quinta-feira, 21 de agosto de 2014

ÁGUA - É preciso conscientizar

Em uma cidade que convive praticamente todos os verões com o drama das enchentes, enfrentar uma crise de abastecimento pode parecer algo incomum. No entanto, há pelo menos dez anos já se sabe que são necessários investimentos no setor que permitam a construção de novos reservatórios e melhorem o sistema de distribuição de água tratada em São Paulo. Bastou, então, um verão atípico para que chegássemos a uma situação crítica.
  
       Diante de um quadro tão grave, discutir o problema em sala de aula torna-se ainda mais importante. Em nosso colégio o assunto água é trabalhado em vários momentos: nos projetos da Educação Infantil, como o das árvores ou o dos animais dos Polos, por exemplo, mas ganha um especial destaque no 3º ano, quando é tema de projeto, e depois é retomado no 6º ano, como parte do estudo do planeta Terra.

 

    Neste ano, os alunos do Grupo 4 fizeram um registro que gerou muitas reflexões. Anotaram, desde o mês de fevereiro, os dias de chuva. Isto porque estavam cuidando das plantas e verificando os dias em que era preciso regar.


 

Desde que foi criado, o projeto Água do Ensino Fundamental 1 inicia-se com a seguinte pergunta: “De onde vem a água que usamos no dia a dia?”.  É justamente a partir de uma questão sobre o abastecimento da população com água potável que os alunos começam a aprender sobre esse recurso natural e a pensar sobre as ações necessárias para evitar que ele se torne cada vez mais escasso.

Ao observar a evolução do abastecimento de água e da captação de esgoto ao longo da história, os alunos percebem o quanto já melhoramos em termos de saneamento básico. Porém, quando confrontam essas informações com as notícias a respeito da falta d’água em nossa cidade ou mesmo em outras regiões do Brasil e do mundo, veem que ainda temos muito a fazer até que todos possam dispor de água tratada.

O resultado desse estudo é transformado em uma campanha em que os alunos visitam outras classes e conversam com os colegas a respeito do assunto. Com essa ação, tornam-se, além de participantes desse esforço coletivo de economia de água, divulgadores de suas medidas e multiplicadores de atitudes cidadãs.

 

Vivemos em um país cujos recursos hídricos são abundantes, mas, para os habitantes de São Paulo, o abastecimento da cidade com água potável foi, desde o princípio, uma corrida contra o aumento populacional. Para que possam compreender melhor o desafio que é fornecer água potável para nossa cidade, anualmente levamos os alunos a uma das estações de tratamento de água da Sabesp. Desta vez a equipe de educadores do colégio tem uma missão a mais: deve informar nossos estudantes sem, contudo, alarmá-los.

A preocupação por eles demonstrada é grande e não tem sido uma tarefa fácil admitir que a reserva do sistema Cantareira possa acabar já em outubro. As discussões sobre a falta d’água continuam e, felizmente, é possível observar que o número de alunos que têm adotado medidas de economia de água vem crescendo.

Outro fato animador é o interesse de vários de nossos alunos pelas próximas eleições. Apesar da pouca idade, alguns falam como se já fossem eleitores. Os meteorologistas preveem mais um verão com poucas chuvas e a solução para o problema do abastecimento de água em São Paulo inclui fazer, nas urnas, a melhor escolha possível. Por isso, analisar as propostas dos candidatos ao governo estadual e discuti-las no espaço escolar também faz parte desse trabalho de educação ambiental.  

   

Estas questões tornam-se ainda mais relevantes para os alunos do Ensino Médio, uma vez que parte deles já tem direito ao voto e o posicionamento político partidário surge durante os debates. As discussões sobre o tema em sala de aula ganham uma abordagem mais ampla e aprofundada, levando-se em conta os aspectos políticos, econômicos e sociais não só de nossa cidade, mas do Brasil, e os conflitos pelo mundo que envolvem a disputa pela água potável.

Aspectos duros da realidade, como informações de que cerca de um sexto da população mundial não tem acesso à água potável, que 40% dessa população não têm instalações sanitárias em casa, que aproximadamente 80% das doenças que ocorrem no mundo estão relacionadas ao consumo de água em más condições sanitárias e que, em cidades como São Paulo, cerca de 50% da água potável se perdem por vazamentos, infiltrações, ligações ilícitas e por desperdícios, despertam a consciência para os complexos problemas que envolvem a urbanização nos grandes centros ao redor do mundo.

Pensar, conhecer, refletir e agir... são quatro verbos fundamentais que permeiam as atividades pedagógicas na escola e que estão a serviço da construção da participação cidadã.

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

PENSANDO EM 2015...

Sabemos que é preocupação dos pais e das mães oferecer aos seus filhos, além de uma escola de qualidade, oportunidade de uma formação mais ampla, de um convívio saudável com outras crianças e adolescentes e estímulos adequados para cada faixa etária.
Como pais, ficamos tranquilos quando nossos filhos estão na escola, pois sabemos que ali eles vão se desenvolver de modo saudável e pleno, assistidos por profissionais que se dedicam a pensar e a fazer o tempo didático ser aproveitado da melhor maneira.
Mas, e no tempo em que eles não estão na escola? À medida que vão crescendo, suas necessidades vão se modificando. Em comum, entretanto, é o desejo de conseguir uma formação complementar, a mais ampla possível, além dos conteúdos formais da escola, em ambiente seguro e de fácil acesso. 
Em um encontro que realizamos com um grupo de mães parceiras da escola, no final do semestre passado, buscamos identificar quais as maiores preocupações e desejos das famílias quanto ao tempo e à rotina das crianças e jovens fora da escola.
O tempo excessivo passado na frente da televisão e o uso desmedido do computador e dos videogames foram citados como as maiores preocupações das famílias. Também notamos a vontade de oferecer momentos de brincadeira e diversão num ambiente apropriado e seguro.

Concordamos, educadores e pais, que o tempo de lazer e a possibilidade de estar em casa sem atividades dirigidas são fundamentais.
Realizamos, junto aos alunos mais velhos, uma pesquisa para levantar quais as atividades realizadas por eles no período oposto ao da escola, com o objetivo de conhecer um pouco mais a questão.
A oportunidade de participar de propostas que contemplem a movimentação do corpo – nas diversas modalidades esportivas e de expressão corporal; atividades que estimulem o prazer pela música; que favoreçam a manipulação de materiais diversos, que abram mais possibilidades de conhecer a cidade e as diversas culturas, que tragam novos pensamentos e raciocínios em forma de jogo e diversão, parece ser mesmo o interesse de pais e filhos.
E como usufruir tudo isto nesta cidade que sofre com a dificuldade de mobilidade, insegurança e altos custos?
Em nossa experiência, nestes anos todos dedicados à Educação de crianças e jovens, já oferecemos nossos serviços em diversos outros formatos de tempo, inclusive o integral. Entretanto, não queremos repetir o formato, por acreditarmos que o tempo da criança deve ser equilibrado, entre casa e escola, e que cada um possui habilidades e interesses específicos e diversos que precisam ser respeitados. Um período integral convencional não consegue contemplar esta diversidade de interesses dos alunos e a necessidade das famílias, normalmente extenuando fisicamente as crianças e financeiramente aos responsáveis.

Pensamos, então, em oferecer um programa de atividades que complementem o rico período em que os alunos já passam em nosso colégio, mas que estes possam optar pelos dias e pelas atividades com que mais se identificarem.


O critério destas escolhas também pode variar: seja porque já são habilidosos o bastante e querem se aprimorar ainda mais em alguma área ou porque a oportunidade de conhecer e fazer uma atividade em um contexto diferente os ajudará a aprender e a se desenvolver mais.
A Equipe de Coordenação e Direção da escola esteve dedicada durante o primeiro semestre a pensar nestas questões e a elaborar uma proposta para 2015 que complementará o aprendizado de nossos alunos no tempo contrário ao que estão na escola.
Para que atendamos plenamente aos interesses da maioria, nas diferentes idades, elaboramos questionários que nos ajudarão a finalizar as nossas ideias. Para contribuir com sua opinião, por favor, acesse o link e responda ao questionário: https://pt.surveymonkey.com/s/MRP59BD 
Em breve retomaremos o assunto nas reuniões de pais.

Desde já agradecemos por sua colaboração.

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Dia dos Pais

A comemoração do Dia dos Pais na escola

Sempre entendemos as datas comemorativas como uma especial oportunidade de proporcionar um encontro. 

No início, nos anos 70 e 80, a expectativa das famílias era a de ver as crianças se apresentarem, em geral um musical ou pequenas leituras de poemas e dramatizações. Os pais saíam do trabalho, vestidos com seus ternos e gravatas e sentavam-se somente para assistir. As crianças preparavam presentes como escovas para engraxar sapatos, flanelas para limpar o vidro dos carros, objetos para escritório.

A partir dos anos 90 houve uma mudança de comportamento e de valores, a relação dos pais com seus filhos foi se modificando e a escola entendeu que a manutenção destes encontros no ambiente escolar é fundamental.
Nas cartinhas ditadas ou escritas pelas crianças, uma coisa nunca mudou: o desejo de todos os filhos é o de passar mais tempo com seus pais; assim, a escola pode colaborar e se emocionar junto com todos.
 
Hoje, mesmo mais disponíveis para os filhos, nem todos os pais podem se ausentar do trabalho durante a semana para trazê-los ou buscá-los na escola; então, esta é mais uma oportunidade de ver seu filho junto com as outras crianças, conhecer os outros pais e perceber a relação de seu filho com a professora e demais pessoas da escola.

Nossas propostas agora privilegiam sempre a interação, o “fazer junto”, o compartilhar; por esta razão, a comemoração acontece aos sábados.  Elas são sempre relacionadas ao que vivemos na escola – assim, os pais podem também saber e acompanhar de perto o que as crianças estão aprendendo. Nos últimos anos fizemos construção de máquinas sonoras, pintura em azulejos portugueses, passeio e brincadeiras antigas na praça, visita a museu, enfim, momentos interessantes e que condizem com a proposta pedagógica da escola. 

 


Neste sábado, esperamos pelos pais dos alunos da Educação Infantil e do Ensino Fundamental I para mais um delicioso encontro.
A partir do Ensino Fundamental II, os alunos já não desejam este encontro na escola, mas sabemos que o momento de estar juntos, o diálogo, o tempo compartilhado serão necessidades para a vida toda.
Que seja um feliz Dia dos Pais com seus filhos!

Clique aquiEste link também fala de modo interessante sobre o papel dos pais na vida dos filhos.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

REINICIAR...

As férias chegaram ao fim, já é hora de retornar. Todos voltam às suas atividades como estudantes e educadores, readaptando-se à rotina diária. 
  
Voltar a conviver em grupo é sempre um desafio. Por isto, as atividades que serão propostas têm grande importância no processo de reintegração do grupo, e as crianças vão, aos poucos, se envolvendo. 

 

Na Educação Infantil desenvolvemos o trabalho com os “Registros de Férias”, criando oportunidade para que cada criança compartilhe suas vivências. Todos estarão ansiosos e curiosos para saber como foram as férias e contar o que fizeram.

 

No Fundamental 1, após o reencontro, iniciaremos o fechamento do 2° trimestre, promovendo várias ações para avaliar os alunos em seu processo de aprendizagem, com o objetivo de verificar a evolução de cada um.

Toda a variedade de instrumentos que usamos no dia a dia serve para identificarmos as necessidades, uma vez que cada um possui ritmo e formas de aprendizagem diferentes.

Nos meses de maio e junho foram realizados estudos do meio, trabalhos em grupo, debates, relatórios de observação e atividades avaliativas. No mês de agosto tomamos um maior cuidado com relação à retomada dos conteúdos e, para isso, usamos a lição de férias como uma das estratégias. No 3° ano é realizada uma orientação de estudos em sala de aula, com a professora; a partir do 4° ano, gradativamente, segue um cuidadoso roteiro de estudos para casa, como preparação para a realização da prova trimestral.

 

Acreditamos que esse período é decisivo para o aluno tomar consciência do seu percurso escolar e, principalmente, dedicar-se aos estudos, caso não tenha apresentado um bom desempenho no 1° trimestre. Por isso, os alunos também realizam, junto com o professor, uma autoavaliação, com a finalidade de identificar quais pontos têm que ser melhorados e ajustá-los no decorrer do trimestre.

Neste período de retomada das atividades, a participação e a colaboração dos pais é muito importante.

O retorno às aulas no 2º semestre demanda uma organização especial dos alunos do Fundamental 2 e do Ensino Médio, pois com a volta em agosto temos o início da semana de provas trimestrais. Depois de um mês de merecidas férias, é hora de darmos continuidade ao ritmo diário de estudos necessário a cada disciplina. Assim, toda a equipe pedagógica – professores e tutores – assume um papel fundamental de orientadores do processo de estudo para as provas nesta época do ano.

Aos professores, cabe orientar os alunos neste processo de retomada dos conteúdos, seja nas revisões feitas nos primeiros dias de aulas de agosto, em que relembram em sala quais foram os itens da matéria estudados até o final de junho, seja nas orientações específicas de estratégias de estudo para cada disciplina. Às tutoras das turmas, cabe fazer uma discussão com a classe sobre as estratégias individuais de estudo para as provas e promover o intercâmbio destas experiências. Desta forma, é possível abrir espaço na escola para a colaboração entre os próprios alunos sobre as formas e as técnicas de estudo ainda não exploradas por todos.

Desejamos a todos um retorno tranquilo, com a expectativa de muitas novidades e aprendizagens significativas.

quarta-feira, 25 de junho de 2014

O importante período de férias

              As férias chegaram e, com elas, a oportunidade para as crianças descansarem e aprenderem muito, de uma outra maneira. Este período é muito importante para a criança fazer as coisas com mais tranquilidade.
             Neste sentido, sabemos que existe uma linha de pensamento que caminha nesta direção.
              É o movimento Slow, uma corrente de pensamento que prega a desaceleração. Ele já está em diversas áreas, como na alimentação com o slow food, na moda com o slow design e na criação dos filhos com o slow kids ou slow parenting. O precursor dessa ideia é o escritor e jornalista Carl Honoré, autor de dois livros que dão base para o movimento, “The Power of Slow” e “Under Pressure”.

Os 10 princípios do Slow Kids:
1.  Desligar todo tipo de tecnologia por pelo menos 1 hora por dia (mais é melhor).
2.  Ser os pais – deixar de tentar ser os amigos do seu filho.
3.  Cultivar a habilidade de observar seus filhos, e outras crianças, e ser atento nessas  observações. Perceber as diferenças das várias idades.
4.  Casas são as primeiras escolas, pais os primeiros professores. Entenda os valores e a importância do seu papel.
5.  O trabalho de uma criança é brincar.
6.  Você deu a vida, mas você não é a vida do seu filho.
7.  Ok dizer não. Estabeleça limites.
8.  Menos é mais – criatividade muitas vezes nasce do tédio.
9.  Entenda, respeite e honre sua comunidade – dentro e fora de casa.
10.  Aprenda a cultivar espaços silenciosos durante o dia e ter tempo pra esvaziar a mente.

Para saber mais sobre isto, clique em http://www.slowkids.com.br/

Para muitos pais, porém, o período de férias representa um desafio, pois eles querem encontrar formas seguras de cuidar e entreter os filhos. Então, como programar as atividades das crianças, já que elas reclamam ao ficarem sozinhas em casa, longe dos amigos?

         É uma ótima oportunidade para conversar mais com os filhos, combinar juntos o que será melhor para todos, como fazer as refeições juntos e aproveitar os momentos para passeios e brincadeiras, seja um piquenique, um passeio ao clube ou os programas culturais disponíveis na cidade.
        Manter os contatos sociais com pessoas da família, como avós e primos, também é muito significativo. Partilhar momentos em família é fundamental para a formação da criança e deixa recordações para a vida inteira.

O contato com os amigos da escola também é uma forma agradável de diversão. Podem passar o dia um na casa do outro ou combinar passeios, estreitando desta forma os laços de amizade.                             

A palavra férias remete a descanso, passeio e diversão, mas também é possível aproveitar as férias para aprimorar certas habilidades, como participar de oficinas de artes, aprender a tocar um instrumento musical, conhecer mais sobre a cultura de determinado local, ler aquele livro que estava com vontade ou ouvir uma boa música.
                                                       Compartilhando o Diário de Férias na volta às aulas

Aqui no colégio, os alunos da Educação Infantil e do Ensino Fundamental I costumam levar uma atividade de férias, com o propósito de estabelecer conexão com os assuntos dos projetos, pois o trimestre é interrompido pelas férias. Há uma grande preocupação em garantir o período de descanso da rotina escolar e, por isso, cuidamos da dosagem da atividade, para que seja interessante, leve e que possa ser compartilhada com os familiares.

Outras sugestões para férias saudáveis e descontraídas e que envolvam parentes e amigos: temporada com os avós; rever álbuns de fotografias ou passar um tempo em colônia de férias com atividades recreativas e esportivas; fazer passeios ecológicos; andar de bicicleta e fazer piquenique no parque; ir a circos, museus, espaços culturais, teatros, cinemas, além de proporcionar momentos com os amigos em casa, em que possam brincar com seus próprios brinquedos.

 Mais dicas sobre o tema:


Esse período é necessário para que alunos e a equipe pedagógica “recarreguem as baterias” e aproveitem cada momento para depois retornarem às aulas com mais disposição para a aprendizagem e para a vida que segue.

Boas férias a todos!

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Projeto Nutrição

A alimentação das crianças e jovens é um assunto que está presente em todas as rodas de conversa entre educadores.

Ações com os alunos, como o acompanhamento e a atenção das professoras na hora do lanche, o incentivo ao plantio e ao preparo de alimentos e a experimentação de sabores diversos no contexto da escola, sempre fizeram parte de nossa proposta pedagógica.
  

 
                                       
Desde o ano passado, contamos com a parceria da nutricionista Roberta Ursaia, mãe do aluno Bento, para nos orientar sobre aspectos importantes da alimentação das crianças.

Reuniões com os professores, com os pais e com o pessoal da cantina têm sido feitas com o objetivo de informar e de pensarmos juntos sobre mudanças de hábito importantes.
 

Compartilhamos aqui um texto escrito por Roberta para colaborar com as famílias em casa, na hora das refeições:

TÁ NA MESAAAAAA!!!

“As refeições são momentos muito valiosos para a formação de hábitos alimentares saudáveis, além de serem momentos importantes de confraternização da família.
Porém, muitas vezes, essas oportunidades são desperdiçadas. Em geral, as famílias fazem poucas refeições reunidas, por diversos motivos, ou as refeições se tornam tumultuadas pelas crianças que não querem comer naquele momento ou que não querem comer o que tem, levando, muitas vezes, os pais ao desespero e à exaustão.
Se você se identifica com alguma dessas situações, veja a seguir algumas dicas simples que podem transformar as refeições em momentos prazerosos, de união familiar e de construção de hábitos alimentares saudáveis:
Rotina - Informe as crianças sobre a rotina do dia e procure avisar com um pouco de antecedência que está chegando o horário da refeição, sem exaltação positiva ou negativa. Assim, não será necessário interromper alguma atividade, o que pode atrapalhar a refeição antes mesmo de ela começar. Se for necessário, espere alguns minutos, para que a criança termine o que está fazendo.
Distrações – Elimine qualquer tipo de distração na hora da refeição, como televisão, computador, jogos, brinquedos etc. Nunca ofereça recompensas em função do que a criança comer e sirva as refeições sempre à mesa.
Refeição em família – É muito importante que os pais ou os responsáveis façam a refeição junto com a criança. Mesmo que o horário em que a criança come não seja o mesmo em que você está acostumado a se alimentar, procure se organizar para comer junto com o seu filho. O exemplo do hábito alimentar dos pais é fundamental para a formação do hábito alimentar das crianças.
Dimensões da alimentação – Os pais ou responsáveis decidem quando e onde a refeição será feita e o que será servido; as crianças decidem o que e o quanto irão comer. É muito importante respeitar a saciedade das crianças, pois esse mecanismo é eficiente e sinaliza o quanto é suficiente para que a criança esteja bem alimentada. Quando forçada a comer mais, esse mecanismo pode perder a sua eficiência e a criança pode comer mais do que o necessário. Isso se torna um hábito difícil de ser modificado e resulta em problemas de saúde no médio e longo prazos.
Variedade nas refeições – Não ofereça somente alimentos que a criança aceita; apesar de ser desanimador fazer preparações que você acha que a criança não vai aceitar, procure pensar que a sua responsabilidade vai até colocar na mesa. Se a criança vai comer ou não é ela quem vai decidir. Afinal, se não forem oferecidos alimentos novos, não é possível ampliar a variedade dos alimentos que ela come.
Ninguém é obrigado a comer o que não gosta, mas, se é um alimento que nunca foi provado, é importante que a criança experimente para saber se gosta ou não. Sugira que ela experimente somente uma vez, sem pressão e com naturalidade; se for necessário, explique que ela não tem como saber se gosta se nunca comeu. Procure lembrá-la de alimentos que ela achava que não gostava e depois de experimentar acabou gostando. Se ela se recusar a experimentar, procure incluir esse alimento nas refeições outras vezes (+/- 10 vezes), até que ela tenha mais familiaridade com o mesmo e decida experimentar.
Bagunça - Tolere bagunça apropriada para a idade.
Autonomia - Incentive a auto-alimentação, respeitando as limitações de acordo com a idade.
Disposição - Respeite o momento em que a criança está: criança cansada, agitada ou doente não se alimenta bem; elas recuperam o que não comeram naturalmente nas próximas refeições ou nos próximos dias.
Participação - Faça o prato na frente da criança, permita que ela participe da compra e preparação dos alimentos e que manipule, cheire e prove.
Intervalos - Respeite intervalo de 2 a 3 horas entre as refeições.
Duração das refeições – Se tudo está correndo bem, não tem limite para a duração da refeição, mas, se a criança não quer comer, não adianta ficar uma hora à mesa, pois, quem não comeu em 20 minutos, não vai comer.
Se não comer – Respire fundo, não demonstre reação, aja com naturalidade e não ofereça outros alimentos que não fazem parte da refeição. Respeite o intervalo até a próxima refeição para oferecer outro alimento.
Se comer – Aja com naturalidade, manifeste uma breve comemoração e elogie sem grande exaltação os aspectos positivos da alimentação.
Procure adaptar essas dicas à sua dinâmica e à sua rotina familiar; se mesmo assim você não se sentir confortável com o que a criança come, faça consultas mais frequentes ao pediatra para avaliar o estado nutricional, o desenvolvimento e o crescimento do seu filho.”

Marcelo Del Mastro
, pai da aluna Luana, também contribuiu com seus conhecimentos e nos indicou documentários importantes que tratam do tema em seu blog DOC VERDADE.
Sobre alimentação:
Muito além do peso

Food Matters
Tiraram sistematicamente as versões legendadas do Youtube, mas há outra maneira de baixá-lo em Alta Definição via torrent (baixar um programa tipo bittorrent).
Ou pode ser visto em stream sem legendas em português: http://www.metacafe.com/watch/6440635/food_matters/

Nossos Filhos nos Acusarão

Conheça o blog clicando aqui.

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Estudos do Meio

Além das saídas pela cidade, nossas primeiras viagens foram para as Cidades Históricas de Minas Gerais, quando levávamos a oitava série, atual 9º ano, sempre guiados pelo prof. Domingos de Toledo Piza, o precursor deste tipo de estudo nas escolas de São Paulo. Com o passar do tempo, estendemos a experiência a todas as outras séries.

Neste primeiro semestre, realizamos diversas saídas pedagógicas e viagens de estudos do meio com nossos alunos que envolveram o estudo de diversos temas como meio ambiente, arte, urbanização, patrimônio histórico e muitos outros temas.

Mas, afinal, para que servem estas saídas? Qual a importância de participar, muitas vezes exigindo um esforço extra por parte das famílias e da equipe pedagógica da escola? 

O Colégio Hugo Sarmento foi um dos pioneiros na realização das viagens de Estudo do Meio, que tiveram início na década de 70 e até hoje constituem importante meio de aprendizado para os alunos, da Educação Infantil até o Ensino Médio.



O grande atrativo das saídas e dos estudos do meio é a possibilidade de desenvolvermos habilidades, trabalharmos valores e obtermos informações por meio de um contato direto com pessoas, fenômenos, ambientes ou obras de arte. Os alunos têm uma oportunidade privilegiada de constatar, in loco, que a compreensão de qualquer aspecto da realidade requer uma visão multidisciplinar.

Desde a Educação Infantil procuramos planejar, juntamente com os professores e com o apoio dos pais, saídas temáticas com o objetivo de aprofundar um determinado conteúdo ou verificar aspectos da realidade, sempre com vistas a um aprendizado realmente significativo. O critério de escolha das visitas e estudos do meio está sempre relacionado aos temas dos projetos e conteúdos trabalhados e, desta forma, os alunos encontram os significados para o que aprendem em classe, observam e os relacionam com o que já estudaram anteriormente ou que venham a estudar.

A mudança de ambiente leva a uma alteração de ponto de vista. Diferentes assuntos são vistos dentro de um contexto mais amplo e complexo, exigindo, por parte dos estudantes, uma reflexão mais aprofundada e uma observação mais atenta. É um tipo de vivência que favorece um maior envolvimento com os temas estudados.

Por mais que a tecnologia virtual nos traga a possibilidade de recriar ao máximo a sensação de realidade sem que seja preciso que saiamos da frente do computador, é inegável que levar o aluno a vivenciar a observação do local, a realizar pessoalmente entrevistas, a colher depoimentos e a travar contato direto com o objeto de estudo é altamente motivador e muito mais enriquecedor. Além disso, as atividades de lazer que ocorrem neste tipo de viagem também acontecem em um contexto de aprendizagem, uma vez que as questões relacionais surgem e a interação com o grupo pressupõe um constante exercício de negociação entre os colegas.

Para a equipe que acompanha o grupo, as saídas e viagens são também oportunidades diferenciadas para observação dos alunos em situações diferentes do dia-a-dia na escola, seja nos aspectos ligados ao aprendizado e à participação nas atividades, seja quanto ao relacionamento entre os colegas e os outros envolvidos.
Espera-se dos alunos que, ao voltarem de um estudo do meio, tenham adquirido um olhar mais sistêmico, menos fragmentado, do mundo que os cerca.

As viagens de Estudo do Meio podem ser entendidas pelos pais como a observação e a vivência dos conceitos estudados em sala de aula. São pequenas experiências que contribuem muito para a construção de grandes conhecimentos. O contato direto com uma realidade e o diálogo com o mundo utilizando-se das habilidades desenvolvidas ao longo da vida escolar, como observar, discutir, ouvir, perguntar, registrar, desenhar entre outras tantas, conduzem para a formação de um olhar diferente sobre os objetos de estudo e sobre o mundo. 


Procuramos organizar encontros com os pais para apresentar o roteiro, possibilitando que vejam na atividade o real valor para os filhos. Também deixamos claro nossa preocupação em relação à segurança do espaço escolhido e do trajeto que será feito, além de que estabelecemos alguns combinados com os alunos que variam conforme a sua idade e as características das situações que serão vividas.
É gratificante observar a emoção dos pais ao acompanharem as primeiras saídas dos filhos, fotografando e observando emocionados o ônibus a se distanciar. 
É importante, ainda, passar para os filhos, sobretudo os menores, a vibração e a segurança de que aquela atividade é importante e segura. Envolve-los na preparação da viagem é, também, essencial, desde a preparação da mala até a educação financeira para os dias sem os pais. Durante a viagem é preciso deixá-los viver o momento e orientá-los a buscar e a confiar na equipe que os acompanha.

Além da motivação para o estudo, os alunos irão enfrentar diversas situações cotidianas, em que precisarão tomar decisões sozinhos. Algumas são tão simples como escolher a roupa, dobrar e guardar o pijama, tomar banho, o que comer ou o quanto gastar com lembrancinhas, mas que exigem o desenvolvimento da autonomia para escolher, algumas vezes errar, e encarar as consequências das escolhas, além de aprender a organizar e administrar seus pertences e o tempo para realizar todas estas tarefas.
Por parte das crianças e dos adolescentes, a ansiedade e a empolgação tomam conta, pois adoram participar de uma atividade tão envolvente como a de sair com o grupo da escola e seus professores.

Observamos o desenvolvimento de todas estas competências e habilidades envolvidas nestes estudos do meio, na medida, é claro, em que os alunos crescem e têm o hábito de participar sempre, ganhando autonomia e um olhar sobre a realidade cada vez mais atento, crítico, complexo e autônomo. 
Este contato com as ruas, com o campo, com museus e outras instituições, em variadas situações de pesquisa, ainda que mediado pela escola, se torna ainda mais importante, fundamental para crianças e jovens com acesso cada vez mais limitado aos espaços públicos e cada vez mais sem o hábito e a chance de exercitar situações de convívio e autonomia.

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Festa Junina 2014

Vem chegando mais uma Festa Junina!
Um gostoso encontro que reúne toda a comunidade aqui do Hugo. Em todos estes anos, aqui no nosso Colégio, nas Festas Juninas procuramos manter e representar os aspectos tradicionais que as compõem: bandeirinhas, barraquinhas com brincadeiras e prendas, comidas e músicas típicas, as danças e trajes caipiras. Em classe, trabalhamos com os alunos todos estes aspectos de nossa cultura.


Os alunos do Fundamental 2 e do Ensino Médio participam, neste ano, executando os painéis e a decoração da festa, inspirada na Arte-Naïf, enquanto os menores ensaiam suas danças típicas e se preparam para as brincadeiras!
     
Para saber mais sobre Arte-Naïf Clique aqui

Muitos alunos e pais esperam esta época do ano para brincar na pesca, dançar quadrilha ou comer doces típicos – mas não falta oportunidade para inovar. 

No ano passado, por exemplo, deixamos de embrulhar as prendas como forma de reduzir o volume de lixo, contribuindo para uma festa e um meio ambiente mais limpos. Esta preocupação com a diminuição do volume de lixo está presente em nossos projetos, nas conversas que temos com as crianças e nos encontros de formação com os professores. A campanha “Jogue o lixo no lixo” valeu a pena, pois todos colaboraram neste sentido!


Neste ano nossa proposta para a festa é ainda mais importante – o foco está em reduzir os apelos ao consumismo e aos gastos desnecessários. Idealizamos uma festa que seja, na verdade, uma grande FEIRA DE TROCA
               Além de ser uma atividade divertida, as feiras de troca possibilitam entrosamento e socialização. Muito mais do que trocar brinquedos que já não interessam como antes, a experiência é enriquecedora por dar novos significados a objetos antigos e afirmar que as relações não precisam ser pautadas na compra”. Instituto Alana

Para saber mais sobre Feiras de Troca: Clique aqui


A ideia é trazer aqueles itens que estão encostados em casa, que ninguém mais brinca ou que já são para crianças menores, mas que certamente outra criança ou adolescente possa gostar de brincar ou usar.  Pensamos em brinquedos, jogos de tabuleiro, livros, games, CDs e DVDs infanto-juvenis. Estas serão as prendas das brincadeiras no dia da festa, em que todos poderão se divertir e comer as delícias que estamos preparando! 

Para saber mais sobre consumo consciente: Clique aqui

Esperamos vocês no sábado, dia 7 de junho,
das 12h30 às 17h30.

terça-feira, 27 de maio de 2014

Apresentação

Estamos lançando mais um espaço de discussão possível de temas relacionados à nossa proposta pedagógica, ao cotidiano escolar, à interação com as famílias e aos diversos assuntos que circulam em torno deste universo tão rico e complexo.
A troca de ideias, a interação e o debate são os objetivos centrais deste blog. A participação ativa de todos que integram nossa comunidade é imensamente bem vinda.
Os textos base serão produzidos pela equipe pedagógica e serão abordados, na maioria das vezes, de forma a atingir o interesse geral e, em outros casos, relacionados a segmentos escolares ou faixas etárias específicas. Compartilhe, participe e sugira temas de seu interesse.
Para participar, ao final de cada post clique em "Comentários", escreva seu texto e clique em "Publicar". Em respeito aos demais participantes e às boas regras do debate construtivo, posts inadequados ou fora dos temas serão excluídos.
Esperamos que gostem e que as ideias e opiniões trocadas aqui engrandeçam a todos os participantes.
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As mudanças de ciclo na escola 



Os ciclos educacionais são organizados de acordo com as fases de crescimento dos alunos. 

Eles respeitam as etapas referentes à primeira infância (3 a 6 anos), à infância (7 a 9 anos), à pré-adolescência (10 e 11 anos) e à adolescência (12 a 17 anos). É importante que a orientação educacional tenha um espaço para dialogar com os pais sobre esses momentos e, assim, potencializar o amadurecimento dos alunos nas passagens da Educação Infantil para o Ensino Fundamental, do 5º ano para o 6º ano e no ingresso e na saída do Ensino Médio.

Como ensinou o psicólogo suíço Jean Piaget (1896-1980), as crianças passam por ciclos de desenvolvimento e a aprendizagem ocorre dentro desses ciclos. Cada criança, porém, tem um ritmo e uma maneira de aprender que devem ser respeitados. Mesmo divididas por séries segundo sua idade cronológica, as crianças podem ter um tempo diferente para aprender dentro de cada ciclo e, com um tempo maior disponível, todos podem atingir de forma positiva as expectativas de aprendizagem.

Na passagem da casa para a escola, a adaptação do aluno à Educação Infantil é feita de modo cuidadoso, respeitando a história e as suas características pessoais e de sua família. As atividades e o tempo dedicados à adaptação são planejados, mas também são flexibilizados considerando-se estes aspectos.

Durante a Educação Infantil o aluno vai compreendendo o que é ser aluno e como desempenhar este papel social e vai entendendo que a rotina escolar é organizada de modo a oferecer muitos momentos desafiadores de investigação, criação, cooperação e convivência. 


A passagem da Educação Infantil para o Ensino Fundamental gera muitas expectativas nas crianças. A entrada no 1º ano traz uma série de mudanças na rotina escolar, mas procuramos fazer com que essa transição ocorra de forma tranquila. Isso não significa que o tempo das brincadeiras já passou. Elas ainda terão seu espaço, enquanto a hora de estudar ganhará mais importância. Na mochila, a boneca ou o carrinho ainda dividirão espaço com livros e cadernos, mas, pouco a pouco, o acesso à cultura vai sendo oferecido, ampliado e acompanhado, sempre levando em conta as diferenças individuais. Ao final deste ciclo, há um cuidado especial ao avaliarmos a aprendizagem dos alunos.
O ciclo escolar que se inicia com a passagem para o 6º ano do Ensino Fundamental é um outro marco divisório que traz muitos desafios aos alunos. Ainda há algum tempo para se preparar para a próxima etapa, em que terão de lidar com os sentimentos e as emoções afloradas, a preocupação com a sexualidade, as piadas e risadinhas em sala de aula e a entrada na adolescência, questões que precisarão ser enfrentadas.

Essa passagem para o 6º ano é marcada por uma série de mudanças: conquista de maior autonomia, novas disciplinas, conteúdos mais complexos e maior quantidade de livros e cadernos. A perda da professora polivalente traz um momento significativo na vida escolar. Agora serão dez professores, cada um com demandas diferentes de acordo com a especificidade de cada disciplina. Por isso, trabalhamos com os alunos, de forma gradativa, uma postura mais responsável, que envolve desde o manuseio da agenda, a organização do tempo, o comprometimento na entrega das lições de casa, os exercícios de anotações pessoais e como eleger prioridades na organização da rotina escolar.


Para promover uma adaptação tranquila, a escola propicia aos alunos do 5º ano, no segundo semestre, ritos de passagem, como: aula experimental com alguns professores do 6º ano, levantamento de dúvidas e expectativas de aprendizagem dos alunos do 5º ano, oportunidade de vivenciar outro período, reunião de apresentação com os pais e reunião de passagem de uma série para a outra.

Em termos de aprendizagem de procedimentos, a demanda maior passa a ser o enfrentamento do desenvolvimento de algumas habilidades que serão fundamentais para a vida adulta e escolar até a universidade. Caberá aos pais, nesta fase de adaptação, procurar o equilíbrio entre continuar a acompanhar a rotina escolar e, ao mesmo tempo, deixar espaço para que o filho experimente uma certa autonomia. Especialmente neste momento o apoio e a orientação dos pais são fundamentais para garantir a compreensão dos desafios que virão a seguir.


Maiores responsabilidades serão enfrentadas na passagem do Fundamental para o Ensino Médio e, deste, para a universidade. É o momento em que os alunos começam a experimentar os desafios da vida adulta, pois aumentam as cobranças e os sonhos para o futuro mudam a cada instante. O apoio da escola e da família é fundamental para nortear escolhas e mostrar as possíveis consequências destas, tanto na vida escolar quanto na vida pessoal.