio pedagógico ou qualquer outro nome que se dê ao bom e conhecido Estudo do Meio? Com certeza são muito marcantes as lembranças que mantemos de nosso tempo de escola!
Esse modo de aprender, vivendo e experimentando o conhecimento, faz toda a diferença. É um dos momentos perfeitos para relacionar os saberes da sala de aula aos seus significados concretos e passar a fazer sentido para o estudante.

Segundo Schot (1) , “o estudo do meio (aula-campo) permite ao aluno ver de perto, na escala real, na observação direta, e perceber, por meio da paisagem e do lugar, como acontece o espaço.” [...] “trata-se de um jeito diferente e bem mais eficiente de estudar; envolve o incentivo à investigação; a utilização de recursos diferentes e mais motivadores do que o livro didático”. 

Acreditamos que o estudo do meio tem seu valor na apropriação dos sentidos de forma ampla e natural, quando o sentir, o enxergar e o ouvir tornam-se relevantes e, assim, consequentemente, se transforma o ensino no meio onde quer que se esteja. Ou seja, o incentivo à utilização dos sentidos é o que torna esse estudo de campo mais interessante, pois, com essa situação, outros valores serão dados a esta prática.

[...] sem pré-julgamentos ou preconceitos: liberar o olhar, o cheirar, o ouvir, o tatear, o degustar. Enfim, liberar o sentir mecanizado pela vida em sociedade, para a leitura afetiva que se realiza em dois movimentos contrários – negar a alienação, o esquema, a rotina, o sistema, o preconceito – e afirmar o afeto da comunidade e da personalidade (PONTUSCHKA (2) , 2006, p. 12).

A realização dos Estudos do Meio, em todos os níveis de ensino, mas particularmente na educação básica, torna mais significativo o processo ensino-aprendizagem e proporciona o desenvolvimento de um olhar crítico e investigativo sobre a aparente naturalidade do viver social.

Esta atividade pedagógica se concretiza pela imersão orientada na complexidade de um determinado espaço geográfico, do estabelecimento de um diálogo com o mundo, com o intuito de verificar e de produzir novos conhecimentos.

Com esse objetivo mergulhamos em uma vivência prática para conhecermos as propostas da Permacultura, com especial destaque ao projeto de Sistema Agroflorestal (SAF) como alternativa ao modo convencional da produção agrícola na Região Centro-Oeste do Brasil.

Em nossas aulas magnas conversamos sobre os impactos ambientais nos biomas do Cerrado e Pantanal e percebemos que os principais geradores da maior parte desses problemas são as técnicas agrícolas empregadas nas regiões causando desmatamentos, uso intenso de fertilizantes químicos e agrotóxicos em monoculturas para exportação.

Como forma de restabelecer e recuperar o equilíbrio do solo, do clima, da vegetação, dos rios e aquíferos do centro-oeste, estudamos projetos e técnicas utilizadas em diversos estados do Brasil, baseados nos princípios da Permacultura como o Projeto IPOEMA (http://www.ipoema.org.br/) e a Agenda Götsch (http://agendagotsch.com/) com suas iniciativas em Goiás.

Para conhecermos esses sistemas e técnicas de perto e na prática, visitamos, com as turmas dos 6º ao 9º ano do Fundamental 2, o Sítio Olho D’água (http://www.sitioolhodagua.net/site/) e, com os alunos do Ensino Médio, da 1ª à 3ª série, a Fazenda Atalanta (http://www.fazendaatalanta.com/).  Em ambos os lugares, os alunos vivenciaram o manejo e a implantação de uma agrofloresta. Cada um teve a oportunidade de semear, aprender como proteger os solos, como organizar a plantação dentro de um sistema agroflorestal, além de experimentar novos sabores do centro-oeste, aprender a fazer uso de raízes e plantas da região, comparar dois biomas, a Mata Atlântica e o Cerrado, e entrar em contato com técnicas sustentáveis de se viver.

Além de todas as atividades, os alunos dos 8º e 9º anos entrevistaram os moradores e monitores do sítio para entender as motivações daquelas pessoas em viver uma nova realidade, tão diferente do nosso cotidiano urbano.




Para registrar e organizar todos esses novos saberes e conhecimentos, os alunos receberam um caderno de campo que foi preenchido in loco. 

O caderno de campo é uma ferramenta que registra o espírito investigativo e crítico. Trata-se de uma feliz oportunidade de desenvolver, nos alunos, hábitos e procedimentos de pesquisa, tais como: a observação orientada, o registro de dados e informações mais sistematizados e, até mesmo, de suas impressões mais pessoais sobre a realidade. Além de anotações, esquemas, croquis e desenhos, no caderno de campo, os alunos foram motivados a utilizar o celular como um aliado do estudo, para fotografar, gravar vídeos e as entrevistas.

 

De volta e com todas as informações coletadas, continuamos nossos estudos comparando e completando as anotações das atividades, escrevendo relatórios e trocando fotos e impressões sobre o estudo do meio.

Agora que já sabemos e conhecemos o assunto, estamos em plena produção dos trabalhos para a exposição desse ano, que será nosso maior desafio: apresentar os resultados de nossos estudos por meio da linguagem artística. 

Esperamos vocês para conferir!

_________________________
(1) - SCHOT, A. P. ET AL. O estudo do meio ambiente – ir ver o que não se aprende nos livros. Revista Práticas de Geografia, Rio de Janeiro, v.1, n.1, 2004. 

(2) - PONTUSCHKA, N. N. Estudo do meio e ação pedagógica. IN: ENCONTRO NACIONAL DE
GEÓGRAFOS, 14., 2006, Rio Branco, AC. Anais ... Rio Branco, AC, 2006.

quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Adentrando no universo da poesia...

Por Rosana Nunes

Poesia e poema são a mesma coisa?

        (...) você sabe a diferença entre poesia e poema? Digo que é quase inútil porque as pessoas não se importam com isso. Mesmo assim, já que você é curioso de verdade, lá vai! As duas palavras vêm do grego e, nessa língua, a terminação “sia” (de poESIA) serve para dar nome a uma ação ou atividade, enquanto “ma” (de poeMA) indica o produto dessa atividade. Trocando em miúdos, poema é o produto, algo concreto, que podemos ler, enquanto poesia se refere à arte em geral, de maneira abstrata. Levando isso em conta, um livro de poesia ( assim mesmo, no singular) pode conter trinta poemas (e nunca trinta poesias). (...)

Ricardo da Cunha Lima. De cabeça para baixo. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2000.

Neste trimestre os alunos do foram convidados a adentrar no universo da poesia. Por meio da “roda de poesias”, selecionamos vários poetas brasileiros consagrados, como Manuel Bandeira, Mario Quintana, Ricardo Azevedo, Vinicius de Moraes, Sérgio Capparelli, e, assim, os alunos  foram ampliando o seu repertório.

No início, nosso objetivo foi o de socializar suas apreciações poéticas, sensações e experiências com os poemas e, sobretudo com a expressão poética, além de explorar a sonoridade presente nos textos, a estrutura dos versos, estrofes e rimas.  Esses foram os primeiros ensaios para adentrar no universo da poesia. 

O poema foi o “instrumento” para captar e revelar a poesia, pois sabemos que ela se refere a um universo muito mais amplo que o do livro e da leitura. Um gesto, um filme, uma flor pode ter poesia... Então, como nos ENCANTARMOS com a poesia?


O primeiro ensaio para embarcar neste mundo poético foi conhecer algumas obras do poeta mato-grossense MANOEL DE BARROS. Em comemoração ao Dia das Mães, os alunos escolheram trechos para declamar, sussurrando ao ouvido da figura mais significativa e poética de suas vidas, a sua mãe.


Outro momento de encantamento foi o de desafiar a lógica e a imaginação durante a leitura dos poemas e propor aos alunos que realizassem interpretações e as expressassem,  por meio de ilustrações particulares, as páginas do seu próprio livro. Neste momento, cada aluno pôde refletir sobre a poesia de modo íntimo e peculiar.

Também garantimos discussões do significado das expressões e palavras, antes de consultarmos o dicionário, para que os alunos trocassem suas experiências leitoras e percebessem que não é necessário entender todas as palavras para compreender um texto, e sim, procurassem criar suas próprias imagens. Isso, sim, é poesia!

A lição de férias foi outra forma de os alunos poderem familiarizar-se com o insólito poema de Manoel de Barros e, principalmente, um convite para olhar a natureza, as miudezas, o silêncio, o amanhecer no tempo livre, enfim... 

Para ser um fazedor de imagens...


Agora estamos nos dedicando à declamação e à performance, meios de se apresentar a poesia que requer uma preparação especial.  

Todo este encantamento poderá ser visto no SARAU DO MANOEL que vai acontecer durante a nossa Exposição, no dia 25 de setembro. Aguardem!


Conheça mais sobre o poeta...


Um pouco sobre o autor

O poeta Manoel Wenceslau Leite de Barros, mais conhecido como Manoel de Barros, nasceu no Beco da Marinha, em Cuiabá, Estado do Mato Grosso, no dia 19 de dezembro de 1916. Seu pai ergueu uma pequena fazenda, quando o pequeno Manoel tinha apenas um ano de idade, no coração do Pantanal. 
Manoel passou sua infância sentindo a textura da terra nos pés, brincando e correndo entre personagens que definiriam sua obra, os currais e os objetos que chamavam a atenção do futuro escritor. 
Depois de tantas aventuras, formado em Direito, no Rio de Janeiro, o poeta finalmente decide  morar no Pantanal, tornando-se fazendeiro como o pai. 
Ele gostava muito de escrever sobre a natureza, mais especificamente, sobre o Pantanal.
Morava em uma fazenda e dedicava muito tempo observando os animais, grandes ou pequeninos, que passavam por ali.
Faleceu no dia 13 de novembro de 2014, aos 97 anos de idade. Esse ano será o centenário de nascimento do poeta Manoel de Barros.


VAMOS NOS ENCANTAR?

Acesse:


http://www.fmb.org.br/ (Conheça a fundação Manoel de Barros)

Conheça as obras que encantaram os alunos:


quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Pontos de vista de duas professoras de História

Sobre o trabalho com projetos:

Brasília, o coletivo, a Arte e a construção de um país

Professora Lia Granado – Ensino Fundamental 1

Antes de falar sobre Brasília, começo contando a riqueza que é trabalhar em um projeto coletivo. Um projeto em sala de aula já é uma imensa oportunidade de se construir e relacionar conhecimentos de maneira significativa e prazerosa. Imagine um projeto em que todos os alunos, funcionários e professores da escola estejam envolvidos?  Essa é a ideia da escola ao propor este projeto, e que ideia! 

Nós, professores, começamos a estudar sobre a Região Centro-Oeste ainda no ano passado, conversamos muito, refletimos e trocamos experiências. Fomos aos poucos construindo coletivamente. Com os alunos começamos no segundo trimestre e estamos a todo vapor. É muito gostoso poder entrar nas outras classes e descobrir o que eles estão estudando, ouvir dos colegas novas informações, diferentes pontos de vista e o mais importante, construir algo coletivamente.


Aterrissando em Brasília agora... Este foi um dos temas que selecionamos para o 5º. Ano. Tema um tanto espinhoso, se considerarmos que não tem como discutir apenas a arquitetura modernista de Niemeyer ou os painéis de Athos Bulcão ou ainda o urbanismo de Lucio Costa. Claro que em todas as aulas em que Brasília era o tema, vinha junto a vontade de falar sobre corrupção, impeachment, Temer, Dilma... Foi um grande desafio conversar sobre assuntos tão complexos. Procuramos garantir um espaço de discussão saudável, em que todos falassem e fossem ouvidos de maneira respeitosa. Aos poucos fomos relacionando este espaço de discussão com a nossa sociedade e com o conceito de democracia. Ao final, descobrimos que dá muito trabalho viver em uma democracia e que o respeito é a única maneira de convivermos bem dentro dela. Deixo o link do texto do professor do Ensino Médio Pedro Mancini sobre a discussão da política em sala de aula 
http://hugo-sarmento.blogspot.com.br/2016/06/precisamos-falar-sobre-politica.html, se você quiser saber mais sobre como conduzimos este intrigante e atual tema.

Em nossas aulas assistimos a trechos de documentários e fomos discutindo sobre aquele momento histórico, a escolha da localização da nova capital, sua construção e o seu significado em termos políticos. Alguns alunos já haviam visitado Brasília e trouxeram ricas contribuições e observações sobre a paisagem e o local em que a cidade foi erguida.

Apreciamos o plano de Lucio Costa e os maravilhosos edifícios de Oscar Niemeyer. Como não se encantar com as construções deste importante arquiteto, suas curvas, suas linhas modernas e ao mesmo tempo a sua simplicidade. O mais interessante foi que os alunos começaram a identificar outros edifícios projetados por Niemeyer: “Acho que o Museu Afro, foi ele que fez. Fomos lá no ano passado”, “Já sei, o Memorial de alguma coisa é muito parecido também!”, “Tem um no Rio! É um museu!”.  Finalizamos discutindo sobre o que faz de um Niemeyer, um Niemeyer!


O nosso foco em termos artísticos foi nos painéis criados por Athos Bulcão que estão espalhados por Brasília. Depois de estudarmos sobre este artista, desafiamos o grupo a criar seus próprios painéis inspirados em suas obras. 

No início o grupo achou que seria bem fácil criar o painel inspirado nos azulejos de Bulcão e que dependeria única e exclusivamente dos seus conhecimentos artísticos. Qual não foi o espanto de todos quando se pegaram fazendo cálculos para conseguir criar exatamente a sensação de movimento que queriam expressar em seu painel. “Matemática está em tudo”, conclui um aluno.

Além do exercício matemático complexo, da criação artística, os alunos tinham outro desafio enorme: o trabalho em grupo. Como escolher quais seriam os motivos a serem reproduzidos? Como deixar de lado o meu desenho em prol do painel coletivo? Como iriam fazer a composição? Como argumentar e comunicar ao outro o que eu estava pensando? Aos poucos foram dialogando, cedendo, defendendo suas opiniões e os painéis foram sendo criados. Todo este processo veio de encontro ao que estávamos discutindo sobre Brasília e o que é participar da construção democrática de um país. Tarefa muitas vezes árdua!

Este foi um pedacinho do nosso projeto Viagem ao Centro do Brasil. Você poderá apreciar um pouco mais dele na nossa Exposição de Artes. 

Começamos falando da riqueza de se trabalhar em um projeto envolvendo toda a escola e terminamos convidando você a ler como este mesmo tema foi trabalhado com o Fundamental II com outro foco, outra abordagem e outro olhar!


O estudo de Brasília e a prática da empatia

Professora Debora Querido – Ens. Fundamental 2 e Ens. Médio

Em tempos de intolerância e radicalismos vistos em episódios cotidianos, tornam-se cada vez mais urgentes as práticas de empatia. Longe de serem ações ligadas apenas ao altruísmo, o desenvolvimento da empatia está relacionado à cidadania e à convivência em sociedade. A palavra empatia tem a sua origem na língua grega: empatheia. Esse termo representa o sentimento de experimentar a situação e circunstâncias vivenciadas por outra pessoa. Ou, tão simplesmente, colocar-se no lugar do outro. Sugiro aqui a leitura de mais um texto do professor Pedro sobre o tema:

No ensino escolar, quando essa experiência de deslocamento de uma situação ocorre, a sala de aula se torna um local intrigante, empolgante e cheio de comentários e questionamentos. Como professora de História, é satisfatório ver os educandos se revoltarem com situações de exploração na Antiguidade, conspirarem como parte da tripulação em uma embarcação do século XV, ou ainda se indignarem com uma ação colonial. Fatos como estes mostram que o ensino pode – e deve – fazer uso da empatia, não apenas como meio de criatividade mas, também, como instigador social. 

Com esta consciência, projetos interdisciplinares sobre uma região ou um povo ganham uma importância ainda maior. Este é o caso do projeto deste ano, Viagem ao Centro do Brasil. Ao se propor a conhecer e estudar os espaços, as histórias e as culturas da Região Centro Oeste, o colégio se coloca em uma posição de empatia com uma outra região do país e se abre para uma melhor compreensão da identidade brasileira, sob outros pontos de vista.

Um dos aspectos aprofundados nos estudos é o dos trabalhadores, construtores e ocupantes desde o início de Brasília: os candangos. O olhar sobre os candangos segue correntes sociológicas e historiográficas que defendem um olhar a indivíduos anônimos, esquecidos ou não citados na história, mas responsáveis por mudanças em um entorno e por isso colaboram para uma compreensão mais ampla de determinado contexto. Neste sentindo, o estudo da construção e ocupação de Brasília promove, além de uma ampliação do conhecimento, um sentimento de empatia e censo crítico a um espaço. 

Brasília foi fruto de um projeto urbanístico, entregue em um concurso promovido pelo governo de Juscelino Kubitschek, em 1957. Esse presidente, eleito defendendo uma modernização nacional dirigida pelo Estado, comprometeu-se a fazer o Brasil crescer 50 anos em 5. E, para este crescimento, o projeto de urbanização era um dos protagonistas do seu governo.

Em aulas do 9º ano foram discutidas, a partir do governo de JK, as configurações atuais das cidades. E os alunos prontamente, ao pensar nas condições atuais das suas cidades, relacionaram a grande dependência de automóveis ao projeto de industrialização baseado na indústria automotiva do governo de JK. Neste caso, a disciplina História se propôs a não só explicar uma situação presente a partir de uma ação do passado, mas também, ao analisar o samba Saudosa Maloca, de Adoniran Barbosa, pensar nas condições dos milhares de pessoas desabrigadas que perderam suas casas com a construção de edifícios e rodovias. 

Cientes das desigualdades sociais provenientes do processo de urbanização brasileiro, os alunos possuíam mais referências para pensar o caso específico dos candangos. 

A palavra candango era usada com um sentido depreciativo. Segundo autoridades linguísticas e historiográficas, o termo vem da palavra “candongo”, da língua quimbundo ou quilombo, dos bantos do Sudoeste de Angola, e era usado para se referirem aos colonizadores portugueses. Já no Brasil, com os escravos angolanos a palavra foi usada para se referir as pessoas vindas do interior, mais especificamente os trabalhadores itinerantes pobres. Este foi o sentido usado para descrever os primeiros trabalhadores que ali chegaram. Mas, posteriormente, foram inclusos no termo os negros e mulheres que foram ocupando e transformando o plano piloto para além de um desenho arquitetônico.

O reconhecimento aos candangos foi feito pelo poder público antes mesmo da inauguração. A aquisição da estátua de Bruno Giorgi, exposta na Bienal de Artes de 1957 e escolhida pela Novacap para ser colocada na Praça dos Três Poderes teve, em pouco tempo, seu nome alterado de “Os Guerreiros” para “Os Candangos”. Na ocasião da inauguração, os candangos também comemoraram, junto com as autoridades públicas, a realização de um dos maiores e mais rápidos empreendimentos brasileiros. Entretanto, após seu encerramento, os candangos não tiveram espaço na obra que realizaram. E já que se recusaram a ir embora, foram realocados na periferia do plano piloto, nas cidades satélites.

A cidade que fora projetada por Lúcio Costa para receber 500 a 700 mil pessoas, em 50 anos abrigou mais de 3 milhões de habitantes. Pode-se concordar com arquitetos e historiadores que afirmam ser Brasília vítima do seu próprio sucesso. A cidade atraiu muitas famílias devido aos serviços oferecidos, seja com o funcionalismo público ou pelas obras que até a década de 80 ocupavam parte da paisagem urbana. Mas não conseguiu incluir todas elas de maneira democrática, oferecendo qualidade de transporte, de moradia, de segurança e saúde a todos. Não se pode, porém, negar o caráter inovador e a magnitude arquitetônica da obra. O tombamento pela UNESCO, em 1987, consagrou a cidade como patrimônio da humanidade.

Os alunos puderam examinar fotos antigas trazidas pela professora Tania que serviram como exemplos de documentação histórica e fontes de pesquisas.


Partindo desses fatos, não se pretende julgar a construção de Brasília. Pelo contrário, o objetivo é oferecer argumentos positivos e negativos para que cada um tire, a partir da sua própria subjetividade, uma conclusão. 

Dessa maneira, uma ação educativa crítica não age como doutrinação, mas, pelo contrário, através da empatia faz com que seja possível se colocar no lugar da maior parte de personagens de um fato. E, a partir disso, possibilitar a identificação com o lugar que mais os comova e desperte o desejo de mudança e colaboração.

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

O tema agora é Olimpíadas

Por Raquel Salge

Nas aulas de Educação Física, só temos falado em Olimpíadas. Este tema, atual e relevante, está sendo abordado com os alunos de todos os segmentos da escola. A proposta é trazer as notícias, curiosidades e reflexões, conforme a faixa etária e o interesse despertado.

Na escola pudemos vivenciar algumas das modalidades e todos os assuntos abordados estão fazendo parte da montagem de um grande painel.

No Ensino Fundamental 1, começamos o trabalho com um resumo deste grande evento e os alunos aprenderam um pouco sobre vários aspectos:

Mascotes

As Olimpíadas do Rio 2016 terão a participação de duas animadas mascotes. Representando a fauna e a flora, são elas: Vinícius, representando os animais do Brasil, e Tom, representando as nossas plantas. Os nomes são justas homenagens a dois grandes compositores da música popular brasileira: Vinícius de Moraes e Tom Jobim.

A mascote olímpica foi o assunto que mais despertou interesse nas 3 primeiras séries do Fundamental 1. Além do Tom e do Vinicius, também vimos todas as mascotes de Olimpíadas anteriores, desde 1972. Para a montagem do nosso painel, os alunos redesenharam, conforme a imagem acima, a mascote de 2016 e escolheram para ela um novo nome.

Tocha Olímpica 

A Tocha Olímpica é um importante símbolo das Olimpíadas, comemorando o roubo do fogo do deus grego Zeus por Prometeu.

Cumprindo a tradição, nos dias que antecedem o evento ela percorre diversas localidades do país que sediará os jogos, levando mensagem de integração. O percurso, dentro no nosso país, teve início em Brasília, no dia 3 de maio, já percorreu mais de 300 cidades de diferentes estados brasileiros e terminará no Rio de Janeiro, no dia 4 de agosto.

Repleta de elementos brasileiros, a tocha olímpica tem as cores que simbolizam nossos atributos naturais, além do reverenciado calçadão de Copacabana.


Para os alunos do 4º ano, o ponto de partida foi a Tocha Olímpica, sua trajetória, história e significado. Os alunos, em pequenos grupos, discutiram e recriaram a Tocha Olímpica ideal de acordo com a sua opinião. 


Locais de competição e modalidades

As provas ocorrerão em 32 locais de competição, em quatro regiões (zonas) da cidade do Rio de Janeiro. Ao todo serão disputadas 28 modalidades olímpicas, duas a mais do que as dos Jogos Olímpicos de 2012, uma vez que foram incluídas para esta edição o Rúgbi de Sete e o Golfe, modalidades inéditas em Olimpíadas até agora.


Os alunos do 5º ano, já com maior maturidade em relação ao tema, puderam enriquecer a discussão com artigos de jornais e notícias, contagem regressiva para os jogos e contribuíram para a composição do nosso painel com a recriação dos símbolos das modalidades Olímpicas. 


No Ensino Fundamental 2, o professor Ronaldo solicitou aos alunos uma pesquisa sobre a história das Olimpíadas desde a Antiguidade e fizeram uma linha do tempo. O maior interesse foi sobre as conquistas do Brasil, o número de medalhas e curiosidades sobre os atletas.


Com os alunos do Ensino Médio, numa abordagem mais crítica, o professor Daniel pretende avaliar junto com os alunos os verdadeiros legados da realização da Olimpíada no Brasil.

Para encerrar, estamos preparando um evento esportivo para os alunos do Fundamental 2 e Médio, no dia 20 de agosto, quando participarão de atividades práticas e de bate-papos com atletas como a ex-jogadora de futebol feminino Suzana Cavalheiro. 

Em breve enviaremos a programação.

Nosso principal interesse ao abordar estes temas é o de ampliar, nos alunos de todas as idades, a curiosidade e a vontade de procurar a atividade física como complemento necessário a uma vida plena e saudável.

quarta-feira, 29 de junho de 2016

Expedição Centro-Oeste: explorando o Pantanal e o Cerrado brasileiro nas aulas de Ciências

Por Sayuri Katia Iko e Simone Violante

O Pantanal – declarado Patrimônio Natural da Humanidade pela UNESCO no ano 2000 – é o mais recente assunto das aulas de Ciências do 6º ano. A maior planície alagável do planeta é também o menor dos biomas brasileiros, mas apresenta uma grande variedade de espécies. Sua importância, entretanto, não se restringe à biodiversidade.

É justamente para esses outros aspectos do Pantanal que os alunos do 6º ano voltam agora sua atenção. Eles começaram a investigar como os ciclos de enchentes e vazantes regulam o fluxo e a qualidade da água na região e influenciam o clima local. Compreender a complexa teia alimentar ali presente, a maneira como ela mantém a biodiversidade do bioma e conhecer as ameaças que pairam sobre ele também são objetivos desse trabalho.

O tuiuiú, Jabiru mycteria, é a ave símbolo do Pantanal Mato-grossense

O Cerrado é o bioma pesquisado pelos alunos do 7º ano. Quando pensamos nesse ambiente, logo imaginamos algumas árvores baixas, de aspecto tortuoso, espalhadas em meio a muitas gramíneas. Podemos também relacioná-lo a pastagens e grandes áreas de cultivo de soja. Porém, o Cerrado é bastante diversificado e apresenta desde campos abertos até formações florestais. É com um olhar mais atento, como se estivessem munidos de uma lente de aumento, que os alunos estão estudando essa vegetação. Eles já puderam constatar que o bioma apresenta um mosaico de paisagens e, portanto, não é uma imensa e homogênea savana. 

Ipê amarelo, Tabebuia alba: árvore símbolo do Brasil, é também encontrada no Cerrado

O Cerrado é o segundo maior bioma do país. Considerado o “berço das águas”, ele já perdeu uma boa parte de sua cobertura vegetal. Esse fato despertou em nossos alunos o interesse pela forma como ocorreu sua ocupação e é explorado atualmente. Outro dado que chamou a atenção deles foi o clima do Cerrado, marcado por temperaturas máximas elevadas e por um inverno extremamente seco. Por isso, as adaptações das plantas às condições da região também serão pesquisadas.

Os alunos do Ensino Médio retomam a caracterização dos principais biomas brasileiros quanto à localização, formação vegetal, fauna e clima, abordando também outros aspectos destas duas ecorregiões. 

 
Nossos alunos do Ensino Médio na seção Biomas durante a visitação ao Museu Catavento em maio/2016

Um destes aspectos é ampliar o estudo da formação única do Pantanal a partir das contribuições das províncias biogeográficas circundantes, como o Cerrado, a Floresta Amazônica, a Mata Atlântica e o Chaco. 
O objetivo é conhecer a composição da comunidade biológica pantaneira formada pela interação entre estes ecossistemas e entender melhor as chamadas zonas de transição.

Comparado a outros biomas brasileiros, o Pantanal ainda tem uma grande área preservada: cerca de 80% de sua formação original. Mas, nem por isso deixa de enfrentar problemas ambientais.  Só perde para a Mata Atlântica em número de animais ameaçados de extinção. A extração de minérios da região ao norte é responsável pela contaminação dos rios por metais pesados. O uso de agrotóxicos nas plantações de soja também compromete as águas.

Os estudos dos processos biogeoquímicos levam à compreensão da dinâmica local e orientação de formas de manejo mais adequadas, o que significa manutenção da sustentabilidade ambiental, ou seja, da conservação dos recursos naturais da região.

Pegando carona neste tema, outro aspecto abordado nas aulas é o agronegócio relacionado à sustentabilidade econômica e ambiental. 

Até meados de 1960, as atividades agrícolas no Cerrado eram limitadas e direcionadas à produção extensiva de gado de corte, porque os solos eram de baixa fertilidade para a produção agrícola. Porém, graças à irrigação e às técnicas de correção e adubação dos solos, atualmente há principalmente produção de soja, de milho, de arroz e de café. A cultura da soja, por exemplo, representa 59% da produção nacional. 

Com estes dados, os alunos iniciaram suas pesquisas sobre o cultivo de soja transgênica, constituição química e perfil dos solos, uso de defensivos agrícolas e agricultura alternativa orgânica. 

Cultivo de soja em Mato Grosso

Neste ano, o estudo dos dois biomas ganha destaque por estar inserido no projeto “Viagem ao centro do Brasil”. Essa investigação está sendo feita por meio de imagens, textos e documentários. Porém, não se limita à assimilação de dados técnicos. O compromisso com a conservação do meio ambiente tem também um forte componente afetivo, que deve ser sempre levado em consideração. Quando estudos como esse ocorrem, valorizamos o envolvimento que nossos alunos demonstram ter com as questões relativas à proteção da natureza, pois, quando se trata desse assunto, gostar é tão importante quanto conhecer.

Em um país com tantas riquezas naturais, a educação ambiental tem uma enorme importância. É nas aulas de Ecologia que os alunos adquirem as informações que permitem defender a conservação do meio ambiente e o uso sustentável de seus recursos com conhecimento de causa, e é também, ao longo desse percurso, que se encantam com a natureza.