quarta-feira, 22 de março de 2017

A leitura de rótulos de alimentos como fonte de pesquisa e de crítica

Por Rosana Maria Dell’Agnolo, Simone Violante, Lia Granado e Marcos David Muhlpointner

Rótulos no dia a dia: Basta ler ou devemos entender? Queremos formar indivíduos preparados para gerirem suas vidas no ambiente em que vivem com critérios amplos de conhecimento. 

Os alunos da 2ª série do EM foram surpreendidos com um café da manhã na aula de Biologia para introduzir o tema sobre alimentos, nutrientes e substâncias químicas nos seres vivos.


Nas aulas de Química, um recorte interessante é o estudo e interpretação dos rótulos de alimentos, remédios, produtos de limpeza, entre outros.

Na busca deste objetivo, os alunos da 2ª série do Ensino Médio fizeram uma visita ao supermercado “Natural da Terra”, próximo à escola, para uma pesquisa em grupo sobre rótulos dos produtos.


 

O aluno pergunta “...para que rótulo nos alimentos?”. O rótulo vai orientar o consumidor sobre a quantidade e a qualidade dos constituintes nutricionais do alimento, a presença de componentes que podem provocar alergias ou doenças adquiridas na alimentação, favorecendo, então, uma escolha apropriada. Dessa forma, o aluno percebe que um rótulo não faz parte apenas do cotidiano dos químicos, médicos, farmacêuticos ou empresas de fiscalização mas, também, tem grande importância para o consumidor. A química torna-se, então, parceira dos alunos ao trazer seus conteúdos de série ao projeto “Rotulando”. E isto foi só o começo.


O estudo dos rótulos dos alimentos faz parte da vida das crianças logo nos primeiros anos. Elas abrem suas lancheiras e lá está aquele monte de informações escritas. Nas aulas de Ciências Naturais do 5º ano, durante o projeto Nutrição, em diversos momentos trabalhamos com os rótulos. Começamos desvendando a tabela nutricional e, por meio dela, descobrimos quais são os nutrientes de que o ser humano necessita para ter uma alimentação saudável.

Normalmente esta primeira exploração vem acompanhada de perguntas sobre a quantidade necessária de cada nutriente. Uma simples leitura de rótulos gera muitas perguntas interessantes que, para serem respondidas, utilizamos outras fontes de pesquisa. Aos poucos o grupo vai descobrindo que, para termos uma alimentação saudável, não existe uma fórmula mágica, mas, sim, que devemos buscar um equilíbrio na ingestão dos diversos nutrientes. 

Em um segundo momento, é lançada a pergunta: “Vocês realmente sabem o que estão comendo?”. Normalmente respondem que sim. Que aquele suco de uva do recreio é um suco de uva natural. Qual não é a sua surpresa ao descobrirem, na lista de ingredientes, a quantidade de açúcar existente em uma pequena caixa ou mesmo que muitos sucos levam maçã em sua composição. Sem contar todos os “antes”, acidulantes, corantes, conservantes... quase infinitos.



Com isso, a visão dos alunos vai mudando, pois começam a ler os rótulos e a pensar sobre o que estão ingerindo. No recreio, presenciamos muitas discussões bem interessantes sobre este assunto! Alguns até começam a sugerir à família algumas mudanças alimentares em relação aos alimentos industrializados que consomem. Quando se deparam com o símbolo de transgênico e pesquisam sobre o assunto... a polêmica se espalha pela sala!

Este processo é um pedacinho do nosso projeto Nutrição, que é tão rico! Sempre recheado de discussões, aprendizagens e reflexões, são nossas aulas favoritas! Afinal agora, mais do que em nenhum outro momento da história da humanidade, precisamos pensar e discutir como estamos nos alimentando.

No 9º ano, os alunos estudam sobre os componentes que constam nas bulas dos remédios e também nos rótulos dos alimentos. E perguntamos: Quantas bulas de remédio você leu esta semana?

Se não precisa tomar remédios, parabéns! Você goza de boa saúde e ainda economiza dinheiro com isso. Mas, se por algum motivo você precisa tomar um remédio diariamente, seria muito interessante conhecer o que você está usando... Os rótulos das embalagens, bulas de remédios, manuais dos carros, manuais de instalação de equipamentos, embora "chatos" de serem lidos, são muito importantes!

Vejam, por exemplo, o rótulo das garrafas de água mineral. Embora seja "apenas" água, o rótulo nos mostra que outras substâncias químicas estão presentes nela.
Fundamentalmente, a água mineral recebe esse nome por causa dos sais minerais que ela contém. Ainda que numa variedade muito grande, seus componentes não são suficientes para dar um gosto salgado a ela...

Neste trimestre, fizemos uma atividade em que os alunos puderam identificar quais são os principais sais minerais presentes na água e suas fórmulas químicas. Por acaso, você sabia que a água mineral que bebemos, seja ela de qual marca for, tem aspectos de condutividade elétrica, índice de acidez e até radioatividade? Pois é, está tudo no rótulo!

E é assim, revisitando os temas nos diferentes segmentos da escolaridade, que os alunos vão ampliando seus conhecimentos sobre temas da vida, de seu dia a dia, e vão dando sentido ao aprendizado.

quarta-feira, 15 de março de 2017

O Grafite nas aulas de Sociologia e Artes: quando a polêmica do dia a dia motiva as conversas, reflexões e experimentações na escola

Por Pedro Mancini e Tania Vasone

Na volta às aulas, em fevereiro, nos deparamos com um acontecimento em São Paulo: João Doria Júnior, prefeito recém-eleito, manda apagar os grafites da Avenida 23 de Maio na operação intitulada “Cidade Linda”. Aproveitamos esta notícia, amplamente divulgada nas mídias e redes sociais, para discutir com nossos alunos várias questões de cunho cultural, social, histórico e artístico.

A primeira delas: O que é Arte? Partindo dessa provocação inicial, mostramos para eles diversos estilos e artistas de todos os tempos, enquanto discutíamos a questão de como a sociedade definiu o que é “arte” em cada período histórico, até chegarmos ao grafite e à pichação. Pedimos a eles, então, que procurassem notícias e artigos de opinião e que, então, se posicionassem sobre este assunto tão polêmico. 


A partir de suas reflexões e das notícias selecionadas, outros assuntos apareceram: se é legítimo que o prefeito declare o que é arte ou não; se deve tomar decisões sobre o uso do espaço público sem conversar com os envolvidos; sobre a lei que diz que pichar é crime e sobre o fato de que, antigamente, grafitar também era; sobre o direito dos grafiteiros, que têm suas obras pichadas e agora apagadas; sobre a arte que sai dos museus e democraticamente se expõe na rua; sobre as transformações na cidade e, enfim, sobre o caráter efêmero da arte. 

Enquanto o debate sobre a relação entre grafite, pichação e arte ocorria nas aulas de Artes, as aulas de Sociologia abarcavam uma questão similar na segunda série do Ensino Médio, a saber: “Pichação é cultura?”. 
O professor aproveitou os quentes embates entre o prefeito e os pichadores para debater a respeito do caráter abrangente dos hábitos culturais de uma sociedade, “quebrando”, a partir da visão construída pela Antropologia, ao longo de sua história, a visão elitista sobre a ideia de “cultura” – por vez ainda associada ao limitado mundo “sofisticado” dos museus e teatros clássicos, com acesso muito restrito a amplas camadas da população. 

Com o provocador estudo da cultura a partir da intervenção dos pichadores na cidade, acentua-se a percepção da cultura como conjunto de práticas (inclusive artísticas, mas não só), conhecimentos, costumes e crenças compartilhados por certos grupos sociais com diferentes tamanhos e graus de diversidade. Assim, a arte popular, inclusive a pichação, também é cultura – independentemente de sua legalidade, que traz outras questões para debate! Desse modo, para além de desenvolver seus conhecimentos sobre o que, de fato, é “arte” e “cultura”, os alunos aprenderam a destrinchar um assunto, desenvolvendo argumentos sólidos para fundamentar suas opiniões sobre temas amplamente debatidos em seu meio social, separando argumentos legais de outros tipos de fundamentação. Voltando ao exemplo da pichação, os alunos aprenderam quão importante é refletir sobre o que é judicialmente condenável ou até repudiado por boa parte da população urbana, podendo ainda assim (ou por isto mesmo) se tratar de uma prática cultural e artística.


Com os debates tocados em sala de aula, a maioria dos alunos chega à conclusão de que grafite é arte, sendo que todos o apreciam, e que a pichação  é  uma manifestação de parte da população que deseja transgredir a ordem estabelecida, uma forma de expressão de ideias, uma maneira de mostrar a revolta, de mandar mensagens ou marcar territórios.  A grande maioria dos alunos, contudo, não gosta de pichações por serem feitas em lugares particulares sem o consentimento do dono, para além do julgamento sobre a qualidade estética das letras e rabiscos.

Com os alunos já posicionados sobre a polêmica, mostramos os grandes nomes do grafite brasileiro, como: Nunca, Eduardo Kobra, Tikka, Crânio, Nina e Os Gêmeos, e do mundo, como Basquiat  e Banksy.


Alimentados de tantas ideias e imagens maravilhosas, produziram, então, seus próprios trabalhos de intervenção, que logo poderão ser apreciados pelos espaços da escola.



quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Ferramentas tecnológicas potencializam a aprendizagem

“Descobertas da neurociência trazem apenas mais indícios de que a aula tradicional já está com os seus dias contados”, dizem os especialistas. Isto porque o interesse, o tempo de atenção e a relação dos alunos com a informação são agora muito diferentes. 

As crianças fazem uso da tecnologia com muito domínio e facilidade; por isso, na nossa proposta de trabalho buscamos aproveitar essas ferramentas digitais nas diversas faixas etárias e áreas de conhecimento.

O computador é aliado das crianças desde as classes de alfabetização quando preparam, por exemplo, listas de palavras relacionadas aos temas de estudo. Além de divertido, ajuda o aluno a pensar sobre a escrita de formas variadas.


No Ensino Fundamental I, pesquisar é uma das estratégias que usamos de forma gradativa, fazendo uso da internet de forma interessante, pois esta propicia muita investigação e discussão, seja sobre sobre os sites confiáveis e não confiáveis, seja o porquê de se citar as fontes de pesquisa, a comparação e o confronto de informações, seja para se comunicar com pessoas do mundo.

O livro de Língua Portuguesa foi reeditado e possui uma versão digital que tem o objetivo de aproximar cada vez mais os alunos do domínio do universo tecnológico. Há uma grande variedade de recursos e propostas: atividades interativas com autocorreção, animações, jogos, músicas, filmes, documentários e vídeos, entre outros. Além do caráter lúdico, elas têm a finalidade de aprofundar os conhecimentos e ampliar o repertório de conhecimentos.

Alguns destes objetos digitais mais complexos são explorados com orientações específicas dos professores em sala de aula. 

No Ensino Fundamental II, imagine como é fascinante para os alunos acessarem imagens incríveis de fungos, bactérias ou vírus em um site indicado pelo professor de Ciências http://www.sciencephoto.com/dennis-kunkel-microscopy-collection que antes só poderiam ser vistas (não na escola) em lâminas de microscópios super potentes.


Para os adolescentes, as ferramentas digitais são ainda mais relevantes, sendo incorporadas em sua rotina diária. Isso gera a necessidade de tratá-las como grandes aliadas à formação educacional durante todo o Ensino Médio: Para que não fique defasada frente à realidade hiperconectada do jovem e possa prepará-lo, efetivamente, para lidar com um mundo tecido pela virtualidade constante, a escola não deve se abster em aproveitar todo o instrumental pedagógico disponibilizado pelos aparatos tecnológicos atuais.

Para cumprir essa missão, o Ensino Médio do Colégio Hugo Sarmento conta com o apoio digital do Sistema UNOi de Ensino – que disponibiliza uma grande parcela do material didático adotado por esse segmento. Graças a essa parceria, os alunos entram em contato com uma plataforma virtual que, além de fornecer um meio muito eficiente de apoio à organização dos estudos (pela coordenação de todas as lições de casa solicitadas em sala de aula, por exemplo), conta com inúmeras ferramentas de suporte pedagógico, como acesso a artigos da revista Scientific American, TEDed, vídeo-aulas e muitas outras publicações e atividades virtuais.


Os professores contam com iPads em sala por meio dos quais organizam e executam suas aulas. Em sua formação junto à Coordenação do colégio, são orientados a utilizar essas ferramentas e a elaborar suas aulas com criatividade e pró-atividade, apropriando-se de instrumentos tecnológicos (como vídeos, imagens e músicas ou aplicativos de celular) na medida em que se apresentarem como formatos interessantes, inovadores e eficientes de transmitir conhecimentos e desenvolver habilidades e competências compatíveis com a realidade social de nossos jovens.
Com essa instrução e os meios adequados à disposição, nossa equipe é capaz de criar momentos de aula bastante ricos e dinâmicos – pela utilização, por exemplo, de jogos e aplicativos digitais capazes de simular o processo de contágio de doenças transmissíveis ou o funcionamento de ondas eletromagnéticas, ou ainda, sugerir projetos interdisciplinares com conteúdos atuais.


Nas aulas de Geografia, aprendem, por exemplo, a utilizar o Programa GoConqr  que ensina a fazer mapas mentais, muito importantes para a organização das informações para o estudo.


A informação está na rede ao alcance de todos, em qualquer lugar. Transformar este amontoado de conteúdo virtual em conhecimento e na possibilidade de aprendizado significativo pelos alunos é o novo papel incorporado às muitas tarefas do professor nos dias de hoje.

Portanto, a capacidade de lidar com as inovações de modo crítico, dinâmico e criativo é uma de muitas das habilidades trabalhadas continuamente por nossos professores em sua formação contínua. Acima de tudo, essa habilidade é tratada pelo colégio como essencial para a formação plena de nossos alunos, de modo que aprendam efetivamente a se relacionar, de forma bastante responsável e autônoma, com um mundo contemporâneo extremamente conexionista e virtualizado.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Uma leitora e suas memórias

por Lia Granado, professora do 5º ano do Fundamental I

Começamos o ano pensando nas leituras que os alunos farão. 2017 é ano de LIVROMANIA, evento bienal de nossa escola com que pretendemos promover, em um dia especial e de uma forma prazerosa, a relação dos alunos e seus familiares com os livros e a literatura.

Com meus alunos do 5º ano, na nossa primeira Roda de Biblioteca, arrumei as almofadas, os livros que os alunos trouxeram de suas coleções favoritas e comecei a lembrar da minha própria trajetória enquanto leitora. Este é um dos objetivos da Livromania   fazer com que nossos alunos e suas famílias resgatem as suas memórias de leitores ou até de escritores, quem sabe


Durante o nosso planejamento, decidi contar aos alunos a minha experiência; desta maneira eu poderia ser um modelo no momento em que eles fossem contar a deles. Mas, não é só isso, pois já foi mais que provado que no momento da aprendizagem, se a parte do cérebro ligada à afetividade é acionada, o aprendizado acontece de maneira muito mais potente. Como sou apaixonada por livros, resolvi compartilhar esta minha mania! Foi por tudo isso que comecei a primeira roda do ano com três exemplares de José Saramago em mãos.


Contei que ele era um dos meus autores favoritos e que seus livros eram difíceis de ler, mas que valia muito à pena. Saramago diz que não sabe contar história para os pequenos, pois ele gosta de palavras difíceis, mas que ele iria tentar... Li para o grupo A maior flor do mundo e O silêncio da água, ambos do nosso rebuscado escritor português. O terceiro exemplar, Ensaio sobre a cegueira, em minhas mãos, era só para adultos, como eles mesmos definiram pelo tamanho, complexidade e a sua característica pontuação ou ausência dela.  

Num certo momento em que conversávamos sobre nossas preferências literárias, uma aluna me perguntou: “Qual era o meu autor "mais preferido" de todos?”. Que difícil de responder! Vasculhei minha mente, fiquei com pena de deixar tantos de fora ao escolher apenas um, mas prometi que na próxima roda eu iria trazer o meu livro “mais preferido de todos”. Ele se chama Cem anos de solidão, e é de um escritor colombiano, Gabriel Garcia Marquez. Talvez ele seja meu preferido, não no momento, mas pensando na minha vida toda, sim. Que tarefa difícil essa de eleger um só! 

Cada um escolheu um ou dois livros da coleção que mais lhe agradava, tiramos na sorte os mais disputados, fizemos a nossa lista de reservas para a próxima semana e, ao final, desejei a todos que um dia eles tenham a curiosidade de ler um livro de José Saramago, porque ele é MARAVILHOSO!!! 


Espero que no futuro, ao se depararem com os livros dos meus autores favoritos, (que aos poucos vou contando para eles quais são) eles se lembrem de maneira afetuosa destes momentos das nossas tardes, deem uma chance e que leiam, mas leiam muito durante suas vidas! 
A LIVROMANIA SERÁ NO DIA 1º de abril, SAVE THE DATE!

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Voltando ao assunto do começo do ano... 50 anos de história

Por João Mendes de Almeida Jr - diretor

O que imaginavam os pais, alunos, professores e educadores das primeiras famílias que resolveram embarcar em um novo projeto de educação lá em meados dos anos 60? Com que futuro sonhavam? 

Por certo, além de um pouco de ficção científica, esperavam um mundo que já tivesse resolvido questões básicas para a humanidade. Fome, saúde, violência, guerras seriam, neste futuro imaginado, coisa do passado e seus filhos e netos usufruiriam de um mundo melhor. E a grande transformação se daria pela educação.

Ao escolherem uma escola que acabava de nascer em uma pequena garagem, sem dúvida compartilhavam o ideal pedagógico transformador que uma formação mais ampla, humanista e livre poderia propiciar a seus filhos, rompendo com o tradicionalismo vigente naqueles tempos.

No fundo, como agora, o grande desejo dos pais e professores é sempre que as crianças e jovens sejam felizes e que vivam uma vida plena.

É neste conceito de vida plena que nosso ideal de educação, construído ao longo de meio século, se entende e se diferencia. Vida plena é, sobretudo, estar preparado para fazer escolhas, para aprender sobre qualquer assunto, para mudar e se adaptar, para questionar, para ser capaz de apreciar o belo, para enxergar o mundo sem preconceitos, para encontrar prazer no trabalho e na convivência humana.

Ao longo destes 50 anos, a educação foi mudando, como tinha que ser mesmo, e filosofias e teorias educacionais foram passando a ter maior ou menor peso: Piaget, construtivismo, sócio-construtivismo, interacionismo, projetos e nossa escola foi absorvendo um pouco, ou muito, de cada uma destas propostas para criar um projeto pedagógico singular. 

Entendemos que a principal característica desta escola é, mesmo, este olhar para o futuro, para o futuro dos alunos e suas necessidades e não ter receio de mudar.  Outra característica da história da nossa escola é a constante preocupação em acolher todos os alunos e trazer para a equipe profissionais diferentes, diversos e complementares que compartilhem deste nosso Ideal pedagógico.

Gostamos muito de dizer que quem passa pelo Hugo Sarmento, seja aluno, professor e até mesmo os pais, recebem uma marca. Quem passou pelo Hugo tem um olhar, um espírito, um jeito diferente de ver as coisas. 

E a grande pergunta que nós, como educadores, nos fazemos é: por onde andarão nossos alunos, que vida estão levando, como estarão hoje, será que nosso trabalho rendeu frutos?

Para responder um pouquinho a esta questão retomamos o contato este ano com alguns ex-alunos para saber o que ficou na sua memória afetiva e como o Hugo influenciou suas vidas.
Trouxemos ex-alunos para nos contarem sobre suas vidas e sua trajetória. 


Ex - alunos dos anos 70


]Ex - alunos dos anos 90

Ao completar 50 anos recebemos o rótulo de “escola tradicional”. Com essa nossa efervescência e o desejo constante de mudança e olhar para futuro, este rótulo nos surpreende.  Entretanto, há uma tradição, uma essência e uma história que fundamentam e nos dão o reconhecimento como projeto único.

Embora a nossa escola não seja só Arte, a marca da “tradição” de nossa escola é a Arte, e muito mais do que isto, por que a Arte é o instrumento, a marca que se fixa em nossos alunos é a CRIATIVIDADE, e junto com ela, o SENSO ESTÉTICO e CRÍTICO que advém de se praticar quase que diariamente aqui na escola um olhar artístico.

A prova de que não somos só arte é a diversidade de profissões escolhidas por nossos alunos, que vão de Direito a Design de Games, de Engenharia a Publicidade, de Química a Artes Plásticas. O papel da escola é, neste campo, abrir horizontes e não estreitá-los. 

Não há como negar que nestes 50 anos aconteceram muitos avanços – mas ainda não temos espaçonaves nas ruas nem as tais questões básicas estão perto de serem universalizadas. 

Entretanto, gostamos de imaginar que com nosso trabalho contribuímos, naqueles tempos e agora, para que o sonho de um futuro melhor se torne cada vez mais realidade.  

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

As histórias em quadrinhos na escola

Por Patrícia Vasconcellos

Neste ano tive a oportunidade de retornar para a sala de aula e atuar diretamente com as crianças em processo de alfabetização. Foi um dos momentos mais significativos no meu percurso como educadora, pois pude acompanhar mais de perto o despertar para o mundo letrado. Sabia o quanto era importante desenvolver este trabalho de forma agradável e divertida, para que as crianças sentissem prazer em aprender e desenvolvessem o gosto pela leitura e pela escrita. 
Durante o ano, apresentamos muitas propostas significativas para o avanço no processo de alfabetização. Temos uma sequência didática para este momento do ano em que as crianças são convidadas a conhecer e a criar histórias em quadrinhos, sendo, assim, desafiadas a utilizar seus conhecimentos sobre a linguagem escrita em um contexto divertido e muito atraente.


A proposta da Biblioteca Circulante para os alunos foi diferente da apresentada nos trimestres anteriores, pois nos aprofundamos ainda mais nas reflexões e discussões a cerca de aspectos importantes da Literatura. Desta vez exploramos as obras de Eva Furnari, com o objetivo de conhecer mais sobre as relações entre o texto e a ilustração. Nas conversas em classe, os alunos descobriram que esta autora/ilustradora criou tirinhas e livros sem texto que dispensavam a palavra escrita; que ela também utilizava muito humor ao brincar com as palavras/imagens e que a sua principal personagem era a Bruxinha, com o seu traçado muito característico. Assim, as crianças foram se apropriando do estilo da autora. Fizemos muitas observações e discussões sobre os seus livros e os comparamos aos de outros autores/ilustradores. Nestes momentos, fizemos muitas discussões e comparações de livros que têm escrita e de livros só com imagens e como os indicaríamos aos amigos sem antecipar muito a história.

 

Ao mesmo tempo, apresentamos às crianças a biografia e a obra de Maurício de Sousa e as peculiaridades da linguagem dos quadrinhos (uso de diálogos, onomatopeias). Foram conhecendo este autor, que também trata da imagem e do texto de forma complementar. 

 

Organizamos uma pequena Gibiteca na classe que contribuiu para aproximar ainda mais o grupo da leitura, despertando e sensibilizando o olhar para os detalhes, as imagens e a fala dos personagens. Em muitos momentos, víamos as crianças organizadas em grupinhos para a leitura dos gibis. Estavam sempre com os olhos atentos e concentrados, rindo e se emocionando ao ler, fazendo os sons: Cabum, Socoooorro!... Identificavam-se com algo que já tinham visto ou vivenciado e até, muitas vezes, com o projeto estudado: “Olha, esse quadrinho tem os planetas e o sol”; “Essa história tem um ET”.; “Hoje eu trouxe um gibi sobre o universo e eu queria mostrar na roda!”.


Propusemos às crianças a criação de um personagem, um ET. Cada um deveria pensar em suas características, desenhá-lo, escolher um nome para ele e criar uma situação interessante. Nossa ideia era a de unir esta linguagem ao tema do Universo. 


Muitas atividades foram propostas para que as crianças se apropriassem das características deste tipo de texto e para que pudessem construir, com originalidade, as suas próprias tirinhas. 


E assim, com o resultado deste trabalho, estamos preparando uma revista de tirinhas, dos autores e ilustradores do 1º ano, que será compartilhada com os familiares e amigos.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

E está chegando um novo ciclo: a passagem do Fund I para o Fund II

Por Lia Granado

“Recria tua vida, sempre, sempre.
Remove pedras, planta roseiras e faz doces. Recomeça”
Cora Coralina

Inicio este texto com um trecho de um poema de Cora, poetisa tão cara para o meu 5°ano, um poema que fala sobre o caminhar da vida. Podia ter começado com uma citação de algum importante pedagogo, mas não, prefiro Cora e suas coralices.

Semana passada os alunos do 5° participaram de uma vivência. Todos foram convidados a vir de manhã para conhecer o funcionamento do novo ciclo, o Ensino Fundamental II. Foram recebidos carinhosamente pela Siça (tutora do 6° ano) e pelos alunos do 6° ano.

Começamos com uma dinâmica para quebrar o gelo, mas, antes de começar, voltaremos ao dia anterior. A ansiedade era tanta que os alunos só falavam disso, foi difícil envolvê-los em qualquer outro assunto! Queriam saber tudo e, principalmente, viver a experiência. Tinham muitas perguntas, ansiedades e alguns medos também.

Bem, fizemos a dinâmica e aos poucos os alunos foram se integrando. Compartilharam a árdua tarefa para uns de acordar cedo e, principalmente, de dormir cedo. Conversamos sobre a importância de acostumar o nosso ritmo biológico aos novos horários.

O professor Ronaldo, de Educação Física, propôs aos alunos do 5° e do 6° anos atividades de integração, jogos cooperativos e de competição. A alegria deles estava estampada em seus rostos! O medo aos poucos foi indo embora. Nada como o esporte e o brincar para unir e aproximar as pessoas.



Depois, os alunos do 6° ano, que haviam preparado uma apresentação, responderam às perguntas realizadas anteriormente pelo 5° ano. Deram dicas de quais seriam as maiores dificuldades e como poderiam remover essas “pedras” mais facilmente.


A professora Adriana, de Geografia, deu uma aula em que contou como começou sua paixão por esta área do conhecimento e de como seria a separação das Ciências Sociais em duas áreas: História e Geografia. Os alunos ficaram encantados e não queriam que ela fosse embora.


Para finalizar, discutimos sobre o que é ser um grupo e como as mudanças individuais e coletivas, quando acontecem, repercutem no grupo. Como não poderíamos deixar a Arte de lado... Os alunos receberam telas e, com elas, montamos uma telona. Cada um poderia desenhar o que quisesse, mas o seu desenho precisava se conectar com o desenho dos que estavam à sua volta. Pintaremos a tela esta semana e no primeiro dia do 6° ano cada aluno trará sua tela e a telona será montada novamente. 

A manhã foi bastante especial para cada um; percebemos que aquela ansiedade e aquele medo que eles estavam sentindo foi ao pouco se dissipando. Esta era a nossa intenção, que, de maneira carinhosa e gostosa cada um pudesse ir removendo as pedras e plantando suas roseiras.

Depoimentos dos alunos do 6º ano, após receberem os alunos do 5º ano:

Achei legal mostrar para os alunos do 5°ano o que aconteceu com a gente e como podem ser melhores. Conseguimos mostrar para eles como ter uma postura de 6º ano e como podem se organizar no começo de cada aula. No 1º trimestre fui muito desorganizada e até o 5°ano me considerava organizada. No início pode ser um pouco difícil para se adaptar, meus pais me deram dicas, mas eu achei o meu próprio jeito de me organizar.

Ah! No começo a gente se sente mais constrangido porque no 5°ano somos os maiores e no 6º ano somos os menores.

Marina Dogo de Resende Conzo


Achei muito legal saber que a gente sabe uma coisa a mais e pode contribuir para que eles se deem bem no ano que vem. Também já os conhecíamos durante os anos anteriores e isso facilitou a integração.

Maria Eduarda Lázaro Pinheiro de Lima

Foi uma experiência diferente explicar aos alunos o que vivemos, pois não tinha muito contato com eles. Tive uma sensação diferente, uma mistura de animação e curiosidade ao mesmo tempo.

Victor Takatu

Eu achei bem legal, gostei de conversar com eles, de cooperar em algumas aulas. Consegui ver a personalidade e os gostos de cada um. Tive uma experiência que nunca passei antes.
Eduardo Domingues Destro

Achei normal, porque já conhecia a maioria deles, muitos deles já eram meus amigos. Eu sinto que ajudei o 5°ano a se acostumar com a aula de manhã.

Lorenzo Passarelli Junqueira


Ano que vem sabemos que eles sentirão algumas dificuldades, e que, para muitos, se organizarem com vários professores será um desafio. Não ser mais o mais velho, e sim o mais novo do segmento, será impactante. Eles terão que se recriar, mas a vida é assim, um eterno recriar-se! Esperamos que essa vivência contribua para este novo momento da vida de cada um. Aos meus queridos alunos, um bom recomeço, bem doce como os de Cora!!! 

Já estou com saudades!

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Cuidando da passagem: a transição do 9º ano para o Ensino Médio

Por Pedro Mancini - Tutor do Ensino Médio e Professor de Tutoria do 9º ano do Ensino Fundamental


Na vida juvenil de um estudante brasileiro, cheia de importantes períodos de transição, a passagem do 9º ano para o Ensino Médio é, sem dúvida, um dos mais marcantes. Nessa fase, que coincide com a consolidação da adolescência, o aluno lida com grandes expectativas sobre o que virá em seu novo momento escolar: novas disciplinas, novo nível de cobranças e exigências, e um afloramento da autonomia (e da demanda por responsabilidade) e das relações sociais. No momento presente, em que a própria natureza do Ensino Médio é debatida pelo governo, e em que se constroem expectativas de grandes alterações nesse ciclo de ensino, ainda mais dúvidas e incertezas podem surgir. É comum, e perfeitamente normal, que o jovem se sinta aflito com essas expectativas, apresentando maiores inseguranças e variações de humor – afinal, são muitas mudanças para lidar em muito pouco tempo!

Nós mesmos da equipe do colégio temos nos debruçado sobre as mudanças propostas pelo governo para o Ensino Médio, participando de cursos, seminários e debatendo internamente o impacto destas medidas. Além das adequações de conteúdos e da Base Curricular Nacional, as mudanças propõem maior adequação às características, desejos e expectativas de cada escola e dos jovens. 


Nesse sentido, o papel da escola é fundamental para determinar o grau de dificuldade dessa transição. Dependendo como atue, a instituição pode aumentar ou reduzir as angústias dos jovens, tornando o processo mais ou menos traumático. Pensando nisso, nós adotamos uma estratégia especial para lidar com suas aflições: preparamos um trabalho de tutoria específico com os alunos do 9º ano, de modo a prepará-los – objetiva e subjetivamente – aos desafios que enfrentarão no Ensino Médio.

Com a flexibilização pretendida, o papel da orientação ou da tutoria toma, assim, maior importância, ajudando os adolescentes a traçar suas trajetórias e fazer suas escolhas pessoais de formação, estudo e interesses. 

Sendo tutor do Ensino Médio, assim como professor de duas disciplinas desse ciclo, fui escolhido para conduzir essa transição. No segundo semestre de 2016, encontrei-me com o grupo uma vez por semana para esclarecer dúvidas a respeito da mudança e seus significados, apresentar questões específicas sobre o novo momento escolar e mediar momentos de sociabilidade interclasses, facilitando a interação com alunos que já estão se formando – e que podem, com seus próprios pontos de vista juvenis, tranquilizar as mentes dos jovens alunos do final do Ensino Fundamental quanto à próxima fase de suas vidas.

Antes de iniciar, pedi aos alunos da 3ª série do Ensino Médio que redigissem cartas de cunho informativo, mas com deliciosos temperos afetivos, contando sobre sua própria experiência com esse ciclo: os problemas que enfrentaram, suas angústias, seus prazeres e, enfim, suas transformações – especialmente no que tange à aquisição de responsabilidades e o estabelecimento de metas e objetivos de vida mais claros. Abaixo, apresentamos duas dessas correspondências, devidamente entregues e discutidas junto aos alunos do 9º ano.

Tendo provocado os corações de todos com depoimentos dos alunos mais velhos da escola, ficou ao tutor a responsabilidade de transmitir maiores detalhes sobre a nova etapa: o que deles será esperado pela escola e pelo corpo de professores, como se organizam as novas disciplinas, em que consiste o próprio trabalho de tutoria do Ensino Médio, entre outros. 

As aulas de tutoria do 2º semestre não se limitaram, contudo, a considerações propriamente escolares: falamos sobre a importância da tolerância e do diálogo no dia a dia, com debates a partir de vídeos (como o singelo Empatia e Simpatia e um comovente depoimento da escritora nigeriana Chimamanda Adichie ao TED sobre os perigos de uma “história única”), discutimos sobre ansiedade na adolescência e organizamos intervalos musicais e de talentos variados, de modo a estimular-lhes a capacidade de organização autônoma e trabalho em grupo. 

Por fim, garantimos produtivas aulas sobre respeito à diversidade sexual e sobre a importância do combate ao machismo em uma nova parceria com alunos da 3ª série: os mesmos, seguindo orientações divulgadas por uma campanha das Nações Unidas, apresentaram diferenças importantes entre os conceitos de sexo, gênero e sexualidade, debateram a relação entre gênero e poder e auxiliaram diretamente os alunos do 9º ano na elaboração de vídeos elucidativos sobre a relevância do combate ao machismo (ainda em processo de edição e acabamento).

Daremos continuidade no próximo ano, com apoio aos alunos no dia a dia e o desejo de propiciar novos debates e discussões mais complexas buscando torná-los pessoas conscientes, críticas e éticas. 

Foi um semestre, sem dúvida alguma, bastante rico para nossos alunos em final de ciclo: enquanto os jovens da 3ª série do Ensino Médio, já bastante preocupados com vestibulares e a chegada da vida adulta, deleitaram-se com a responsabilidade de informar e “passar o bastão” aos seus colegas do 9º ano do Ensino Fundamental, estes últimos tiveram a oportunidade de olhar o “monstro” do Ensino Médio (com suas 14 “cabeças” representadas pelas diferentes disciplinas) de perto, sob uma nova perspectiva, de modo a desconstruí-lo enquanto “assombração” a ser temida. 

Apesar das inevitáveis tensões inerentes a toda transição, no fundo aprendemos que se trata apenas disso: mais uma transição, com seus sabores e dissabores, como tantas outras que virão, sem tardar a partir – deixando marcas indeléveis nos corações. 

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

ENEM: algumas considerações e dicas para o dia da prova

Por Pedro Mancini e Daniel Catalani
Colaboração da nutricionista Deborah Coelho Takeda Catalani

O Colégio Hugo Sarmento é conhecido por se preocupar com uma formação mais ampla e humanista do sujeito – e não apenas com uma preparação instrumental para o mercado de trabalho. O estímulo à expressão artística, ao senso crítico e à argumentação, assim como outras habilidades imprescindíveis para uma formação cidadã, são parte inexorável de nossa proposta de trabalho e de nossa história institucional. 

Os dados mostram que essa abordagem não se traduz, contudo, em falta de eficiência no preparo para uma avaliação tão abrangente quanto o ENEM – que pode servir como porta de entrada para as universidades que nossos jovens cursarão a fim de seguir seus próprios caminhos pessoais e profissionais. Pelo contrário, acreditamos que a formação de indivíduos autônomos, capazes de pensar de modo amplo e criativo, tem como um de seus efeitos benéficos um melhor engajamento com formas de avaliação focadas na resolução de problemas – para além da mera reprodução mecânica de conteúdos escolares.

É claro que o ENEM passou por mudanças importantes desde seu início, tornando-se mais “conteudista” e parecido com os vestibulares mais tradicionais; mesmo assim, ainda possui muito de sua essência original, demandando dos candidatos capacidade de interpretação, raciocínio lógico, e inúmeras habilidades cognitivas (as provas avaliavam, até 2008, um total de 21 habilidades) – evitando, ainda, a fragmentação do conteúdo escolar por questões delimitadas por disciplinas (as questões ainda possuem um forte componente interdisciplinar). 

Ademais, vale indicar a tendência por uma nova mudança a partir de 2017, em um processo de resgate mais substantivo das intenções iniciais do exame, originalmente construído para qualificar o Ensino Médio e estimular as competências cognitivas dos candidatos. Maria Inês Fini, uma das responsáveis pela criação da prova nos fins dos anos 90, assumiu recentemente a Presidência do INEP e já revelou seus esforços nessa direção, visando reduzir novamente o tempo de aplicação para um dia e inviabilizando o uso dos resultados para ranqueamento de escolas – entre outras possíveis mudanças ainda não especificadas no formato da prova. Mais uma vez, as preocupações se voltam para um exame menos conteudista e mais focado na reflexão para a resolução de problemas. Essa abordagem dialoga, sem dúvida, com escolas mais direcionadas à aquisição de competências humanas, cujas preocupações não se esgotam na mera aquisição de conteúdos disciplinares específicos. 

Enquanto essas mudanças não acontecem, e considerando que a edição de 2016 ocorrerá já entre os dias 05 e 06 próximos, fica aqui a confiança de que realizamos, mais uma vez, nosso trabalho ao estimular o raciocínio, a lógica e a criatividade em nossos jovens e que um dos resultados óbvios dessa abordagem só pode ser um desempenho louvável. 

A equipe do Colégio aproveita esse espaço, também, para passar importantes dicas adicionais de cuidados pessoais como a qualidade do sono e da alimentação para esse dia tão importante para nossos estudantes – afinal, não basta apenas estudar os conteúdos e deixar o raciocínio e o senso crítico em ordem, como conferir importância também a estes aspectos para se realizar uma boa prova. 

Segundo a nutricionista Deborah Takeda, é importante o fracionamento das refeições ao longo do dia, que devem ser realizadas mais ou menos a cada três horas. O tempo prolongado de jejum pode resultar no quadro de hipoglicemia (baixa da taxa de glicose no sangue), provocando tontura, dor de cabeça, queda da pressão, fraqueza e sonolência, além de dificuldade de concentração, algo necessário e primordial para uma prova como o Enem.

Seguem abaixo algumas sugestões de cardápio para este dia:

CAFÉ DA MANHÃ

1 porção de fruta (mamão, banana, maçã ou pera)
• 1 xícara de café com leite (com leite semi-desnatado) ou iogurte com baixo teor de   gordura
• 2 fatias de pão integral ou uma porção de cereal integral
• Queijo branco e geleia

ALMOÇO E JANTAR

1 porção de salada (alface, tomate, cenoura e beterraba)
• Uma porção de arroz integral ou macarrão integral com molho vermelho (alimentos    integrais prolongam a saciedade)
• 1 porção de peixe ou frango grelhado ou carne assada (mas nada de frituras)
• 1 porção de legumes cozido (brócolis, vagem, cenoura)
• 1 fruta de sobremesa (abacaxi, uva ou laranja)

Evite alimentos muito gordurosos: eles retardam o esvaziamento gástrico e dão sono. Evite também alimentos com muito sal, como batata frita. Eles só irão aumentar a sua sede e causar desconforto durante a prova.

Deborah ainda alerta para não se esquecerem de levar alimentos que forneçam energia para serem consumidos durante a prova, como frutas, água (em vez de suco e refrigerante), chocolate 70% cacau (um estimulante poderoso), barrinha de cereal ou até mesmo um lanche natural (faça-o com pão integral e coloque salada, como alface, tomate e cenoura; também é possível acrescentar frango ou carne desfiada).

Durante a prova, evite alimentos laxativos, que estimulem o trânsito intestinal. Os mais comuns são mamão, leite, ameixa, uva e iogurtes. Opte, ao invés disso, pelos opostos: maçã, banana maçã, limão, batata. De maneira alguma ingira álcool, pois ele retém líquido, altera o sistema nervoso central e causa desidratação, levando o aluno a pensar menos.

Não esqueça também de descansar, dormindo bastante durante a noite para evitar cansaço durante as provas. No domingo, repita o procedimento do sábado e, com certeza, você realizará uma ótima prova.

Por fim, vale lembrar da importância de organizar o material antes da prova, garantindo a presença de caneta preta, um documento original com foto e, ainda, um lanche e uma garrafinha de água para garantir “aquela” energia por todo o tempo do exame!

Um excelente exame para nossos alunos!