quarta-feira, 20 de abril de 2016

As aulas de Robótica

Por  Vicente Romeu Cianciarulo Longo 

Robôs podem ser máquinas cibernéticas, na forma humanoide, mas também máquinas locomotivas, tratores, carros automatizados, ou máquinas simples, como elevadores, batedeiras, cafeteiras, e tudo que seja controlado via programas de computador, microchips, ou mecanicamente, por meio de botões e sensores de temperatura, de presença, de calor IV-Infravermelho, de toque, de som, etc.

São máquinas projetadas para ajudar a humanidade a realizar tarefas, poupando energia físicaEntre elas, o subir nas escadas pode ser facilitado por um elevador, útil para idosos e pessoas que não possam se locomover direito.
Em contrapartida, esteiras eletrônicas e bicicletas ergométricas ajudam as pessoas a se exercitar, tanto em academias esportivas quanto em dias de chuva, que possam impedir você de sair para fazer seus exercícios no parque. São robôs.

Um carro facilita demais para quem precisa fazer uma viagem de São Paulo ao Rio de Janeiro; você já imaginou ir a pé? São quase 500 km. Pois é, um carro é um robô. Um trailer, ou casa que anda, também. 
Um avião, uma porta do shopping-center que se abre quando você se aproxima, pois ela tem um sensor de presença que percebe a sua aproximação.

Assim, tudo o que servir para ajudar você a viver mais confortavelmente é um robô, e a ciência que estuda como planejar e projetar estes robôs se chama Robótica.

1. Nas nossas aulas de Robótica do Fundamental I, realizamos construções ou montagens mecânicas simples, sem o uso de computador.
Robôs ou máquinas que possam se mover, com rodinhas feitas de tampas de garrafas PET, ou possam se mexer, com o uso de braços ou alavancas construídas também de garrafas PET, de iogurtes, de tubos de PVC, tubos de papelão de papel laminado, etc.
O objetivo destas aulas é proporcionar o primeiro contato com a arte e a mecânica envolvidas nestes projetos, entender para que servem as engrenagens, polias, alavancas, como se fixam peças com cola quente, etc.


2. Para os alunos do Fundamental II e Médio, as aulas se iniciam nos dois primeiros meses com instruções de programação, usando o software SCRATCH, plataforma de livre acesso, que tem como um dos principais objetivos fazer um personagem ou objeto 2D se locomover na tela do programa, assim como executar funções determinadas pelo usuário, como se locomover ao apertar a tecla de espaço, emitir som quando parar, dar a volta na tela em forma circular ou poligonal, tudo programado pelo aluno, via instruções em ícones dispostos sucessivamente. 

Portanto, nada de decorar funções descritivas de programação, mas usar a memorização por meio de figuras associadas às funções, e aprender o fundamental neste procedimento, que é a lógica de programação.

O efeito final é como um Desenho Animado, que pode durar 1 minuto, ou mesmo infinitamente, a critério do programador.

Nos meses sequenciais, inicia-se a programação na Plataforma ARDUINO-UNO, também de livre acesso ao programa ou software. Apenas o kit de peças, conhecido como hardware placa Arduíno modelo Uno é que deve ser adquirido pelo aluno.

Nesta parte do curso são dadas noções introdutórias e intermediárias de programação Arduino, sempre com o uso do computador da escola, do kit do aluno com a placa Arduino UNO e com o acompanhamento de uma apostila digital que resume as diversas programações, modelo e detalhes (o que são e para que servem) dos dispositivos eletrônicos usados no curso.

Neste nível intermediário se aplicam toda a programação ou os códigos aprendidos no uso da Placa Arduíno, conectada via cabo USB ao computador.

PROGRAMAÇÃO - INICIANDO COM O SOFTWARE  SCRATCH


PROGRAMAÇÃO COM A PLATAFORMA ARDUINO-UNO


Portanto, nas aulas de robótica serão estimuladas as habilidades de:

- observação, comparação e análise de possibilidades diversas, argumentação, criatividade, inovação, espírito de equipe, paciência e domínio temporal, facilidade de comunicação, inclusive na linguagem técnico-científica, solucionar problemas, capacidade de planejamento, organização, tomada de decisões, e a desenvoltura para trabalhos manuais em montagens mecânicas de maquetes e em montagens diminutas nas placas de circuitos eletrônicos (motherboard).

Nas aulas utilizamos a pedagogia construtivista, estimulando a autonomia, onde o aluno participa em cada momento da aula, vivenciando o seu aprendizado através do aprender-fazendo.

quarta-feira, 13 de abril de 2016

A leitura está para a mente como a natação para o corpo. A orientação para a leitura de obras literárias no Ensino Médio.

Por Paulo Ribeiro

Dizem-se clássicos aqueles livros que constituem uma 
riqueza para quem os tenha lido e amado; mas constituem
 uma riqueza não menor para quem se reserva a sorte de lê-los
 pela primeira vez nas melhores condições para apreciá-los.

Ítalo Calvino. Por que ler os clássicos.

Eu acredito que ler está para o exercício da linguagem como a natação para o exercício físico: é um exercício completo: todos os “músculos neuronais” se contraem e se expandem e se tornam mais fortes e mais resistentes à medida que a prática pode, de fato, receber esse nome; é um exercício orgânico, que desenvolve harmonicamente o todo; é um exercício de alteridade – afinal lê bem quem consegue seguir o raciocínio da autora e se deixa guiar por aquele particular modo de ver o mundo – e de desenvolvimento de personalidade – já que há que reformular e ressignificar o que se lê a partir das próprias experiências; existe algo de inato e instintivo no ler como no nadar, mas em ambos é preciso perder o medo de mergulhar de cabeça e lidar com a água entrando pelo nariz.

É por acreditar nisso que a leitura integral de obras relevantes deve acontecer e acontece. Aqui no Ensino Médio do Hugo essa prática é tão valorizada que lhe reservamos uma aula da semana: para compartilhar impressões ao longo do processo de leitura; para orientar as pessoas estudantes e ajudá-las a trazer à consciência esses processos instintivos que ocorrem enquanto se lê; para contextualizar a leitura e garantir um espaço de reflexão sobre o que foi lido: em suma, para proporcionar as tais melhores condições de que fala Ítalo Calvino, de modo a enriquecer quem se inicia nesse tipo de experiência. 

Agora que esse valor fundamental da leitura está dado, resta ainda pensar o que estabelece a relevância de uma obra a ponto de fazê-la obrigatória. Nesse sentido, indiscutivelmente, e por razões mais que óbvias, o fator vestibular é determinante e de ordem prática: ler as obras que compõem as listas dos principais vestibulares é condição sine qua non para quem quer, de fato, ir bem em tais exames. E é assim que se estabelece a maior parte do que consta em nossa lista: está na nossa porque está na deles. Claro, há muito que se discutir nesse processo impositivo, que ocorre de cima para baixo – e no próprio sistema de ingresso no ensino superior –, mas hoje vamos tentar nos ater a simplesmente analisar algumas dessas escolhas que fizeram por nós e algumas que fizemos nós mesmos com o objetivo de entender a razão de sua escolha.

Nesse sentido, as listas atuais da Fuvest e da Unicamp (confira-as completas aqui) se revelam bem interessantes. Divulgadas em março desse ano, trazem bastante mais do mesmo, mas trazem também novidadíssimas muito bem-vindas. De verdade.

Nesse mais do mesmo repousa muita controvérsia. A maioria dessas obras é do século XIX, tem uma linguagem mais rebuscada e conduz a narrativa com uma lentidão que não é própria do nosso tempo. Livros como os de José de Alencar (Til na Unicamp e Iracema na Fuvest), de Manuel A. de Almeida (Memórias de um sargento de milícias), de Aluísio Azevedo (O cortiço) e mesmo de Machado de Assis (Memórias póstumas de Brás Cubas) são muito criticados: estudantes, responsáveis e mesmo docentes criticam tanto a dita incongruência da escolha quanto a obra em si, que faz a escolha incongruente. Essas obras, entretanto, se justificam enquanto clássicos: são obras que ajudaram a estabelecer ou revelaram e resumem um projeto de Brasil que segue desde a colonização. São livros que revelam nossa história e nossa cultura. Há quem diga que estes textos estão além das capacidades de estudantes de Ensino Médio e que são, de certa forma, um desserviço ao gosto de ler. Esta é, entretanto, para a maioria das pessoas, a única chance de lê-los na vida: só para quem se apaixona ou procura profissionalizar-se na área essa literatura deixa de ser algo de que se ouviu falar na escola.


Das novidades, a inclusão de autores africanos de língua portuguesa é a mais excitante delas: Mayombe, do angolano Pepetela (na lista da Fuvest) e Terra sonâmbula, do moçambicano Mia Couto (na lista da Unicamp) são obras atuais e que falam de realidades estranhas a nós, embora sejam a realidade de países irmãos, que sofreram processos históricos semelhantes ao nosso em alguma medida e com os quais dividimos a mesma herança linguística. Escolha em prol do reconhecimento da diversidade. Maravilha.


Há também obras que resgatam artistas menos (ou nada) clássicos, mas que merecem atenção: Lisbela e o prisioneiro, de Osman Lins, e Minha vida de menina, de Helena Morley são obras que até pouco tempo estavam fora de catálogo nas editoras. O primeiro é conhecido do público pela adaptação ao cinema de Guel Arraes e, além de único livro do gênero dramático, explora uma série de temas: o cinema, o amor, o coronelismo e a malandragem, a vida de interior e a vida mambembe. O segundo nasceu do diário que a autora escreveu na sua adolescência, nos idos de 1893, 1894: um período vital da história de um ponto de vista singular.


Da lista há muitos outros livros de que falar. Os de poemas (Claro enigma, do Drummond, Poemas negros , do Jorge de Lima, Sonetos, do Camões), os contos quase-poemas como os de Sagarana.


Dos livros que acrescentamos à lista, vale destacar: Cidade de Deus, de Paulo Lins, que se conecta, com um toque de contemporaneidade e de lirismo, àqueles livros que expõem o Brasil e sua realidade; O mundo de Sofia, que é uma introdução simples mas bastante correta da história da filosofia ocidental e, por isso, funciona, não só como mais uma história, mas também como livro de referência; e Ligue os pontos: poemas de amor e big bang, que traz uma poesia moderna, sintética, muito bem trabalhada esteticamente e com um fino senso crítico e de humor. 

Todas essas obras têm valor indiscutível. Todas elas merecem leitura. Cabe a nós ajudar a propiciar as melhores condições para que sejam apreciadas. E estamos trabalhando nesse sentido. 

Para saber mais:

quarta-feira, 6 de abril de 2016

A Importância do Silêncio

Por: Claudia Cosceli e Pedro Mancini

Com a constante e frequente agitação do mundo moderno, estamos cada vez mais obrigados a fruir o tempo de maneira rápida e descontrolada. Cada mês, cada dia e cada segundo ficam mais curtos em nossa percepção, cada vez mais estimulada pelas tecnologias atuais.

As chances de parada e de aquietação são cada dia mais raras e nos vemos obrigados a entrar nesse turbilhão. Desacostumados a lidar com momentos de reflexão descolados das exigências eufóricas do dia a dia, nos incomodamos com a suposta paz do silêncio e da imobilidade. Desacostumamo-nos da tranquilidade. 

Uma maneira muito eficaz para amenizar a aceleração que nos é imposta é reconstruirmos uma boa relação com o silêncio mediante algum treinamento, permitindo-nos uma conexão com nosso interior – tão negligenciado por uma rotina de tarefas sonoramente atropelantes. O silêncio nos permite vasculhar percepções aguçadas das nossas emoções, sensações corporais e fluxo de pensamentos, permitindo acalmar o turbilhão de pensamentos que constante e desorganizadamente invade nossa mente.

Temos que proporcionar ambientes propícios para que o silêncio possa se manifestar dentro de nós, com pequenas atitudes dentro de casa, como desligar a televisão, o rádio e falar baixo.


As crianças acabam vivendo no meio dessa aceleração e a cada dia são mais e mais estimuladas a viver nesse tempo frenético e barulhento, que também as torna agitadas e dispersas. O problema se acentua no Ensino Médio, onde muitos jovens, já tendo desenvolvido grande ansiedade na infância, ainda lidam com inúmeras pressões: puberdade, vida social, desempenho escolar satisfatório, necessidade crescente por autonomia e um horizonte universitário e profissional em aberto atuam como fantasmas que, ao assustar nosso inconsciente, põem em desespero os pensamentos joviais, acarretando uma onda de emoções afloradas que os afastam mais ainda do silêncio e de uma tão procurada “paz interior”.

 

No Hugo Sarmento, buscamos fornecer chances de os alunos experimentarem suas sensações e vivenciarem o silêncio da autoconsciência nas aulas complementares de Yoga e, sempre que possível, mediante técnicas de Yoga e de meditação em sala de aula. Com atividades que proporcionam a percepção dos benefícios dessas maravilhosas técnicas, os alunos podem ouvir sua respiração dentro do corpo ou, ainda, as batidas de seu coração, proporcionando uma profunda percepção de seu corpo e uma forte concentração mental. 


Também desenvolvemos exercícios lúdicos com os olhos fechados e em silêncio, movimentando o corpo  guiados por outro aluno, utilizando apenas a comunicação do tato. Desse modo, percebem que podem movimentar o corpo mesmo no silêncio – e, que tal atividade, além de relaxante, pode ser muito divertida e prazerosa.


No caso do Ensino Médio, a ênfase está em garantir momentos de silêncio e paz mental pelo exercício da meditação conhecida como “Anapana”, focada na plena atenção à respiração: como o ar entra e sai pelas narinas, qual o ritmo da respiração no momento da meditação, e nada mais. Com isso, a atenção é temporariamente desviada da “tempestade mental” que os atormenta para direcionar-se à própria verdade de seus corpos, contribuindo para o desenvolvimento do autoconhecimento. Essas aulas de meditação guiadas ocorrem nos horários referentes às aulas de tutoria do Ensino Médio. 


Portanto, colabore com a paz mental que valorizamos por aqui: estimule o silêncio em você, no seu lar e no mundo. 

Bom silêncio a todos!!!!

quarta-feira, 30 de março de 2016

Conhecimentos científicos na escola: transformar as informações em ações!

por Equipe do Ensino Fundamental 1

         “As demandas do mundo moderno, já há algumas décadas, indicam a necessidade premente de democratização dos conhecimentos científicos e tecnológicos, no sentido de propiciar aos cidadãos uma melhor compreensão do mundo, para nele intervir de modo consciente e responsável e fornecer-lhes elementos para superação de contradições que depõem contra a qualidade de vida” (AULER; DELIZOICOV, 2001).

Na escola, temos uma grande preocupação em promover ações educativas dentro de um contexto social e científico; por isso, desde fevereiro estamos ensinando aos alunos do Fundamental I a combater o mosquito Aedes aegypti, transmissor dos vírus da dengue, zika e chikungunya. 

Nossa primeira atuação foi informar aos alunos como é o Aedes aegypti, para o que todos foram convidados a observar o mosquito no laboratório do colégio, seguindo, assim, todo o protocolo de um futuro cientista: fizeram uso da lupa eletrônica e da lupa tradicional para as suas primeiras observações.

Durante as aulas, os alunos ficaram sabendo, por meio de vídeos, jogos, notícias de jornais e livros, como o mosquito transmite essas doenças tão comentadas nos noticiários, quais os diferentes sintomas, as soluções de combate aos focos, entre outras informações importantes para impedir a propagação das doenças.

Cada série escolar teve a oportunidade de transitar por todas as etapas de trabalho na área de ciências e aprofundar um determinado tema, de acordo com a sua faixa etária.

Observação das fases do desenvolvimento do mosquito – 2°ano:

Como parte do trabalho de Ciências Naturais, os alunos do 2º ano assistiram ao vídeo “A turma do bairro em: Sai fora dengue!!!”

Em seguida, no laboratório, observaram, utilizando as lupas eletrônicas, o ciclo do desenvolvimento do mosquito: a fêmea vai até uma água parada e limpa e põe seus ovos, sempre na lateral dos recipientes, fora da água. Os ovos são muito pequenos, de coloração preta, difíceis de serem vistos a olho nu e são muito resistentes. 

Assim que atingem a água, em poucos dias se transformam em larvas, que são maiores que os ovos, praticamente incolores e têm pelos pelo corpo, o que lhes permite a locomoção.  Depois de sete dias como larvas, elas se tornam pupas, que é o estágio intermediário entre a larva e o mosquito. As pupas têm uma coloração esbranquiçada, em formato de ponto de interrogação e, diferentemente das larvas, ficam na superfície da água, o que facilita a captação do oxigênio. 

Essas observações possibilitaram a visualização das fases pelas quais o mosquito passa até se tornar adulto. Em cada lupa havia o ovo, a larva, a pupa, o adulto macho e o adulto fêmea. Dessa maneira, perceberam, após se aterem muito aos detalhes de cada um, as diferenças entre o mosquito macho e a fêmea, o que promoveu muita discussão!  
As principais diferenças entre os dois são o tamanho, no caso a fêmea é maior que o macho; as antenas da fêmea têm um pelo que é chamado flagelo antenal, que são menores que os dos machos; quanto à alimentação, as fêmeas se alimentam de sangue e os machos do néctar das flores.


No 2º ano, um dos objetivos do curso de Ciências é mostrar a importância dos registros detalhados e fiéis de um cientista. Com isso, os alunos fizeram seus registros preocupando-se com os detalhes de cada observação. Esse momento possibilitou um maior entendimento das características físicas de cada um, tornando-os mais atentos ao identificar as fêmeas, pois descobriram que são elas que transmitem as doenças.

Registro dos alunos:

 
Professora Gaby Vignati

Realização de um experimento – Preparo das armadilhas – 3º ano

Os nossos futuros pesquisadores montaram armadilhas supervisionadas pelo adulto com o propósito de saber se existem focos do mosquito próximos à escola e quais as medidas para o combate.

Pensar nos materiais necessários para o preparo das armadilhas, a função de cada material e em sua eficácia foram os primeiros desafios do grupo. Durante o preparo, logo pensaram numa possível forma de combater o mosquito, pois o uso do tule impediria os mosquitos de escapar e, assim, seriam eliminados, o que também possibilitaria a análise posterior do experimento.

A escolha dos lugares não muito iluminados para deixar as armadilhas foi outro foco de discussão muito interessante, pois fizeram um paralelo até com os “esconderijos” que já ouviram nos noticiários da TV, os famosos pneus. 

Tivemos uma visita de um agente de saúde, que vistoriou toda a escola e não encontrou nenhum foco do mosquito. 

 
Professora Débora Rabello

Processo investigativo – 4°ano

Após uma semana da confecção das armadilhas, chegou o momento de observá-las. Todos estavam bastante ansiosos para ver os resultados... O trabalho foi minucioso... Munidos de lupas, os alunos observaram suas armadilhas e, em todas elas, encontraram vários ovos que foram depositados na superfície áspera da tampa que ficaram dentro d’água e, em poucos dias, se transformaram em larvas. Foi possível visualizar várias larvas de mosquitos nadando na parte inferior, mas, o momento de maior entusiasmo foi o de encontrar uma pupa! 

“O que fazer agora?”. A partir deste momento foi necessário manter a armadilha sempre com água, pois esta pupa se transformará no mosquito. Com isso, o grupo pode observar o tempo que o mosquito leva para chegar à vida adulta, a diferença entre o Aedes e o mosquito doméstico e, também, todos passaram a ficar atentos para os possíveis criadouros.
Professora Isa Liebentritt

Ser um agente transformador – 5° ano

Depois de uma interessante discussão, o 5º ano chegou à conclusão de que, se realmente queremos vencer o Aedes aegypti, precisamos de uma ação coletiva. Neste momento lançamos a pergunta: “Como podemos contribuir?”  Os alunos levantaram muitas maneiras e, então, propusemos que começassem a agir em suas casas.

No dia seguinte, em roda, todos compartilharam o que haviam feito e descoberto. Alguns encontraram possíveis focos, falaram com seus familiares e outros ainda fizeram pequenas campanhas em seu prédio e clube.

A possibilidade de ser um agente transformador os empolgou tanto que durante vários dias comentaram sobre suas ações para evitar a propagação do mosquito. Ao final, criaram um cartaz contendo dicas para evitar criadouros de Aedes aegypti.

 
Professora Lia Granado 

Ações como estas têm como objetivo promover a inserção de novos conhecimentos sobre esta problemática que é a presença do mosquito Aedes aegypti, exercer o combate ao mesmo, conhecer a forma de prevenção e garantir que o aluno seja aprendiz efetivo para toda a vida.
E você, está fazendo o quê?


Veja os alguns links usados pelos alunos para estudo:

Vídeos:


Jogos:


Sites:

quarta-feira, 23 de março de 2016

Quem quer brincar?

Por Vivian Gouvea 

Ao longo da Educação Infantil, depois de trilhar um percurso, as crianças passam a diferenciar o mundo real do mundo imaginário. O importante é que estão sempre aprendendo a atribuir significado para as coisas, entendendo as relações estabelecidas pelo contexto social do qual fazem parte, o que possibilitará a diferenciação do real e do imaginário, demonstrando que estão crescendo. 

Por meio das brincadeiras, são criadas para as crianças situações de resolução de problemas, como dividir materiais e trocar papéis. Enquanto brincam, elas devem ter certa autonomia para escolher seus parceiros e os papéis que irão assumir em determinado tema. Esses problemas possibilitados pelo ato de brincar são fundamentais na aprendizagem, já que se cria um espaço em que as crianças podem experimentar diferentes ações do mundo “real” e internalizar ideias sobre as pessoas, os sentimentos e os diversos conhecimentos. 

O autor Rubem Alves descreve bem essas situações, experimentações e sensações vividas pelas crianças durante as descobertas do brincar no livro QUANDO EU ERA MENINO: “A imaginação gosta de brincar. A brincadeira de que ela mais gosta é o faz-de-conta. É brincando de faz-de-conta que ela constrói brinquedos. Faz de conta que uma lata de sardinha é um carrinho. Faz de conta que um cachorrinho de pelúcia é um cachorrinho de verdade. Faz de conta que um travesseiro macio é uma pessoa de quem a gente gosta muito. Faz de conta que esses bolinhos de barro são brigadeiros. Faz de conta...”.

A criatividade está sempre presente nestes momentos, pois, para a criança, basta olhar algum objeto sem vida e, em questão de segundos, ele se transforma em algo fenomenal e incrível!

De acordo com o Referencial Curricular Nacional, o professor é o responsável por apresentar brincadeiras às crianças, oferecendo diversos materiais, como fantasias, brinquedos, jogos, a organização do espaço e o tempo para brincar. 


E é isso que os alunos do Grupo 4 estão vivenciando no projeto “Brinquedos e brincadeiras”. 

Toda semana eles aprendem uma brincadeira nova, estão construindo brinquedos com sucata e ampliando o repertório sobre a história dos brinquedos, descobrindo e comparando os mais diversos materiais.

“A brincadeira é o resultado de relações inter-individuais, portanto, de cultura. A brincadeira pressupõe uma aprendizagem social. Aprende-se a brincar.” Gisela Wajskop – Educadora.

 

                                                                                    
As obras de Portinari que retratam as brincadeiras serviram de inspiração para as conversas sobre como as crianças de outros tempos e lugares brincavam.
As crianças pequenas, ainda muito egocentradas, mantém uma ideia imediatista e pronta, ou seja, de que os adultos foram sempre adultos e que os idosos foram sempre idosos. 

Por este motivo, as visitas dos avós foram tão importantes. Puderam iniciar a reflexão sobre essa passagem do tempo e suas transformações. Ter contato com os relatos de infância de seus avós é possibilitar que descubram semelhanças e diferenças entre as brincadeiras, brinquedos e costumes contemporâneos e antigos. Os relatos regados a boas lembranças encantaram a turma que se interessou bastante pelas histórias, desde o local onde moravam, com estradas de terra e brincadeiras na rua, até os brinquedos que eram confeccionados por quem queria brincar.

 
 

Após os relatos, pudemos vivenciar todas as brincadeiras: amarelinha, passa-anel, cantigas de roda... 
Vamos sempre relembrar estes bons momentos que passamos com essas pessoas tão queridas! As brincadeiras tradicionais ganharam um encanto especial, pois foram apresentadas e relatadas por pessoas especiais.  

Enfim... brincar é algo fundamental quando falamos em crianças pequenas, em educação infantil, e isso o Grupo 4 tem feito bastante.

Quem quer brincar?

quarta-feira, 9 de março de 2016

Homenagem aos professores nos 50 anos da escola

No dia 1º de março, comemoramos oficialmente os 50 anos de fundação da escola. Nesta cerimônia, homenageamos os funcionários mais antigos e cada um falou sobre o significado da escola em suas vidas. 

Publicamos aqui os depoimentos emocionados das professoras Tania Vasone, de Artes, e Lia Granado, do 5º ano.

  

Professora Tania:


Para mim, estar aqui nesta comemoração dos 50 anos da escola é muito emocionante.

Pensando nisto, me vem à memória a primeira lembrança de quando aqui cheguei para a entrevista, há 23 anos. A arquitetura da escola foi a primeira coisa que admirei. Moderna, arejada, arrojada, as amplas salas e, vindo delas, o som das crianças! Havia um misto de música e risos no ar. Um novo olhar e as paredes cheias de trabalhos, de cores, de arte.

Encantada com tudo, comecei a trabalhar com total liberdade, muitos materiais, alunos encantadores, colegas criativos, diretora maravilhosa.

Patrícia, fonte de inspiração por sua genialidade, sua maneira de enxergar o mundo, sua natureza inquieta sempre a criar, inventar e refletir, a impulsionar a minha capacidade de evoluir, de me aprimorar.

Um ano depois, minhas filhas ainda pequenas vieram para esta escola, que escolhi por ser a escola dos meus sonhos.

Aqui encontrei um espaço para crescer, aprender. Aqui fiz grandes amigos. Apaixonei-me pelos alunos, suas famílias, nossas vidas se misturaram no cotidiano do fazer da arte, na liberdade do afeto, do carinho e do saber.

Este espaço se transformou em minha casa, todas estas pessoas em parte de minha historia, minha grande família, minha maneira de viver.

Hoje, depois de tantos anos, ainda sinto a mesma alegria ao acordar e vir trabalhar. Encontro ainda estas outras pessoas maravilhosas, que também são fonte de inspiração por sua genialidade, este sentimento de liberdade, esta alegria de compartilhar, de criar, de ser incentivada e querida.

Parabéns ao Colégio Hugo Sarmento e às pessoas sensíveis e incríveis que aqui estão a nos guiar, nesta grande aventura que é educar vocês, meus queridos alunos!!!!

Professora Lia :


Há 20 anos pude participar do aniversário de 30 anos desta escola! Lembro que a escola estava lançando o livro A Hora do Lanche! Na época eu achei que era bastante tempo para uma escola; o que não imaginava era que eu iria comemorar tantos outros aniversários junto com vocês! 

Lembro quando comecei a dar aula no Bola de Neve, não sabia nada de Educação! Sabia de computadores, mas de Educação, quase nada. Aprendi muito aqui...  Sobre como ensinar, o que ensinar, sobre Artes, Matemática, sobre o mundo e tantas outras coisas que iria precisar de mais um dia de festa para terminar esta lista. Mas, de tudo, de tudo mesmo acho que o mais importante foi o que aprendi como ser humano... A ouvir, a perceber que todos temos tempos diferentes e que precisamos ser muito sensíveis para realmente tocar o outro. 

Outro dia estava conversando com meus amigos e eles disseram que achavam que eu era uma das únicas pessoas que eles conheciam que realmente era feliz no trabalho. Achei aquilo muito estranho, porque nunca consegui separar o meu trabalho de felicidade. Talvez porque tenha tido muita sorte de ter encontrado esta escola! De ter encontrado a Tica, que sempre me incentivou a ser uma pessoa melhor! De trabalhar com pessoas muito bacanas e que, assim como eu, são felizes aqui! De ter alunos que compartilham comigo tanta coisa boa, todas as tardes!

O que eu não imaginava há 20 anos, neste mesmo dia, é que eu estaria aqui comemorando os 50 anos de um dos maiores presentes que eu ganhei na minha vida: esta escola. Sim, meus amigos têm razão! Sou realmente muito feliz!

quarta-feira, 2 de março de 2016

Marco,Flávia e Alessandra - Ex-alunos que retornam como parte da Equipe

Eles viveram a escola como alunos e trazem suas memórias como estudantes. Agora eles têm a oportunidade de vivenciar a escola de um outro ponto de vista: como educadores. 

Marco Milito  – O Hugo faz parte da minha vida. Esta é uma história que começou há um longo tempo, mais precisamente no Fundamental I, onde comecei a aprender coisas que eu nem poderia imaginar que levaria para a minha vida.

Ser estudante não é uma tarefa fácil; às vezes gostaríamos que as coisas fossem diferentes, do nosso jeito, e até mais fáceis. Por vezes saíamos do colégio cansados, preocupados com as tarefas a serem realizadas dentro e fora da escola, porém, é apenas quando as portas do mundo se abrem que começamos a ver o quanto tudo aquilo que vivenciamos neste lugar, por tantos anos, valeu a pena. Vemos que o colégio em si não nos ensina apenas as matérias que já estão agendadas no cronograma, mas, também, ensina o valor da amizade, do esforço, do trabalho duro. Ele nos prepara para a vida e ensina a encarar outros desafios que antes pareciam inimagináveis.

O Hugo é um colégio que sempre esteve presente na minha vida! Aqui conheci pessoas incríveis, tive ótimos professores, que hoje posso chamar de colegas de trabalho, e me sinto muito feliz por poder atuar ao lado de profissionais de um nível tão alto. É uma honra poder auxiliar quem me auxiliou tanto no passado, e continua me ajudando. A cada dia é um aprendizado e no colégio aprendi que estamos aqui nos preparando para a vida.

Poucas pessoas podem ter a oportunidade que eu tive, de voltar aonde comecei, e poder conhecer o outro lado da cortina, e o melhor, poder ajudar na formação de futuros profissionais que um dia poderão, também, estar onde estou. Saibam que todo o esforço é válido e que apesar de os professores, o colégio, parecerem muito exigentes algumas vezes, tudo é feito com cuidado para que, no futuro, vocês saibam tomar decisões e consigam entrar neste mundo de braços abertos.

O Hugo me preparou e continua me preparando e, se eu posso resumir tudo o que passei aqui dentro em uma palavra, ela é “gratidão”. Sou grato por todas as oportunidades, todo o conhecimento e até mesmo as broncas que me foram dadas. Parabéns, Hugo, sempre formando pessoas além de profissionais.


Flávia Paoletti – A escola é o segundo ambiente mais importante na vida social de um ser humano. Nela, vivemos situações boas e ruins, conhecemos pessoas novas, conquistamos boas amizades, socializamos pensamentos e ideias que nos fazem crescer e guardamos todas essas experiências em nossa memória. 
Fui estudante do Hugo Sarmento na década de 90. Fiz apenas dois anos iniciais do Ensino Fundamental I e mesmo tendo estudado por pouco tempo, tenho ótimas lembranças do colégio. 
Lembro-me, com muita saudade, daquela época, das brincadeiras na quadra e no morro, de todos os espaços da escola, das atividades, dos amigos que conquistei, dos professores e funcionários, que sempre me trataram com muito carinho. 
Voltar ao Hugo, desta vez como professora, me fez relembrar cada momento vivido aqui. Hoje, tento passar para meus alunos todo o amor e carinho que recebi quando eu era estudante. E presenciar cada momento, participando do crescimento social deles é muito gratificante.
Sinto-me muito orgulhosa de ser ex-aluna e hoje fazer parte dessa equipe, e poder estar presente nessa linda comemoração dos 50 anos do colégio. 
Obrigada, Colégio Hugo Sarmento, por fazer parte da minha vida e me deixar fazer parte da sua história.


Alessandra de Camargo Moreno - O percurso do Colégio Hugo Sarmento nesses 50 anos se mistura com a história da minha família. Minha mãe conta que logo no seu primeiro contato sentiu-se "em casa" pelo acolhimento que recebeu. 
Nossas memórias desse tempo são deliciosas, dentre elas as tardes em que fiquei ajudando a organizar as exposições, meus amigos queridos, professores e as apresentações de dança na Festa Junina. Bons tempos... 
A escola me deixou marcas significativas. Dessa forma, ao escrever meu trabalho de conclusão de curso em Pedagogia, agradeci ao professor Angelo (que foi professor de artes) o olhar sensível que guardo como um valioso tesouro. 
Quando me tornei mãe pela primeira vez, coloquei meu filho Diego para estudar no Hugo e hoje ele tem 25 anos e é formado em eventos na Austrália. Fiz o mesmo com minha filha Julia que atualmente é aluna da escola. Minha irmã também fez questão de prestigiar e minha sobrinha Luisa, que hoje faz arquitetura, foi também aluna do Bola de Neve. 
Por isso hoje, quando estou dando aula no curso complementar de Arte e Cultura, é como se o tempo voltasse um pouquinho e eu pudesse me ver nas conversas dos alunos.
Quanta gratidão temos, eu e minha família, pelo carinho e ensinamento oferecido a nós pelos funcionários e gestores do Colégio Hugo Sarmento.
Parabéns!!!


quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

O primeiro aluno

João Mendes de Almeida Jr 
Diretor Administrativo do Colégio Hugo Sarmento


É bom e ao mesmo tempo é estranho saber que esta escola tenha sido criada para mim ou por minha causa, e que eu continue aqui após 50 anos.

Esta foi uma fala familiar, que minha mãe gostava de repetir carinhosamente. Mas, sei que não foi só por mim que minha mãe fundaria a escola. Foi muito por seu espírito inquieto e inovador e sua enorme vontade de mergulhar nesse universo da educação, tradição de família como vocês leram no primeiro post do blog deste ano.

A verdade é que eu fui o primeiro aluno, na primeira classe formada. Depois, com a entrada de novos alunos, uma turma de mais velhos foi criada e acabei completando o fundamental, a oitava série, na segunda turma a se formar aqui em 1976. Naqueles tempos, não tínhamos o “segundo grau” ou ensino médio.


A experiência de ter vivido aqui como aluno em uma época de efervescência e grandes ideais e desejo de mudança na sociedade e na educação, como foram os anos 60 e 70, foi marcante para mim e meus colegas. O ideal desta escola e este olhar constante para o futuro nascia ali.

A criatividade já estava no centro de todo o processo da escola. A equipe de professores e coordenadores buscava incessantemente estimular em cada um de nós este lado criativo e crítico que hoje vem sendo reconhecido como tão fundamental.

Não tínhamos, é claro, uma noção tão evidente disto como alunos, mas o espírito da escola e a aposta dos pais daquele tempo na proposta fazia do Hugo uma escola diferenciada. E de certa forma nós percebíamos isto quando tínhamos contato com garotos de outras escolas, a maioria “careta” e baseadas em “decoreba”.

Quase todos da minha turma ficaram juntos desde a educação infantil até o fim do fundamental e pudemos compartilhar estes anos iniciais do colégio. Tínhamos uma relação de afeto com nossos professores e professoras, éramos próximos, não tínhamos medo deles – pelo menos não da maioria.

O enorme conteúdo que enfrentávamos – e que enfrentam os alunos de hoje em dia – não nos parecia um fardo. É óbvio que havia dificuldades específicas e implicâncias com algumas matérias, mas, ainda assim, conseguíamos levar a escola de maneira mais leve e comprometida. 

Já naquele tempo a arte, o teatro, o estímulo à leitura, a “matemática moderna”, muitas redações, resolução de problemas, saídas pedagógicas e a exposição de trabalhos nos envolviam e estimulavam de verdade. 

Ao sair do Hugo para fazer o “colegial” em outra escola e durante os anos da faculdade é que pude perceber o peso da formação que tive aqui e de como isto diferencia os alunos que passam pelo Hugo.

Por circunstâncias diversas, há trinta anos entrei na escola para trabalhar e hoje, como diretor, atuo para que grande parte deste espírito inicial continue  vivo. 


O colégio não é exatamente o mesmo e nem poderia ser – são outros tempos. 
Nas palavras dos alunos que acabaram de se formar no Ensino Médio está a prova de que esta visão inovadora ainda está presente como um grande valor para todos nós e de que o laço tão estreito que nos mantém unidos –  alunos, escola e famílias – continua firme na família Hugo Sarmento.